Archive for Fevereiro, 2010

“Um Clássico do Cinema do Grotesco”

Sexta-feira, Fevereiro 12th, 2010

Na próxima segunda-feira, dia 15 de Fevereiro, pelas 21h30, decorre a terceira sessão do ciclo de cinema INCORPORAÇÕES com a projecção do filme “Freaks [Aberrações]”, de Tod Browning. Neste ciclo, organizado pelo Núcleo de Estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, os filmes foram escolhidos e são comentados por investigadores desse Núcleo: o comentário a este filme será feito por Daniel Neves (Sociólogo, Investigador do CES) que, juntamente com Eduardo Basto, é organizador desta iniciativa. O filme é projectado no Bar do Teatro da Cerca de São Bernardo e a entrada é livre.

“Freaks [Aberrações]” SINOPSE “Gooble-gobble… nós aceitamo-la… como um de nós”, cantam em coro as arrepiantes criaturas de “Aberrações”. Mas passariam décadas antes que este admirável conto de moral deixasse de ser proibido e fosse considerado a peça fundamental que é hoje. Tod Browning (“Dracula” de 1931) dirige este filme de culto em que os verdadeiros monstros não são os estranhos habitantes deste bizarro circo, mas os “normais” que os troçam e abusam deles. Browning, ele próprio um antigo contorcionista, escolheu verdadeiros artistas de circo para compor o elenco. Um homem sem braços nem pernas, excêntricos anões e microencefálicos (que o filme chama de “cabeças-de-alfinete”) são apenas alguns dos membros desta bizarra trupe de circo cuja terrível vingança se vai abater sobre uma artista de trapézio que os trata como monstros. “Aberrações” foi escolhido para integrar o arquivo de tesouros cinematográficos americanos do National Film Registry em 1994. REALIZADOR Tod Browning INTÉRPRETES Wallace Ford, Leila Hyams, Olga Baclanova, Henry Victor, Harry Earles. (EUA, 1932 — 64m).

“Imagine if Quentin Tarantino was Brazilian”

Quarta-feira, Fevereiro 10th, 2010

Em 2003, Rubem Fonseca adaptou o romance “O Matador” de Patrícia Melo e escreveu o argumento de um filme que o seu filho  José Henriques Fonseca realizou.

“O Homem do Ano” é o nome da obra. Integada na selecção oficial do festival de Cinema de Berlim desse ano, este filme recebeu sete nomeações e ganhou sete prémios, entre eles o prémio de melhor longa metragem e melhor realizador para José Fonseca e o de melhor actor para Murílio Benício no Festival de Cinema de Miami.

A paixão de Rubem Fonseca pela Sétima Arte aconteceu desde muito cedo na vida do escritor: “Nasci em Juiz de Fora. Lá, aos dois meses de idade, eu tinha uma babá que me levava para passear de tarde. Mas, na verdade, ela ia ver o namorado, o lanterninha do cinema. Ela me sentava, ia namorar e eu via sessões atrás de sessões. Aos três anos, eu já tinha visto vinte mil horas de filme. Fui crescendo. E disse assim: “Quero fazer cinema!”. Eu deveria fazer cinema. Mas, quando eu tinha oito anos, me deram uma máquina de escrever. Fiquei com aquela máquina de escrever dentro de casa e querendo fazer cinema. Era difícil…”

Máscaras — Gramática de um Aprendiz

Terça-feira, Fevereiro 9th, 2010

No próximo dia 12 de Fevereiro, sexta-feira, pelas 21h30, inaugura “Máscaras — Gramática de um Aprendiz”, na Sala de Exposições Temporárias do Museu Etnográfico Dr. Louzã Henriques, na Lousã. “Máscaras — Gramática de um Aprendiz” é uma exposição de máscaras criadas por António Jorge — actor, encenador e cenógrafo d’A Escola da Noite, numa iniciativa da Câmara Municipal da Lousã, integrada no Programa “Entrudo 2010”. As máscaras agora expostas resultam de um trabalho iniciado há mais de 10 anos por António Jorge e já foram “ca[u]sa”  de um espectáculo d’A Escola da Noite: “700 Máscaras à procura de um rosto ou Um artista da fome”. Esta é uma nova oportunidade para ver ou rever o extraordinário trabalho de criação, nos mais diversos materiais, deste objecto de ancestrais tradições teatrais e antropológicas.

Exposição organizada pela Câmara Municipal da Lousã, integrada no Programa “Entrudo 2010”. António Jorge nasceu em 1966. Foi membro fundador d’A Escola da Noite e iniciou a sua actividade teatral no TEUC, em 1987. Integrou a organização da Bienal Universitária de Coimbra, em 1990. Participou como actor em praticamente todos os espectáculos da companhia A Escola da Noite, sendo ainda responsável pela cenografia e adereços em muitos deles. Na companhia encenou “Amado monstro”, de Javier Tomeo (1992, com José Neves), “Além do infinito”, de Abel Neves (2004, com Ana Rosa Assunção, António Augusto Barros e Sílvia Brito), “Noivas”, de Cleise Mendes (2005), “Prometeu 06”, a partir de Ésquilo, Kafka e Heiner Müller (2006), “Auto da Índia: aula prática” (2007, com António Augusto Barros, Sílvia Brito e Sofia Lobo) e “Bonecos & farelos”, de Gil Vicente (2008). Foi formador em iniciativas da companhia como o “III Estágio Internacional de Actores”, “Tchékhov em um acto”, “Oficina de artes” e “Uma aula vicentina”.

