Archive for the ‘Circulares à imprensa’ Category

Filme de Buster Keaton abre terceira semana de “Palhaço velho, precisa-se”

Terça-feira, Setembro 22nd, 2020

“The General”, o filme de Buster Keaton que em Portugal ficou conhecido como “Pamplinas Maquinista”, é a segunda proposta d’A Escola da Noite no ciclo de cinema associado à temporada do espectáculo “Palhaço velho, precisa-se”. É exibido esta quarta-feira no Teatro da Cerca de São Bernardo, abrindo a terceira semana da temporada da mais recente criação da companhia de Coimbra.

The General
“The General” (“Pamplinas Maquinista), de Buster Keaton e Clyde Bruckman, é uma comédia romântica realizada em 1927. Durante a Guerra Civil Americana, para impressionar a sua namorada, Johnnie Gray (Buster Keaton) corre a alistar-se. É rejeitado. Volta ao seu trabalho como maquinista, o que lhe vale o desprezo da namorada e da família. Consegue, ainda assim, atingir uma glória involuntária, quando espiões do norte roubam o seu comboio, com a namorada a bordo, e ele, sozinho, consegue não só resgatá-lo, como levar o inimigo à derrota.
A projecção do filme no TCSB, marcada para esta quarta-feira, 23 de Setembro, às 21h30, é o segundo momento do ciclo de cinema sobre “clown” e arte circense, organizado pel’A Escola da Noite a propósito da temporada de “Palhaço velho, precisa-se”. Com o preço único de 3 Euros por sessão, o ciclo termina no dia 30 com a exibição de “Lola Montés”, filme do alemão Max Ophüls.

“Palhaço velho, precisa-se”. Foto: Eduardo Pinto

“Palhaço velho, precisa-se”
A partir de quinta-feira, às 19h00, prossegue a temporada do mais recente espectáculo d’A Escola da Noite. “Palhaço velho, precisa-se”, de Matéi Visniec, conta com tradução de Regina Guimarães, encenação de António Augusto Barros e interpretação de Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash. A peça fala-nos de três palhaços velhos e sem trabalho que se reencontram numa sala de espera para uma entrevista de emprego e precisam de provar que estão à altura da “oportunidade”. Num espaço apertado e claustrofóbico, perante uma porta que permanece fechada, os três antigos companheiros experimentam sensações contraditórias: a alegria de voltarem a estar juntos, o sabor agridoce das muitas memórias partilhadas e a amargura da competição a que foram obrigados, para poderem sobreviver. Como muitas das obras de Visniec, o texto conjuga humor (às vezes negro), tensão, perfídia e constantes oscilações de ritmo, num muito exigente trabalho de actores.
Estreado no passado dia 10 de Setembro, o espectáculo fica em cena em Coimbra, no TCSB, até 4 de Outubro, de quinta a domingo.
Os bilhetes podem ser reservados pelos contactos habituais ou comprados antecipadamente, no Teatro ou através da Ticketline.

Coimbra
Teatro da Cerca de São Bernardo

Programação de 21 de Setembro a 4 de Outubro de 2020

CINEMA
THE GENERAL (Pamplinas Maquinista), de Buster Keaton e Clyde Bruckman
1927 | EUA | 79′ | Comédia Romântica, Mudo, Guerra | M/6
com Marion Mack, Charles Henry Smith, Richard Allen
23 de Setembro de 2020
Quarta-feira, 21h30
Preço único por sessão: 3 Euros
(filme mudo, com entretítulos em inglês)
Ciclo de cinema sobre clown e arte circense, associado à temporada de “Palhaço velho, precisa-se”

TEATRO
Palhaço velho, precisa-se
de Matéi Visniec
A Escola da Noite
até 4 de Outubro de 2020
quintas, 19h00; sextas e sábados, 21h30; domingos, 16h00
M/14 > 1h45, com intervalo
Preços: 5 a 10 Euros

