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Teatro para dar a conhecer história recente da Roménia

Segunda-feira, Janeiro 5th, 2015
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Diário As Beiras, 5 de Janeiro de 2015

Janeiro no TCSB

Sexta-feira, Janeiro 2nd, 2015

Em Janeiro, A Escola da Noite volta a apresentar no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, o seu mais recente espectáculo: “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”, de Matéi Visniec. A acompanhar a nova temporada são apresentados mais três filmes que ajudam a conhecer melhor a cultura e a história recente da Roménia. O regresso das Flores de Livro e uma exposição especial de Delphim Miranda completam a programação do Teatro no primeiro mês de 2015.

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Depois do fim-de-semana da estreia, o mais novo espectáculo d’A Escola da Noite cumpre agora uma temporada de três semanas, entre 8 e 25 de Janeiro, de quinta a domingo. Escrita pelo dramaturgo romeno Matéi Visniec e nunca antes levada à cena, a peça tem como protagonista Sérgiu Penegaru, um escritor que se recusa a escrever poemas patrióticos e admira o surrealismo. Na Roménia comunista do final da década de 50 do século XX, isso é suficiente para que entre na “lista negra”. As suas obras são proibidas e é preso em Sighet – a penitenciária que realmente existiu, por onde passaram e onde morreram dezenas de presos políticos nesse período.
Como forma de resistir ao cárcere, Penegaru e os seus três companheiros de cela divertem-se a representar “A cantora careca”, de Eugène Ionesco.
A memória da realidade concreta que inspirou a escrita da peça (o próprio Visniec foi autor proibido pelo regime de Nicolae Ceausescu), mas também a oportunidade de reflectir sobre a forma como os processos de “lavagem cerebral” actuam na consciência dos indivíduos e condicionam a sua liberdade de pensamento, mesmo em sociedades democráticas e ditas “livres”, são duas motivações indissociáveis d’A Escola da Noite para a escolha deste texto, encenado por António Augusto Barros. Como os autores que Visniec homenageia, e em particular Ionesco e o “teatro do absurdo”, a peça utiliza o humor para evidenciar a violência e o absurdo da própria realidade e mostra-nos como o riso e a arte podem ser formas activas de resistência e de luta pela liberdade.

Cinema romeno
A nova temporada do espectáculo em Coimbra é mais uma vez aproveitada pel’A Escola da Noite para mostrar um pouco da cultura e da história recente da Roménia. O ciclo conta com o apoio do Instituto Cultural Romeno e decorre ao longo de três terças-feiras. Inclui os documentários “Videogramas de uma revolução”, de Harun Farocki e Andrei Ujica (que retrata, através de imagens reais, os dias que levaram à destituição do casal Ceausescu, em 1989) e “Depois da revolução”, de Laurentiu Calciu, que aborda, também com imagens de manifestações, comícios e conferências de imprensa, o período que antecedeu as primeiras eleições pós-revolução, em Maio de 1990).

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No último dia do ciclo será exibido o premiado filme “Francesca”, de Bobby Paunescu, um exemplo entre muitos da pujante e reconhecida cinematografia romena da última década. Realizado em 2009, o filme conta-nos a história de uma jovem educadora de infância que pensa em emigrar para Itália em busca de uma vida melhor. Entre o entusiasmo da mãe e as reservas do pai, Francesca decide mesmo partir, mas uma inusitada descoberta vem baralhar os seus planos. Os três filmes passam no bar do TCSB às 21h30 e têm entrada gratuita.

Más Caras e Flores de Livro
O mês do TCSB não se esgota, no entanto, no mais recente espectáculo da sua companhia residente. Para além do reínicio das sessões regulares de “Flores de Livro – leitura de contos para a infância” (sempre no último sábado de cada mês), assinala-se o regresso do cenógrafo, marionetista e artista plástico Delphim Miranda. Ao longo do mês, será gradualmente montada, com a cumplicidade activa de mais de uma dezena de personalidades por si convidadas, uma exposição de máscaras no bar do Teatro.
Nos dias 9, 16 e 23 de Janeiro, pelas 20h45, quatro a cinco convidados abrem as encomendas que Delphim lhes enviou por correio e penduram-nas nas paredes do Teatro, ao longo de um processo que terminará em Fevereiro, com a construção ao vivo da última máscara e a inauguração oficial da exposição.

