Uma estreia elegante e cheia de estilo

Fevereiro 21st, 2010

Integrado no ciclo INCORPORAÇÕES, amanhã, 22 de Fevereiro, pelas 21h30, projectamos “A Diva e os Gangsters”, de Jean-Jacques Beineix, numa versão legendada em inglês, e, ao contrário do inicialmente anunciado, o comentário é da responsabilidade de José Manuel Mendes, sociólogo, professor na FEUC e investigador do CES.
Os filmes do ciclo INCORPORAÇÕES são exibidos no bar do Teatro da Cerca de São Bernardo e têm entrada livre.

“A Diva e os Gangsters [Diva et les Gangsters]” SINOPSE Um jovem paquete parisiense faz uma gravação ilegal de um concerto da sua cantora de ópera favorita. Quando a cassete pirata é acidentalmente trocada com um vídeo de segurança que incrimina uns gangsters perigosos, dois killers psicopatas são enviados no seu encalce… Uma estreia elegante e cheia de estilo do realizador Jean-Jacques Beineix (“Betty Blue 37º 2 de Manhã”), que inclui uma inesquecível perseguição de mota pelas ruas e metropolitano de Paris. REALIZADOR Jean-Jacques Beineix INTÉRPRETES Frédéric Andréi, Roland Bertin, Richard Bohringer, Gérard Darmon, Chantal Deruaz. (França, 1981 – 113m).

el buen hacer de Pazó

Fevereiro 20th, 2010

No próximo dia 3 de Março, às 21h30, regressa a Coimbra e ao Teatro da Cerca de São Bernardo o actor, encenador e actor galego Cándido Pazó. “Historias Tricolores ou de como aqueles animaliños proclamaron a república”, integrado no ciclo “do monólogo, coisa pública”, é o título do espectáculo que, de acordo com “La Voz de Galicia”, “[é] una propuesta unipersonal, a caballo entre la narración y el teatro: un texto divertido y emotivo, donde el cómico enlaza varias historias para reivindicar la memoria de dos personajes humildes y anónimos, en el complicado momento histórico que les tocó vivir. Así es «Historias tricolores»: directa y de recepción rápida como el monólogo cómico y el cuento de taberna, y cuidada en su puesta en escena, iluminación y sonido como una función teatral. Sin duda, una excelente oportunidad para volver a reencontrarse con el buen hacer de Pazó, o para quienes no lo conozcan, descubrir cómo borda las facetas de cómico y cuentista.”

1 a 6 de Março | seis monólogos

Fevereiro 19th, 2010

“O monólogo foi olhado durante séculos com uma indisfarçada desconfiança.

O realismo e o naturalismo toleravam-no, dentro da forma teatral, como excepção: era estático, anti-teatral, inverosímil.

Nos clássicos gregos e em Shakespeare, no entanto, a presença do solilóquio é exemplar. Como pensar peças como Medeia, Rei Édipo, Hamlet, Lear, sem a reflexão solipsista dos seus protagonistas?

A escrita contemporânea, em especial a escrita da segunda metade do século XX, caracteriza-se pela “destruição da dramaturgia dialógica”. Não se trata de uma substituição nem de uma menorização da palavra, mas de um outro entendimento da escrita, menos auto-suficiente e mais consciente da sua parte na organização cénica. O discurso cénico reorganiza-se de forma rapsódica, valoriza-se a colagem, o fragmento, a pulsão poética. Beckett, Heiner Müller, Handke, Kroetz, Gregory Motton e um sem número de dramaturgos escreveram, escrevem para um acto criativo que quer estabelecer um novo protocolo com o espectador entregando-lhe uma parte maior do que a mera decifração de um enredo, entregando-lhe dúvidas, perplexidades, partes ocas, buracos negros para que complete a sua leitura de uma forma crítica, criativa.

O monólogo, o solo, para além de meras razões económicas (que também as há), autonomizou-se mesmo da obra, deixou de ser parte para passar a ser um género próprio, uma forma autónoma cada vez mais cultivada.