CINEMA
LOLA MONTÉS, de Max Ophüls
1955 | Alemanha, França | 110′ | Comédia, Drama | M/12
com Martine Carol, Peter Ustinov, Anton Walbrook
30 de Setembro de 2020
Quarta-feira, 21:30
(filme falado francês com legendas em português)
Ciclo de cinema sobre clown e arte circense, associado à temporada de “Palhaço velho, precisa-se”
Preço único por sessão: 3 Euros

Bilhetes à venda no TCSB e na Ticketline e nos locais habituais

informações e reservas
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

Covid-19 – Plano de Prevenção e Contingência do TCSB
De acordo com a Orientação da DGS 28/2020, de 28 de Maio, e o Plano de prevenção e contingência do TCSB, a lotação e a ocupação da sala estão condicionadas: os lugares são marcados e é respeitada a distância de uma cadeira entre cada lugar ocupado. É obrigatória a utilização de máscara no interior do Teatro e o cumprimento das demais condições de segurança indicadas à entrada do edifício.

“Palhaço velho, precisa-se” estreia a 10 de Setembro

Quarta-feira, Setembro 2nd, 2020

A Escola da Noite estreia a 10 de Setembro, no Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, o espectáculo “Palhaço velho, precisa-se”, do dramaturgo romeno Matéi Visniec. A nova criação da companhia tem encenação de António Augusto Barros e fica em cena durante quatro semanas, de quinta a domingo.

“Palhaço velho, precisa-se”, de Matéi Visniec – foto de ensaio (© Eduardo Pinto)

“Palhaço velho, precisa-se” (“Petit Boulot pour vieux clown”, na versão original), é uma comédia trágica escrita em 1986 pelo escritor romeno, um ano antes de se exilar em França, face à censura de que os seus textos eram alvo na ditadura de Nicolae Ceausescu. Três palhaços velhos e sem trabalho reencontram-se numa sala de espera para uma entrevista de emprego e precisam de provar que estão à altura da “oportunidade”. No espaço apertado e claustrofóbico da sala de espera, perante uma porta que permanece fechada, os três antigos companheiros experimentam sensações contraditórias: a alegria de voltarem a estar juntos, o sabor agridoce das muitas memórias partilhadas e a amargura da competição a que foram obrigados, para poderem sobreviver.
Como muitas das obras de Visniec, o texto conjuga humor (às vezes negro), tensão, perfídia e constantes oscilações de ritmo, num exigente trabalho de actores a que Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash respondem ao longo de 1h45 de espectáculo.
A produção d’A Escola da Noite utiliza a tradução para português feita por Regina Guimarães, tem cenografia de João Mendes Ribeiro e Luísa Bebiano, figurinos e adereços de Ana Rosa Assunção, luz de Danilo Pinto e som de Zé Diogo.
Após a estreia, marcada para 10 de Setembro às 21h30, “Palhaço velho, precisa-se” fica em cena no TCSB até 4 de Outubro – às quintas-feiras às 19h00, às sextas e sábados às 21h30 e aos domingos às 16h00. Tendo em conta as limitações à lotação da sala, é ainda mais aconselhável efectuar a reserva de lugares ou a compra antecipada de bilhetes, no Teatro ou pela internet.

“Uma máquina concebida para nos humilhar e nos matar”
Em declarações feitas a propósito de uma encenação deste espectáculo em Fança, Matéi Visniec assumia há uns anos o seu gosto por palhaços, as memórias que guarda da chegada do circo à cidade onde vivia na infância e a impressão que lhe causou o filme “Clowns”, de Fellini: “Escrevi esta peça porque para mim o palhaço é uma personagem que ri enquanto chora e que chora enquanto ri; é ao mesmo tempo o bobo da corte que zomba do seu rei e o louco que diz a verdade; é o espelho impiedoso do seu tempo e o eco infantil do tempo que passa”.
Os palhaços desta peça, contudo, “não correspondem apenas a essa imagem divertida, ou até apaziguadora, de personagens encarregadas, perante a miséria reinante, de trazer um pouco de sol, um pouco de doçura, um momento de vigor, de alegria e consolação àqueles que têm de aguentar o insustentável”. Em “Palhaço velho, precisa-se” eles “podem tornar-se três mesquinhos gladiadores capazes de se matar por causa de um pequeno anúncio”.
Na escrita da peça – acrescentou Visniec – “interessou-me este lado cruel da vida”, “a vida que por vezes nos transforma em palhaços cruéis, em palhaços frágeis, obrigados a exibir-se e a representar a grande comédia social, obrigados até a entrar no jogo da máquina concebida para nos humilhar e nos matar”.

TEATRO (ESTREIA)
Palhaço velho, precisa-se
de Matéi Visniec
A Escola da Noite

Coimbra
Teatro da Cerca de São Bernardo

estreia
10 de Setembro de 2020
quinta-feira, 21h30

temporada
até 4 de Outubro de 2020
quintas-feiras, 19h00
sextas e sábados, 21h30
domingos, 16h00

texto Matéi Visniec
tradução Regina Guimarães
encenação António Augusto Barros
interpretação Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash
cenografia João Mendes Ribeiro e Luisa Bebiano figurinos e adereços Ana Rosa Assunção desenho de luz Danilo Pinto som Zé Diogo consultor de magia Tony Klauf cabelos Carlos Gago
M/14 > 1h45, com intervalo

Preços
Bilhete normal: 10 €
Estudantes, jovens, M/65 anos, profissionais
e amadores/as de teatro: 6 €
Entidades protocoladas TCSB, Funcionários/as da CMC: 5 €
Quintas-feiras (“Quintas no Teatro”): 5 €
Alunos/as do ensino artístico (FLUC, ESEC e Colégio São Teotónio): 3 €
Assinaturas TCSB: 5 entradas – 30 €; 10+1 entradas – 50 €

Bilhetes à venda no TCSB e na TicketLine e nos locais habituais

informações e reservas
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

Covid-19 – Plano de Prevenção e Contingência do TCSB
De acordo com a Orientação da DGS 28/2020, de 28 de Maio, e o Plano de prevenção e contingência do TCSB, a lotação e a ocupação da sala estão condicionadas: os lugares são marcados e é respeitada a distância de uma cadeira entre cada lugar ocupado. É obrigatória a utilização de máscara no interior do Teatro e o cumprimento das demais condições de segurança indicadas à entrada do edifício.

De volta aos ensaios: “Palhaço velho, precisa-se!” estreia em Setembro no TCSB

Quinta-feira, Agosto 6th, 2020

Concluído o período de férias, o elenco d’A Escola da Noite retomou esta semana os ensaios de “Palhaço velho, precisa-se!”, do dramaturgo romeno Matéi Visniec. A nova criação do grupo de teatro de Coimbra é encenada por António Augusto Barros e tem estreia marcada para Setembro, no Teatro da Cerca de São Bernardo.

“Palhaço velho, precisa-se”, de Matéi Visniec – ensaio (© Eduardo Pinto)

À beira de alcançar as 70 novas criações em 28 anos de actividade ininterrupta, A Escola da Noite decidiu voltar a explorar a obra do dramaturgo e romancista romeno Matéi Visniec, autor de“Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”, apresentado pela companhia em 2014.
Em “Palhaço Velho, Precisa-se!”, três palhaços, velhos e sem trabalho, encontram-se numa sala de espera para uma entrevista de emprego e precisam de provar que estão à altura da “oportunidade”. A alegria do reencontro, as suas memórias e a competição em que se vêem envolvidos conjugam-se, num espaço apertado e claustrofóbico ante uma porta fechada, numa espécie de comédia trágica, com humor, tensão e perfídia.
A 69.ª criação da companhia estreará e cumprirá uma temporada no TCSB, em Coimbra, ao longo do mês de Setembro. Conta com tradução de Regina Guimarães, encenação de António Augusto Barros, interpretação de Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash, cenografia de João Mendes Ribeiro e Luisa Bebiano, figurinos e adereços de Ana Rosa Assunção, desenho de luz de Danilo Pinto e som de Zé Diogo.

“uma peça para o nosso tempo”
Em todos os países onde foi levada à cena têm sido identificadas as influências de “À espera de Godot”, de Samuel Beckett, também por se tratar de uma situação onde, aparentemente, “não acontece nada” para além dos (fortíssimos) diálogos entre personagens. Numa outra perspectiva, o crítico teatral dos Estados Unidos Peter Filichia escrevia em 2004: “é, definitivamente, uma peça para o nosso tempo. (…) Ela lida não só com a profunda ansiedade de um indívíduo que está desempregado mas também com o medo genuíno de que esteja demasiado velho para o mercado de trabalho.”
Um outro crítico teatral, Roland Sabra, escreveu em 2006, a propósito de uma encenação desta peça: “É uma história de homens, uma história de ódio e amizade, uma história de rivalidade e cumplicidade, uma história de palavras e gestos, uma história de ilusões perdidas e de velhice, uma história que coloca o eterno problema de como nos livrarmos do outro com quem temos tanto a partilhar.”

Matéi Visniec
Matéi Visniec nasceu no norte da Roménia, a 29 de janeiro de 1956.
Na Roménia de Ceausescu, encontra rapidamente na literatura um espaço de liberdade. Alimenta-se de Kafka, Dostoievski, Camus, Beckett, Ionesco, Lautréamont… Ama os surrealistas, os dadaístas, os discursos fantásticos, o teatro do absurdo e do grotesco, a poesia onírica e mesmo o teatro realista anglo-saxão.
Estudante de Filosofia em Bucareste, torna-se muito activo no seio da chamada “geração de 1980”, que baralhou a paisagem poética e literária da Roménia da época. Acredita na resistência cultural e na capacidade da literatura para demolir o totalitarismo. Acredita sobretudo que o teatro e a poesia podem denunciar a manipulação das pessoas através das “grandes ideias”.
Afirma-se na Roménia com a sua poesia refinada, lúcida, escrita com amargura. Começa a escrever teatro em 1977: as suas peças circulam abundantemente no meio literário, mas a sua subida ao palco é proibida.
Deixa a Roménia em 1987 e pede asilo político em França. Redige, na Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, uma tese sobre a resistência cultural nos países da Europa de Leste na época comunista, mas começa também a escrever peças de teatro em francês. Entre 1988 e 1989 trabalha para a BBC e a partir de 1990 para a Radio France Internationale.
Depois de um primeiro sucesso nas Jornadas dos Autores organizadas pelo Théâtre les Célestins de Lyon, em 1991, com a peça “Les Chevaux à la fenêtre”, Matéi Visniec é descoberto por numerosas companhias e as suas peças são representadas em Paris, Lyon, Avignon, Marseille, Toulouse, La Rochelle, Grenoble, Nancy, Nice, etc. Neste momento, Matéi Visniec conta com numerosas criações em França. Cerca de trinta das suas peças escritas em francês estão editadas.
Esteve em cartaz em cerca de trinta países, como Itália, Grã-Bretanha, Polónia, Turquia, Suécia, Alemanha, Israel, Estados Unidos Canadá, Japão, Brasil e Portugal.
Tornou-se, desde 1992, um dos autores mais representados no Festival Off de Avignon com cerca de quarenta criações. Em Paris as suas peças foram representadas em vários teatros.
Na Roménia, depois da queda de Ceausescu, Matéi Visniec tornou-se o autor dramático vivo mais representado. É também autor de três romances editados na Roménia.
Recentemente recebeu: o Prémio Jean-Monnet da Literatura Europeia 2016; o Prémio Europeu 2009 da SACD; o Prémio “Coup de Coeur” (imprensa) Festival Off de Avignon 2009, pela peça A palavra Progresso na boca de minha mãe soava terrivelmente falsa; o Prémio “Coup du Coeur” (imprensa) Festival Off de Avignon 2008, pela peça Os desvãos Cioran ou Mansarda em Paris com vista para a morte.

Julho no TCSB: Tiago Cadete, pelo Citemor, e García Lorca, pelo Teatro das Beiras

Segunda-feira, Julho 13th, 2020

O Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra, acolhe na segunda quinzena de Julho o espectáculo de abertura do Citemor – Festival de Teatro de Montemor-o-Velho e a mais recente criação do Teatro das Beiras. As duas propostas assinalam a reabertura ao público do espaço programado pel’A Escola da Noite e encerram a temporada 2019/2020 deste equipamento municipal.