Três meses, três espectáculos
A temporada de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” abre um ciclo de três espectáculos próprios que A Escola da Noite vai apresentar ao longo do primeiro trimestre do ano, repondo produções estreadas em anos anteriores. Entre 6 e 8 de Fevereiro, volta “Auto dos Físicos”, de Gil Vicente, e entre 26 e 29 de Março regressa “Novas diretrizes em tempos de paz”, de Bosco Brasil. Para quem estiver interessado em assistir aos três espectáculos existe um bilhete especial, com o preço único de 12 Euros, o que torna ainda mais atractiva esta oportunidade oferecida ao público de ver ou rever os mais recentes trabalhos da companhia.

Teatro da Cerca de São Bernardo
JANEIRO DE 2015

DOCUMENTÁRIO
Videogramas de uma revolução
de Harun Farocki e Andrei Ujica
6 de Janeiro
terça-feira, 21h30

Roménia, 1992, 106′, legendado em português
Bar do TCSB > entrada gratuita

TEATRO
Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres
de Matéi Visniec
pel’A Escola da Noite

Igor Lebreaud, Jorge Loureiro, Filipe Eusébio e Miguel Magalhães, "Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres" (©A Escola da Noite/2014)

Igor Lebreaud, Jorge Loureiro, Filipe Eusébio e Miguel Magalhães, “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” (©A Escola da Noite/2014)

8 a 25 de Janeiro
quinta a sábado, 21h30
domingo, 16h00
M/14 > 180′ com 2 intervalos

EXPOSIÇÃO
Más Caras e outras carantonhas
de Delphim Miranda
[montagem por convidados, aberta ao público – 1.ª sessão]
9 de Janeiro
sexta-feira, 20h45
Bar do TCSB > entrada gratuita

DOCUMENTÁRIO
After the revolution
[Depois da revolução]
de Laurentiu Calciu
13 de Janeiro
terça-feira, 21h30
Roménia, 2010, 83′, legendado em inglês
Bar do TCSB > entrada gratuita

EXPOSIÇÃO
Más Caras e outras carantonhas
de Delphim Miranda
[montagem por convidados, aberta ao público – 2.ª sessão]
16 de Janeiro
sexta-feira, 20h45
Bar do TCSB > entrada gratuita

CINEMA
Francesca
de Bobby Paunescu
20 de Janeiro
terça-feira, 21h30
Roménia, 2009, 94′, legendado em inglês
Bar do TCSB > entrada gratuita

EXPOSIÇÃO
Más Caras e outras carantonhas
de Delphim Miranda
[montagem por convidados, aberta ao público – 3.ª sessão]
23 de Janeiro
sexta-feira, 20h45
Bar do TCSB > entrada gratuita

LEITURA DE CONTOS PARA A INFÂNCIA
Flores de Livro
por Cláudia Sousa
31 de Janeiro
sábado, 11h00
M/4 > 3 Euros (bilhete individual); 5 Euros (criança + acompanhante)

informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

“olha, são nove horas”

Domingo, Dezembro 28th, 2014
Igor Lebreaud, Jorge Loureiro, Maria João Robalo, Miguel Magalhães, Filipe Eusébio e Mariana Duarte, "Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres" (foto de ensaio; @A Escola da Noite / 2014)

Igor Lebreaud, Jorge Loureiro, Maria João Robalo, Miguel Magalhães, Filipe Eusébio e Mariana Duarte, “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” (foto de ensaio; @A Escola da Noite / 2014)

A senhora Smith, o senhor Smith, a Mary, o senhor Martin, a senhora Martin e a aluna esfaqueada (mais o professor de línguas vagas e de ideias pré-concebidas, o chefe dos bombeiros, a cantora careca e o “próprio” Ionesco) desejam a todos um ano cheio de teatro e ficam à espera que vocês lhes venham bater à porta a partir do dia 8 de Janeiro.

Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres
de Matéi Visniec
pel’A Escola da Noite

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8 a 25 de Janeiro
quinta a sábado, 21h30
domingo, 16h00
5 a 10 Euros

informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488 /geral@aescoladanoite.pt

Hoje no TCSB: “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” – Estreia!