GATTACA “there is no gene for the human spirit”

Segunda-feira, Fevereiro 8th, 2010

A segunda sessão do ciclo de cinema INCORPORAÇÕES continua hoje [8 de Fevereiro, segunda-feira, pelas 21h30], com a projecção do filme “Gattaca” de Andrew Niccol. Neste ciclo, organizado pelo Núcleo de Estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, os filmes foram escolhidos e são comentados por investigadores desse Núcleo: o comentário a este filme será feito por Rita Serra — investigadora do Observatório do Risco OSIRIS e do Núcleo de Estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade.

“Gattaca” SINOPSE  Sendo um dos últimos seres “naturalmente” nascidos num mundo geneticamente perfeito, Vincent Freeman não tem um ADN “pré-encomendado” que lhe permita ter sucesso na vida. Desesperado por realizar o seu sonho de explorar o espaço, Vincent assume a identidade de um atleta geneticamente superior. Usando as marcas genéticas do atleta a fim de não ser detido, Vincent torna-se uma estrela em ascensão dentro da Gattaca Aerospace, atraindo a atenção de uma deslumbrante colega. Mas quando um comandante é brutalmente assassinado, uma pista deixada no local do crime ameaça acabar com os planos de Vincent. REALIZADOR Andrew Niccol INTÉRPRETES Ethan Hawke, Uma Thurman, Alan Arkin, Jude Law, Loren Dean, Gore Vidal, Ernest Borgnine. (EUA, 1997 – 102m).

Ciclo inclui espectáculos, debates e workshop

Quinta-feira, Fevereiro 4th, 2010

O monólogo é coisa pública na Semana Cultural da Universidade

António Pinho Vargas, Custódia Gallego, Cándido Pazó, Ana Bustorff e Denise Stoklos são os artistas convidados pela Reitoria da Universidade de Coimbra e pel’A Escola da Noite no âmbito do ciclo “do monólogo, coisa pública”, integrado no programa da XII edição da Semana Cultural da Universidade, que vai decorrer entre 1 e 6 de Março.

O programa completo da iniciativa foi apresentado esta manhã em Coimbra, numa conferência de imprensa em que intervieram o Reitor da Universidade, Seabra Santos, o Pró-Reitor para a Cultura, José António Bandeirinha, e o director artístico d’A Escola da Noite, António Augusto Barros.

Convidada para conceber e produzir a parte externa à Universidade da programação da Semana Cultural (que, na sua globalidade, inclui mais de 70 iniciativas promovidas pela própria comunidade académica), A Escola da Noite propôs o ciclo “do monólogo, coisa pública”.

António Augusto Barros salienta a tríade em que propositadamente assenta esta proposta: criação, formação e reflexão. Partindo do tema definido para a Semana Cultural – “Causa pública: o público e o mediático”, A Escola da Noite construiu um programa assente no monólogo, enquanto género teatral que conquistou a sua autonomia na escrita dramática contemporânea. “Um homem ou uma mulher em cena podem ser um mundo em si próprios, acompanhando a pluralização do eu que o século passado promoveu como nenhum outro, falam com as suas vozes, os seus outros eus; e falam com o mundo, são ícones do mundo, resistindo à incomunicação que medra nas cidades”, escreve António Augusto Barros. Daí a idéia do monólogo como “coisa pública”, como forma particular da abordagem das artes cénicas ao contexto em que vivemos. “Estamos todos a falar sozinhos, nas ruas, nos asilos, nas prisões, nos hospitais. Como poderia o teatro, talvez a mais política das artes, a mais atenta e dependente da polis, resistir a falar de tudo isto?”, pergunta António Augusto Barros.

O ciclo inclui seis espectáculos, que preencherão as noites, de segunda a sábado, da Semana Cultural: “Solo I e II”, concerto de António Pinho Vargas que assinala o regresso do compositor a Coimbra, onde há vários anos não se apresentava; “Vulcão”, a peça que Abel Neves escreveu para a actriz Custódia Gallego, numa co-produção entre o Teatro Nacional D. Maria II e o Teatro do Bolhão; “Historias Tricolores: ou de como aqueles animaliños proclamaron a República”, uma viagem pela história recente de Espanha através das memórias dos personagens incarnados por Cándido Pazó; “Concerto à la Carte”, um exigentíssimo trabalho da actriz Ana Bustorff perante o texto (uma longa didascália) do dramaturgo alemão Franz Xaver Kroetz; e por fim, Denise Stoklos. O público de Coimbra terá finalmente oportunidade de assistir ao vivo ao trabalho de uma das mais consagradas actrizes brasileiras, com uma impressionante e premiada carreira internacional. No âmbito da Semana Cultural, apresentará em Coimbra dois espectáculos: “Mary Stuart”, que mantém em reportório há vários anos e é considerado como um dos seus trabalhos mais emblemáticos, e “Calendário da Pedra”, mais recente, que tem sido apresentado nas principais salas brasileiras e internacionais.

Para além dos espectáculos, o ciclo inclui ainda o workshop “A oralidade no actor”, dirigido por Cándido Pazó (co-organizado com o Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra) e um conjunto de dois debates, que reunirão especialistas em artes cénicas e os artistas presentes na semana, numa iniciativa conjunta da Reitoria e do Curso de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras, proposta pel’A Escola da Noite.

Os espectáculos repartem-se pelo Teatro Académico de Gil Vicente e pelo Teatro da Cerca de São Bernardo e têm lugar, entre 1 e 6 de Março, sempre às 21h30. Os bilhetes podem ser reservados ou adquiridos com antecedência nas próprias salas, já a partir da próxima semana.