No dia 12 de Julho, quarta-feira, ao final da tarde, as investigadoras Sílvia Maeso e Danielle Araújo, do projecto POLITICS do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, promovem a iniciativa “Interrogando as políticas de silenciamento: diálogos para pensar o passado-presente-futuro das lutas negras por liberdade”. O programa inclui a apresentação do livro “Tribuna Negra”, de Cristina Roldão, José Pereira e Pedro Varela (com a presença dos autores e a intervenção de Raquel Lima) e a estreia do documentário “Minha voz não pode calar”, com realização de Júlio César Sanches e produção de Danielle Araújo e Sílvia Maeso.
A sessão reparte-se entre o Bar/Livraria e a sala principal do TCSB e começa às 18h30, com entrada gratuita.
Interrogando as políticas de silenciamento: diálogos para pensar o passado-presente-futuro das lutas negras por liberdade
APRESENTAÇÃO DE LIVRO
Tribuna Negra
de CRISTINA ROLDÃO, JOSÉ PEREIRA e PEDRO VARELA
com a presença dos autores e apresentação de Raquel Lima
DOCUMENTÁRIO
Minha voz não pode calar
de JÚLIO CÉSAR SANCHES, DANIELLE ARAÚJO e SILVIA MAESO
seguido de debate
12 de Julho de 2023
quarta-feira, 18h30
> entrada gratuita
org. projeto POLITICS/CES
A HISTÓRIA DO MOVIMENTO NEGRO QUE EM 1911 JÁ COMBATIA O RACISMO EM PORTUGAL
Poucas pessoas saberão que, entre 1911 e 1933, Lisboa foi palco de um movimento negro que combateu o racismo, exigiu direitos para as populações nos territórios colonizados e criticou sistematicamente, embora por vezes de forma ambivalente, o colonialismo. Esta geração integrou ramos de internacionalismo negro como o pan?africanismo.
Este livro, que resulta de um longo e aprofundado trabalho coletivo de pesquisa, percorre a vida deste movimento, dos seus numerosos jornais, organizações e ativistas, até ao ponto em que a ascensão da ditadura, a perseguição política dos seus mais destacados militantes e as contradições internas selaram o seu destino.
Os autores problematizam ainda o modo como raça, género e classe atravessaram o movimento e as relações políticas que este estabeleceu com a diáspora negra no mundo e com a «Geração Cabral».
Tribuna Negra levanta o véu sobre uma história silenciada, interpelando as gerações do presente e do futuro sobre a História Negra em Portugal.
O documentário “Minha voz não pode calar” aborda as conexões transnacionais das reivindicações por justiça racial em quatro contextos: Brasil, Peru, Espanha e Portugal. A partir das trajetórias de pessoas comprometidas com o combate ao racismo, o documentário apresenta os desafios e os caminhos experimentados pelos movimentos negro/afrodescendente e Romani que têm forjado novos horizontes de luta. São apresentadas e discutidas novas conceções de existência que vão muito além das soluções oferecidas pelos estados nas últimas décadas, e focadas na “inclusão da diversidade”, na “integração” ou nas políticas de “policiamento comunitário”. Um relato sobre dor, luto e luta que nos oferece a possibilidade de perceber como os movimentos do povo negro/afrodescendente e Roma têm atuado em diversos âmbitos de produção de conhecimento e denúncia, nomeadamente do genocídio como um dos elementos centrais para compreender a natureza da violência contra essas populações e as suas manifestações em contextos específicos, para além das fronteiras do Estado-Nação. Tendo a autonomia como reivindicação e a resistência como prática diária, as trajetórias de luta destas pessoas nos convidam a refletir sobre novas formas de atuação política e, principalmente, sobre possibilidades de existência.
realização Júlio César Sanches
produção Danielle Araújo e Silvia Maeso
co-produção Sujeito Filmes, Mélancolie, Nêga Filmes e IPMedia
documentário realizado no âmbito do projeto POLITICS (A política do antirracismo na Europa e na América Latina), financiado pelo Conselho Europeu de Investigação (acordo de subvenção 725402)