Quinta-feira, Dezembro 18th, 2014

Estreia hoje a nova produção d’A Escola da Noite: “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”, de Matéi Visniec.

A temporada inicial tem apenas 4 dias e a sessão de hoje já está esgotada. Reserve os seus bilhetes pelos contactos habituais da companhia: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

Igor Lebreaud, Jorge LOureiro, Filipe Eusébio e Miguel Magalhães, "Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres" - foto de ensaio (© A Escola da Noite/2014)

Igor Lebreaud, Jorge Loureiro, Filipe Eusébio e Miguel Magalhães, “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” – foto de ensaio (© A Escola da Noite/2014)

TEATRO (ESTREIA)
Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres
de Matéi Visniec
encenação António Augusto Barros

Sérgiu Penegaru é um escritor que se recusa a escrever poemas patrióticos e admira o surrealismo. Na Roménia comunista do final da década de 50 do século XX, isso é suficiente para que entre na “lista negra”. As suas obras são proibidas e é preso em Sighet – a penitenciária que realmente existiu, por onde passaram e onde morreram dezenas de presos políticos nesse período.
Como forma de resistir ao cárcere, Penegaru e os seus três companheiros de cela divertem-se a representar “A cantora careca”, de Eugène Ionesco. O teatro – e, em particular, o teatro do absurdo de Ionesco – não só ajuda os quatro homens a distanciarem-se do horror com que são confrontados como acentua o absurdo da própria realidade em que vivem. Não se trata apenas de sobreviverem fisicamente, ainda que isso estivesse também em causa. Trata-se, como sempre acontece contra regimes totalitários e opressivos, de salvaguardar a liberdade de pensamento individual, de resistir à mais perigosa das manipulações, aquela que é operada dentro das próprias cabeças dos seres humanos. Neste sentido, tanto as anedotas políticas que Penegaru tem sempre para contar, como a poesia que não consegue parar de escrever, como o teatro que leva para dentro da prisão são mais do que escapes ou do que fugas à realidade. São formas activas de resistência e de luta pela liberdade e, portanto, pela dignidade humana.

tradução Luiza Jatobá versão António Augusto Barros e Sofia Lobo elenco Filipe Eusébio, Igor Lebreaud, Jorge Loureiro, Maria João Robalo, Miguel Magalhães, Ricardo Kalash, Sofia Lobo e Joel Santos, Mariana Duarte, Tiago Martins* cenografia João Mendes Ribeiro figurinos, adereços e imagem gráfica Ana Rosa Assunção desenho de luz Rui Simão vídeo Eduardo Pinto som Zé Diogo

Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo
18 a 21 de Dezembro
quinta a sábado, 21h30 > domingo, 16h00
M/14 > 2h30 (aprox.)
Preços: 10 Euros > estudantes, jovens, maiores de 65 anos, profissionais e amadores de teatro – 6,00 Euros > funcionários da CMC, sócios da Associação de Profissionais de Serviço Social – 5,00 Euros

informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
www.aescoladanoite.pt

* Estagiários/as do 3.º Ano do Curso Profissional de Artes do Espectáculo / Interpretação do Colégio São Teotónio

“Saúde mental e arte” encerra com sessão especial do “Auto dos Físicos”

Terça-feira, Outubro 14th, 2014

A Escola da Noite apresenta no próximo sábado à noite uma sessão especial de “Auto dos Físicos”, com entrada gratuita. A oferta à cidade é feita pelo Programa Nacional de Saúde Mental, no âmbito da iniciativa “Saúde Mental e Arte”, que decorre em vários espaços de Coimbra até 19 de Outubro. É a oportunidade ideal para ver ou rever a mais recente produção da companhia!

