Um Sonho, de August Strindberg

Agnès, filha do deus Indra, desce à terra para perceber como vivem os humanos.
Nessa imersão iniciática, vai encontrar três figuras coadjuvantes – o Oficial, o Advogado e o Poeta – estilhaços oníricos da biografia do próprio autor, Strindberg, por essa altura empenhado na construção de um novo teatro que pudesse revelar, na esteira das grandes discussões filosóficas da época, de Schopenhauer a Freud, o vasto território do inconsciente e dos sonhos.
No caleidoscópio de figuras e situações com que Agnès se depara no decurso da viagem aparecem os grandes temas de Strindberg: a família e o casamento, as desigualdades sociais mais gritantes que a revolução industrial agudizou, a justiça “que serve todos menos os que servem” e a Escola, encalhada no tempo e no espaço.
O encontro último com o Poeta, irmão e cúmplice na aventura da exigência de uma humanidade mais justa, aproxima-os da música e da poesia, das artes, que, tal como o sonho, são “maiores do que a realidade”.

TEATRO | Estreia em Coimbra
Um Sonho, de August Strindberg
enc. António Augusto Barros
CENDREV / A ESCOLA DA NOITE
27 de Novembro a 14 de Dezembro de 2025
quinta, 19h00, sexta e sábado, 21h30, domingo, 16h00
> M/12 > 140 min (com intervalo) > 5 a 10€
sessões com interpretação em LGP:
7 e 12 de Dezembro
Informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / bilheteira@aescoladanoite.pt
Bilheteira online
estreia: Teatro Garcia de Resende, Évora 23 Outubro a 2 Novembro 2025
encenação e dramaturgia António Augusto Barros
interpretação Ana Meira, Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Ivo Luz, Jorge Baião, José Russo, Maria Marrafa, Maria Quintelas, Miguel Magalhães, Ricardo Kalash e Rosário Gonzaga
tradução Cristina Reis, Luís Miguel Cintra e Melanie Mederlind
espaço cénico João Mendes Ribeiro, Luísa Bebiano e António Augusto Barros desenho de luz António Rebocho composição musical e preparação vocal Carlos Meireles assistência de encenação Igor Lebreaud e Miguel Magalhães paisagens sonoras Carlos Meireles e Zé Diogo figurinos e adereços Ana Rosa Assunção cabelos Carlos Gago
direcção técnica e de montagem António Rebocho e Rui Valente operação técnica Beatriz Sousa e Fabrísio Canifa (TGR), Danilo Pinto, Diogo Lobo e Zé Diogo (TCSB) execução de cenografia Carpintaria Adriano J. N. Viana e Pedro & Pegacho LDA. execução de figurinos Adozinda Cunha, Eliana Valentine e Maria do Céu Simões execução de adereços Ana Rosa Assunção, Danilo Pinto, Ivo Luz e Rui Valente direcção de cena Miguel Magalhães imagem Ana Rosa Assunção fotografia e vídeo Carolina Lecoq comunicação Eduardo Pinto, Helena Estanislau, Juliana Roseiro, Mariana Banaco e Pedro Rodrigues materiais gráficos Alexandra Mariano produção Beatriz Sousa e Eduardo Pinto
interpretação em Língua Gestual Portuguesa Associação de Surdos de Évora – Núria Galinha (TGR), Andreia Esteves e Jéssica Ferreira (TCSB) equipa técnica do TGR Ana Duarte, Carlos Mavioso, Margarida Mouro, Sílvia Rosado, Tomás Catalão e Tomé Baixinho distribuição de materiais de divulgação Vítor Fialho (TGR) limpeza TGR Fernanda Rochinha limpeza e bar TCSB Cláudia Natividade assistentes de sala do TCSB Ana Marques, Ândria do Ó, Bruna Marques, Carolina Rocha, Cláudia Morais, Luís Henrique Monteiro, Maria Dias, Nilce Carvalho e Patrícia Mendonça
fragmentos musicais “Masquerade Suite”, de Aram Khachaturian, “Tabula Rasa” e “Pärt Sequentia” de Arvo Pärt, “Toccata and Fugue in D Minor, BWV 565”, de J. S. Bach, “The Second Waltz”, de Dmitri Shostakovich e “The Hebrides Overture, Op. 26, (Fingal’s Cave)”, de Felix Mendelssohn
agradecimentos Câmara Municipal de Évora
co-produção CENDREV e A Escola da Noite 2025

“Um Sonho” — texto d’A Escola da Noite na folha de sala
“Cumplicidades” — texto do Cendrev na folha de sala




August Strindberg (1849 – 1912)
Johan August Strindberg nasce em Estocolmo, a 22 de janeiro de 1849, numa família de condições modestas, que o próprio virá a retratar na autobiografia O Filho da Criada. Frequenta intermitentemente a Universidade de Uppsala, não chegando a formar-se, e exerce diversas profissões — entre elas, professor, jornalista e bibliotecário.
Começa a escrever na década de 1870 e, em 1872, publica a peça Mäster Olof, considerada hoje o primeiro drama moderno sueco, embora rejeitada inicialmente pelos teatros oficiais. Em 1879 publica o romance Röda Rummet (O Salão Vermelho), uma sátira à sociedade de Estocolmo que o consagra como autor.
Da sua fase naturalista inicial destacam-se as peças O Pai (1887), Menina Julia (1888) e A Mais Forte (1889), obras-chave do realismo psicológico.
Em 1891, divorcia-se da sua primeira esposa, a actriz Siri von Essen, perdendo a custódia dos quatro filhos. Dois anos depois, casa-se com Frida Uhl, jovem jornalista austríaca, mas o casamento termina em 1897, após dois anos de separação.
Strindberg atravessa uma profunda crise pessoal e de criatividade literária entre 1892 e 1897. Dedica-se então a outras actividades, como a pintura, fotografia, alquimia e teosofia — e convive com figuras como Edvard Munch e Paul Gauguin.
A segunda fase da sua criação literária inicia-se em 1897 com a obra poética Inferno. A partir desta altura, a sua escrita revela-se marcada pela fé e pelo misticismo, o que resulta num teatro mais simbólico e onírico. Entre 1898 e 1904, escreve o drama em três partes A Estrada de Damasco.
Em 1901, inspirado em parte pela sua relação com a actriz norueguesa Harriet Bosse (com quem se casa nesse mesmo ano e de quem se divorcia em 1904), Strindberg escreve Um Sonho, peça levada à cena apenas em 1907 — o mesmo ano em que o autor escreve duas outras obras emblemáticas desta fase: A Sonata dos Espectros e O Pelicano.
August Strindberg falece em Estocolmo a 14 de maio de 1912.