Um homem ou uma mulher em cena podem ser um mundo em si próprios, acompanhando a pluralização do eu que o século passado promoveu como nenhum outro, falam com as suas outras vozes, os seus outros eus; e falam com o mundo, são ícones do mundo, resistindo à incomunicação que medra nas cidades, à insatisfação, à mutilação do desejo, ao abandono dos velhos, dos marginais, das crianças, dos desempregados, dos esfomeados. Estamos todos a falar sozinhos, nas ruas, nos asilos, nas prisões, nos hospitais. Como poderia o teatro, talvez a mais política das artes, a mais atenta e dependente da polis, resistir a falar de tudo isto?”

António Augusto Barros

Fotografias: António Pinho Vargas © Isabel Pinto; “Vulcão” © Margarida Dias; “Historias Tricolores” © Afonso Castro; “Concerto à la Carte”  ©  Paulo Nogueira; “Mary Stuart” e “Calendário da Pedra” ©  T. Stoklos Kignel.

“ganhatempo”

Fevereiro 18th, 2010

Fotografia de Thaís Stoklos Kignel

“Não é teatro de mentirinha, é de ‘verdadona’”, defende a atriz, ressaltando que, na realidade, essencial é o teatro. “Teatro não pode ser visto como passatempo, é ‘ganhatempo’, é o ser humano ganhando, com a experiência que vê em cena, novas oportunidades de fazer melhor. O teatro, com Shakespeare, Molière e tantos outros gênios, diz não ao sistema. No teatro, o homem volta a ser sujeito, a ponto de caber a ele a leitura do que está no palco”. Denise Stoklos em entrevista ao jornal “O Tempo”, 27/08/2009

A actriz, encenadora, coreógrafa, autora brasileira vai estar para apresentar em Coimbra — em duas datas únicas no país —  dois dos seus espectáculos mais premiados: “Mary Stuart” e “Calendário da Pedra”, nos dias 5 e 6 de Março, no Teatro Académico de Gil Vicente e no Teatro da Cerca de São Bernardo, respectivamente. Aconselhamos todos a que não percam tempo…

Apresentações integradas no ciclo “Do Monólogo, Coisa Pública”, programação cultural externa da XII Semana Cultural da Universidade de Coimbra.

“A Diva e os Gangsters”

Fevereiro 18th, 2010

O ciclo de cinema INCORPORAÇÕES, organizado pelo Núcleo de Estudos sobre Ciência, Tecnologia e Sociedade do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra (NECTS) que A Escola da Noite acolhe no Bar do Teatro da Cerca de São Bernardo, desde o passado 1 de Fevereiro até 29 de Março, sempre às segundas, vai no próximo dia 22 de Fevereiro atingir metade das sessões calendarizadas. Os filmes exibidos, oito no total, correspondem a escolhas de elementos do NECTS em torno da temática dos novos olhares da Sociologia sobre o Corpo, a (des)construção social e as múltiplas performances do corpo quando analisado na sua relação com a ciência e a tecnologia, a sexualidade e o crime, a política e a biologia, a discriminação e a aberração, o material e o espiritual. No final de cada projecção, e depois de um comentário inicial, um elemento do Núcleo anima um debate. Chegados a meio do Ciclo, o balanço da iniciativa é claramente positivo, verificando-se uma grande procura por parte do público e a realização de debates animados.
Na próxima segunda-feira, 22 de Fevereiro, pelas 21h30, é a vez de “A Diva e os Gangsters”, de Jean-Jacques Beineix, numa versão legendada em inglês, e, ao contrário do inicialmente anunciado, o comentário é da responsabilidade de José Manuel Mendes, sociólogo, professor na FEUC e investigador do CES.
Os filmes do ciclo INCORPORAÇÕES são exibidos no bar do Teatro da Cerca de São Bernardo e têm entrada livre.

“A Diva e os Gangsters [Diva et les Gangsters]” SINOPSE Um jovem paquete parisiense faz uma gravação ilegal de um concerto da sua cantora de ópera favorita. Quando a cassete pirata é acidentalmente trocada com um vídeo de segurança que incrimina uns gangsters perigosos, dois killers psicopatas são enviados no seu encalce… Uma estreia elegante e cheia de estilo do realizador Jean-Jacques Beineix (“Betty Blue 37º 2 de Manhã”), que inclui uma inesquecível perseguição de mota pelas ruas e metropolitano de Paris. REALIZADOR Jean-Jacques Beineix INTÉRPRETES Frédéric Andréi, Roland Bertin, Richard Bohringer, Gérard Darmon, Chantal Deruaz. (França, 1981 – 113m).