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Miguel Magalhães e Maria João Robalo, “Auto dos Físicos” (foto: Pedro Rodrigues)

O “Auto dos Físicos” foi escrito e representado pela primeira vez entre 1519 e 1524. Um padre “morre” de um amor não correspondido e quatro médicos (os “físicos”) visitam-no à vez, sugerindo estranhos remédios. Brásia Dias, a comadre que primeiro o tenta ajudar, um moço transformado em (fraco) alcoviteiro e um padre confessor que compreende “bem demais” o sofrimento do seu colega completam o leque de personagens desta divertida farsa, que termina com uma “ensalada” poética e musical, com referências a outras peças do autor e a elementos do cancioneiro tradicional.
A peça apresenta caricaturas de pessoas concretas – os quatro “físicos” correspondem a pessoas que realmente existiam e que o público facilmente reconhecia – mas é também, como quase toda a obra de Vicente, um retrato da corte, da Igreja e da sociedade portuguesas do século XVI em Portugal.
Como sempre faz nas suas incursões vicentinas, A Escola da Noite conjuga uma abordagem cénica contemporânea com o respeito incondicional pelo texto original, sem concessões nem actualizações forçadas. Cabe às restantes linguagens postas em cena (a gestualidade, a cenografia, os figurinos, os adereços, a música) o papel de ajudar a esclarecer os sentidos de algumas palavras que, ao longo dos 500 anos que nos separam de Gil Vicente, foram caindo em desuso. Para os casos mais dificeis, existe um glossário, distribuído gratuitamente aos espectadores, que inclui também, neste caso, algumas notas sobre o contexto histórico em que o texto foi escrito e sobre as pessoas reais que Vicente imortalizou. Esta opção acrescenta um atractivo adicional ao espectáculo: uma prazerosa descoberta ou redescoberta de palavras “estranhas” mas que fazem parte da vida e da riqueza da língua portuguesa.
O espectáculo estreou no passado dia 25 de Setembro e é uma co-produção com a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos, a propósito das comemorações do 35º aniversário do Serviço Nacional de Saúde. Para além de uma curta temporada para o público em geral, o espectáculo tem vindo a ser apresentado em sessões especiais para o público escolar (em horário diurno), numa temporada que se estende até 13 de Novembro e para a qual ainda é possível efectuar marcações.
Com encenação de António Augusto Barros, o espectáculo conta com as interpretações de Filipe Eusébio, Igor Lebreaud, Maria João Robalo, Miguel Magalhães e Sofia Lobo. O cenário recupera um objecto carismático da história da companhia – a caixa desenhada por João Mendes Ribeiro que tem acompanhado boa parte do percurso vicentino d’A Escola da Noite.

Igor Lebreaud e Sofia Lobo, "Auto dos Físicos" (foto: Pedro Rodrigues)

Igor Lebreaud e Sofia Lobo, “Auto dos Físicos” (foto: Pedro Rodrigues)

Saúde Mental e Arte
A sessão especial do próximo sábado acontece a convite do Programa Nacional para a Saúde Mental, no âmbito da iniciativa “Saúde Mental e Arte”, que decorre em Coimbra entre 10 e 19 de Outubro. Ao longo de dez dias, várias exposições e mais de 30 espectáculos de teatro e dança de grupos ligados a várias instituições portuguesas de saúde mental estão a ser apresentados em diferentes espaços da cidade, entre os quais o Teatro da Cerca de São Bernardo. A iniciativa tem como objectivo divulgar o trabalho que vem desenvolvido nesta área em todo o país e contribuir para o combate ao estigma que afecta as pessoas com problemas de saúde mental.
“Auto dos Físicos” é o espectáculo convidado pela organização e encerra simbolicamente a programação, numa sessão aberta ao público em geral, com entrada gratuita.

TEATRO
Auto dos Físicos
de Gil Vicente
pel’A Escola da Noite

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Maria João Robalo, Igor Lebreaud, Filipe Eusébio, Sofia Lobo e Miguel Magalhães, “Auto dos Físicos” (foto: Pedro Rodrigues)

encenação António Augusto Barros interpretação Filipe Eusébio, Igor Lebreaud, Maria João Robalo, Miguel Magalhães, Sofia Lobo elemento cénico João Mendes Ribeiro figurinos e adereços Ana Rosa Assunção luz Rui Valente som Zé Diogo apoio vocal Sofia Portugal co-produção A Escola da Noite / Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos
M/12 > 50′ (aprox.)

sessão especial no âmbito do programa “Saúde Mental e Arte”
18 de Outubro
sábado, 21h00
entrada gratuita

sessões para o público escolar
até 13 de Novembro
terça a quinta-feira, 11h00 ou 15h00
3 Euros (entrada gratuita para alunos abrangidos pelo escalão A da ASE e para professores acompanhantes)

informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt