Nesta pequena parábola sobre a nossa condição de fazedores de teatro, saltimbancos nesta sociedade que nos quer sossegados consumidores, somos resistência e desassossego.
José Caldas, sobre “O Homem do Caminho”
“O Homem do Caminho“, de Plínio Marcos, uma co-produção A Escola da Noite / Quinta Parede, estreia amanhã, quinta-feira 1 de Junho às 19h00. Com encenação de José Caldas, o espectáculo fica em cena durante três semanas, de quarta a domingo, no TCSB.
TEATRO | ESTREIA O Homem do Caminho, de Plínio Marcos enc. José Caldas A ESCOLA DA NOITE / QUINTA PAREDE 1 a 18 de Junho de 2023 quartas e quintas-feiras, 19h00 sextas-feiras e sábados, 21h30 domingos, 16h00 > M/16 > 60 min > 5 a 10€
Será sempre em praças sem liberdade, em jardins sem flores, debaixo do céu sem estrelas, à beira de córregos por onde escoa a merda, que devemos armar nossa poesia.
Plínio Marcos, conto “Sempre em frente”
A Escola da Noite e a Quinta Parede estreiam esta quinta-feira, em co-produção, “O Homem do Caminho”, de Plínio Marcos, com encenação de José Caldas. A peça é uma parábola que celebra a liberdade de expressão e apela ao desassossego e à inquietação, contra a paz podre dos “homens-pregos”. Faça-nos companhia!
Escrito originalmente sob a forma de conto, em 1987, e posteriormente adaptado para monólogo, o texto é inspirado pelo universo circense e pela cultura cigana, com os quais Plínio conviveu de perto no início da sua carreira, nos seus tempos de palhaço Frajola. Iur – a personagem única da peça – é um dos homens do caminho: anda sem termo, não teme fazer frente ao mistério e conta-nos esta história na primeira pessoa. Tem três nomes, um dos quais é desconhecido pelo próprio Iur. Essa condição é uma forma de enganar a morte: quando chegar a sua vez, ele não vai escutar o chamamento. Declara que um saltimbanco reúne três grandes artes: contar histórias, ser mestre de enganos e o sexo. Estas artes nómadas são apresentadas como um acto de libertação dos seus públicos – os homens “fixos”, associados a uma vida rígida, burocrática e repressiva, movidos pela posse e pela ganância; e as mulheres, contidas, silenciosas e presas às vidas “secas”, ao lado dos “homens-pregos”. As histórias de Iur, que neste espectáculo são desdobradas nas várias vozes das suas personagens, oferecem uma reflexão sobre poder, egoísmo, manipulação, luta de classes e o sentido da existência humana, no limbo entre a liberdade e as amarras que a condicionam ou oprimem. No “Português amplo” que caracteriza a sua escrita (e que serviu de argumento para reiteradas proibições às mãos da censura brasileira), Plínio Marcos denuncia ainda os preconceitos e as discriminações que marcam a vida em sociedade, em particular sobre as mulheres e sobre grupos minoritários.
TRÊS SEMANAS, DE QUARTA A DOMINGO O espectáculo é a terceira peça de Plínio Marcos apresentada pel’A Escola da Noite e conta com a adaptação e a encenação de José Caldas (que em 1998 dirigiu “A Serpente”, de Nelson Rodrigues). A interpretação está a cargo de Allex Miranda, do próprio José Caldas e ainda de Juliana Roseiro. O encenador partilha as autorias do espaço cénico (com Ana Rosa Assunção, responsável pelos figurinos), da música (com Allex Miranda) e do desenho de luz (com Danilo Pinto). Com estreia marcada para a próxima quinta-feira, dia 1 de Junho, “O Homem do Caminho”, co-produção entre A Escola da Noite e a Quinta Parede, estará em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, até 18 de Junho, com sessões às quartas e quintas-feiras (19h00), às sextas e sábados (21h30) e aos domingos (16h00). É recomendado para maiores de 16 anos e tem a duração de 60 minutos. Os bilhetes podem ser reservados pelos contactos habituais do TCSB (239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt) ou comprados através da ticketline. O preço da entrada é 10 Euros, sendo aplicável o desconto de meio bilhete a menores de 30 e a maiores de 65 anos, estudantes, desempregados/as, profissionais e amadores/as de teatro e às quintas-feiras (preço único).
Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo 1 a 18 de Junho de 2023 quartas e quintas-feiras, 19h00 sextas-feiras e sábados, 21h30 domingos, 16h00
texto Plínio Marcos adaptação e encenação José Caldas interpretação Allex Miranda, José Caldas, Juliana Roseiro espaço cénico Ana Rosa Assunção, José Caldas música Allex Miranda, José Caldas figurinos Ana Rosa Assunção luz Danilo Pinto, José Caldas montagem Danilo Pinto, Diogo Lobo, Eduardo Pinto, Rui Valente, Zé Diogo execução de adereços Elsa Rajado, José Caldas, Joshua G. Ford direcção de cena Juliana Roseiro
> M/16 > 60 min > 5 a 10€ Bilhetes à venda no TCSB, na TicketLine e nos locais habituais
A Escola da Noite e a Quinta Parede estreiam em co-produção, no próximo dia 1 de Junho, no TCSB, “O Homem do Caminho”, de Plínio Marcos. Com encenação de José Caldas, o novo espectáculo fica em cena durante três semanas, de quarta a domingo. Faça-nos companhia!
“O Homem do Caminho” é um monólogo teatral adaptado pelo autor brasileiro Plínio Marcos (1935-1999) a partir do conto “Sempre em frente”, que faz parte do segundo volume de “Histórias populares: canções e reflexões de um palhaço”, publicado em 1987. Com o mesmo título do monólogo, o texto foi posteriormente publicado como a terceira parte do livro de memórias circenses de Plínio Marcos, “O truque dos espelhos” (1999). É inspirado pelo universo circense e pela cultura cigana, com os quais Plínio conviveu de perto no início da sua carreira, nos seus tempos de palhaço Frajola. Iur – a personagem única da peça – é um dos homens do caminho: anda sem termo, não teme fazer frente ao mistério e conta-nos esta história na primeira pessoa. Tem três nomes, sendo que um deles é desconhecido pelo próprio Iur. Essa condição é uma forma de enganar a morte: quando chegar a sua vez, ele não vai escutar o chamamento. Declara que um saltimbanco reúne três grandes artes: contar histórias, ser mestre de enganos, roubos e ilusões e o sexo. “O Homem do Caminho” apresenta as artes nómadas como um acto de libertação dos seus públicos, entre os quais se destacam, por um lado, os homens – “fixos” – associados a uma vida rígida, burocrática e repressiva; e, por outro lado, as mulheres – contidas, desoladas e silenciosas – presas às vidas “secas” ao lado dos “homens-pregos”. As histórias de Iur oferecem uma reflexão sobre poder, egoísmo, manipulação, luta de classes e o sentido da existência humana, no limbo entre a liberdade e as amarras que a condicionam ou oprimem.
O espectáculo é a 76.ª criação d’A Escola da Noite e a terceira visita da companhia à obra de Plínio Marcos, depois de “Dois Perdidos Numa Noite Suja” (2004, com encenação de Sílvia Brito) e de “O Abajur Lilás” (2012, em co-produção com o Cendrev, encenação de António Augusto Barros). Insere-se na linha de trabalho dedicada à dramaturgia brasileira, que tem levado a companhia a apresentar obras de autores como Nelson Rodrigues (“A Serpente”, 1998), Cleise Mendes (“Noivas”, 2005) e Bosco Brasil (“Novas diretrizes em tempos de paz”, 2013). José Caldas, encenador brasileiro há muitos anos radicado em Portugal, faz parte desse percurso da companhia – foi responsável pela encenação de “A Serpente”, estreada nos nossos primeiros anos de vida, na antiga sala-estúdio do Pátio da Inquisição. Na adaptação que fez para este espectáculo, Caldas (que partilha o palco com Allex Miranda e Juliana Roseiro) desdobrou as falas da personagem, acentuando o diálogo interior de Iur na reflexão que faz sobre o caminho que é preciso continuar a trilhar. “O Homem do Caminho”, que foi apresentado em ante-estreia a 20 de Maio na Guiné-Bissau, estreia em Coimbra a 1 de Junho e mantém-se em cena no TCSB até dia 18, com sessões às quartas e quintas-feiras (19h00), às sextas e sábados (21h30) e aos domingos (16h00). É recomendado para maiores de 16 anos e tem a duração de 60 minutos. Os bilhetes, que já podem ser reservados pelos contactos habituais do TCSB (239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt) custam 10 Euros. O desconto de meio bilhete é aplicável a menores de 30 e a maiores de 65 anos, estudantes, desempregados/as, profissionais e amadores/as de teatro e às quintas-feiras (preço único).
TEATRO | ESTREIA O Homem do Caminho, de Plínio Marcos enc. José Caldas A ESCOLA DA NOITE / QUINTA PAREDE 1 a 18 de Junho de 2023 quartas e quintas-feiras, 19h00 sextas-feiras e sábados, 21h30 domingos, 16h00 > M/16 > 60 min > 5 a 10€
Na mesma semana em que levamos Trilogia de Alice ao Teatro Garcia de Resende, em Évora, acolhemos no TCSB o espectáculo “Reindeer age #1”, de Bernardo Chatillon, e a oficina de ilustração DADA, com Rachel Caiano. Faça-nos companhia!
Na quinta-feira, 27 de Abril, A Escola da Noite acolhe pela primeira vez no TCSB o bailarino e coreógrafo Bernardo Chatillon, com Reindeer age #1. O espectáculo é o segundo momento de uma série de projectos do artista que “investiga o que hoje nos encanta, da poesia ao artifício, dos objectos mágicos aos sistemas ocultos, da distracção inofensiva à dominação”. Este ciclo – adianta Bernardo – “parte da memória de quando eu era criança e sentia a euforia de ir de férias com os meus pais e ao mesmo tempo o medo e a sensação de que as férias poderiam não acontecer. O que fazer com isto? Será possível perder o vestígio de algo que nunca se perdeu?”. Inspirado por autores como Carlo Rovelli (“A Ordem do Tempo”), CA Conrad e o livro “The Fall of Heaven: Palavras de um Yanomami Shaman”, este é um trabalho “sobre a experiência de nunca partir e nunca chegar”, que reflecte sobre o “fluxo” do tempo, sobre o espaço que existe entre corpo e espírito e ainda sobre as noções de progresso e desenvolvimento. Integrado na programação do Festival Abril Dança em Coimbra, “Reindeer Age #1” pode ser visto em Coimbra numa sessão única, às 19h00. Por ser quinta-feira, os bilhetes têm o preço único de 5 Euros (meio bilhete). Podem ser reservados pelos contactos habituais do TCSB ou comprados através da ticketline.
A 29 de Abril, último sábado do mês, temos a alegria de voltar a receber Rachel Caiano, que propõe desta vez uma viagem ao universo DADA. “Vamos transformar-nos em artistas DADA: escrever poesia dadaísta, ouvir poesia dadaísta e fazer ilustrações dadaístas. Tudo o que precisamos é de jornais, papéis, tesoura e cola. Todos podem participar, cortar, recortar, dispor e colar. No fim inauguramos uma exposição dadaísta” – adianta a ilustradora, que nos últimos anos tem sido presença regular nos Sábados para a Infância no TCSB. A oficina é pensada para crianças com 10 ou mais anos e a inscrição custa 10 Euros. As inscrições podem ser feitas pelos contactos habituais do TCSB.
TEATRO DA CERCA DE SÃO BERNARDO Próximos espectáculos
A mais recente criação d’A Escola da Noite faz esta semana as suas primeiras apresentações “fora de portas”. A convite do Cendrev, apresentamos “Trilogia de Alice” a 28 e 29 de Abril, sexta-feira e sábado, às 21h30, no Teatro Garcia de Resende, em Évora. Os bilhetes estão à venda na BOL.
No ano em que comemora o seu trigésimo aniversário, A Escola da Noite rodeia-se de amigos e oferece uma festa em formato de cabaret. No palco transformado do Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, uma banda musical de luxo e os actores da casa dão voz às palavras de Boris Vian, autor que inspira a companhia desde os tempos em que esta era apenas um sonho daqueles que viriam a fundá-la, em 1992.
Cabaret Vian – Recital, a nova criação d’A Escola da Noite, estreia na sexta-feira, 9 de Dezembro, e tem apenas três apresentações, até domingo. Os bilhetes já estão à venda. A transformação do palco do Teatro em cabaret impõe limitações à lotação da sala, pelo que se recomenda vivamente a reserva ou compra antecipada de bilhetes.
TEATRO | MÚSICA (ESTREIA) Cabaret Vian – Recital A ESCOLA DA NOITE 9 a 11 de Dezembro de 2022 sexta e sábado, 21h30 domingo, 18h00 M/14 > 120 min. > 5 a 10 Euros
textos Boris Vian guião e direcção cénica António Augusto Barros direcção musical Jorri e Luís Pedro Madeira figurinos e adereços Ana Rosa Assunção interpretação Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães, Ricardo Kalash músicos/as Gonçalo Parreirão (guitarra, baixo, sintetizador e trompete), Ismael Silva(marimba, vibrafone e percussão), João Mortágua (saxofone), Jorri (auto-harp, contra-baixo, harmonium, percussão, toy piano), Luís Pedro Madeira (teclados e banjo), Raquel Ralha (voz), Vânia Couto (voz) luz Danilo Pinto e Diogo Lobo som Zé Diogo vídeo Eduardo Pinto cabelos Carlos Gago