“Atlântico”, de Tiago Cadete

“Atlântico”, de Tiago Cadete (foto: Raphael Fonseca)

Desde 2012, o Teatro da Cerca de São Bernardo tem acolhido regularmente a extensão a Coimbra do Citemor. Nesta 42.ª edição do Festival de Montemor-o-Velho, Tiago Cadete regressa ao palco do TCSB para uma apresentação informal do seu mais recente projecto, no âmbito de uma residência de criação artística.
Quatro anos depois de aqui ter apresentado, também a convite do Citemor, o espectáculo “Alla Prima”, que abordava as construções de uma ideia de corpo brasileiro, Tiago Cadete abre agora as portas do processo de construção de “Atlântico”, o seu terceiro trabalho sobre as relações entre Portugal e Brasil.
De acordo com o próprio artista, Atlântico “parte de uma viagem de cruzeiro de Portugal em direcção ao Brasil, percurso outrora desconhecido pelos portugueses, transformado nos dias de hoje em rota de férias”. “Turistas viajam pelo mesmo caminho que já foi trânsito de corpos escravizados ou de marinheiros obrigados a sair do seu país para explorar esse denominado ‘Novo Mundo'”, um oceano que é também “lugar de fábulas e monstros, desafios e superações”. “Que novo Atlântico é esse e que memórias traz quando passamos por ele?” – pergunta o criador.
Tiago Cadete nasceu em Portugal e vive actualmente entre Portugal e o Brasil. O seu trabalho situa-se na fronteira entre as artes performativas e visuais. Licenciado em Teatro pela Escola Superior de Teatro e Cinema de Lisboa e pós-graduado em Sistema Laban/Bartenieff – Faculdade de dança Angel Vianna / Laban (Rio de Janeiro), frequenta actualmente o doutoramento em artes visuais na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (EBA-UFRJ). Ao longo do seu percurso, colaborou com os coreógrafos Francisco Camacho, Carlota Lagido, David Marques, Sílvia Real, Mariana Tengner Barros, Rafael Alvarez, Gustavo Ciríaco e Tino Sehgal e com os encenadores Jorge Andrade, John Romão, Jorge Silva Melo, João Brites, Alfredo Martins. O seu trabalho tem sido apresentado em diversos países: Portugal, Rússia, República Checa, Roménia, Espanha, França, Brasil, Bélgica, México, China, Cuba, Estados Unidos da América, Reino Unido, Argentina e Uruguai, entre outros.
Com música de Bruno Pernadas, luz de Rui Monteiro, figurino de Carlota Lagido e interpretação do próprio Tiago Cadete (também responsável pelo vídeo), “Atlântico” é uma co-produção entre o Teatro Nacional D. Maria II, o Teatro das Figuras – Faro e o Citemor, com estreia marcada para Lisboa, no próximo mês de Dezembro.
A apresentação informal em Coimbra terá lugar a 24 de Julho, sexta-feira, pelas 21h30. Como é habitual nos espectáculos promovidos pelo Citemor, o preço do bilhete é definido pelo espectador.

“O pequeno retábulo de García Lorca”, pelo Teatro das Beiras

Na semana seguinte, a 29 de Julho, o Teatro das Beiras apresenta em Coimbra o seu recém-estreado espectáculo, que visita a obra de um autor particularmente querido para A Escola da Noite. “Pequeno retábulo de García Lorca” é uma criação original a partir da obra do poeta, dramaturgo, artista plástico, músico e guionista espanhol Federico García Lorca. O espectáculo conjuga poesia, música e teatro e assume como objectivo “despertar a memória histórica em torno da biografia do autor universalmente consagrado, nascido em Granada no ano 1898 e fuzilado pelas tropas fascistas, nessa mesma cidade, em 1936, nos inícios da Guerra Civil espanhola”. A partir de textos de referência – adianta a companhia da Covilhã – esta nova criação estabelece “a evidência da herança da teatralidade popular mediterrânica, a par das influências do movimento modernista na corrente surrealista”.
A sessão no TCSB tem início às 21h30 e os bilhetes custam entre 6 e 10 euros, podendo ser reservados pelos contactos habituais: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt.

Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo
Programação de 20 de Julho a 2 de Agosto de 2020

TEATRO
Atlântico
Tiago Cadete
(residência de criação, apresentação informal – 42.º Citemor)
24 de Julho de 2020
sexta-feira, 21h30

criação, interpretação e vídeo Tiago Cadete música Bruno Pernadas luz Rui Monteiro figurino Carlota Lagido apoio à dramaturgia Bernardo de Almeida voz off Leonor Cabral
direcção técnica Nuno Patinho assessoria de imprensa Mafalda Simões produção Co-pacabana co-produção Teatro Nacional D. Maria II, Teatro Municipal de Faro, Festival Citemor
M/12 | 50′
Espectáculo integrado na extensão a Coimbra do 42.º Citemor – Festival de Montemor-o-Velho

Preços: a definir pelo espectador


TEATRO
Pequeno retábulo de García Lorca
Teatro das Beiras
29 de Julho de 2020
quarta-feira, 21h30

autor Federico García Lorca
dramaturgia e encenação Gil Salgueiro Nave cenografia e figurinos Luís Mouro interpretação Fernando Landeira, Roberto Jácome, Sílvia Morais, Susana Gouveia e Tiago Moreira
M/14 > 60′

Preços
Bilhete normal: 10€
Estudantes, jovens, M/65 anos, profissionais e amadores/as de teatro: 6€
Entidades protocoladas TCSB, Funcionários/as da CMC: 5€
Alunos/as do ensino artístico (FLUC, ESEC e Colégio São Teotónio): 3€
Assinaturas TCSB: 5 entradas – 30€; 10+1 entradas – 50€

informações e reservas
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
Bilheteira online
 ticketline.sapo.pt/e…/pequeno-retabulo-de-garcia-lorca-50540

Bilhetes à venda
TCSB, www.ticketline.sapo.pt, A.B.E.P., Ag. Abreu, ASK ME Lisboa, C.C. Dolce Vita-Tejo, Cascais Visitor Center, Casino Lisboa, CCB – Centro Cultural de Belém, E.Leclerc-Guimarães e Famalicão, El Corte Inglés, Fnac, Fórum Aveiro, Galerias Campo Pequeno, IT-Tabacarias-Amadora e Estoril, MMM Ticket, Mundicenter, Pav. Multiusos de Guimarães, Shopping Cidade do Porto, SuperCor – Supermercados, Teatro Tivoli BBVA, Time Out Mercado da Ribeira, U-Ticketline e Worten

Covid-19 – Plano de Prevenção e Contingência do TCSB
De acordo com a Orientação da DGS 28/2020, de 28 de Maio, a lotação e a ocupação da sala estão condicionadas: os lugares são marcados e será respeitada a distância de uma cadeira entre cada lugar ocupado. É obrigatória a utilização de máscara no interior do Teatro e o cumprimento das demais condições de segurança indicadas à entrada do edifício.

A Escola da Noite prepara dois espectáculos de Matéi Visniec

Quarta-feira, Junho 24th, 2020
Matéi Visniec (foto: Cato Leim)

Após dois meses e meio de paragem forçada, A Escola da Noite retomou os ensaios no início de Junho e prepara a estreia de duas novas criações, marcadas para os próximos meses de Setembro e Outubro. As inevitáveis alterações ao plano de actividades que estava previsto levaram a companhia de Coimbra de novo ao encontro do dramaturgo romeno Matéi Visniec. “Palhaço Velho, Precisa-se!” e “Do sexo da mulher como campo de batalha na Guerra da Bósnia” são as propostas do grupo para depois do Verão, no Teatro da Cerca de São Bernardo.

Autor de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”, que A Escola da Noite apresentou em estreia mundial em Coimbra em 2014, Matéi Visniec continua a ser um dramaturgo particularmente caro à companhia, que encontra na sua vasta obra múltiplos desafios e motivos de interesse.
Nascido na Roménia em 1956, Visniec destacou-se na paisagem literária do seu país nos anos 80 do século XX. Os seus trabalhos foram proibidos pelo Governo de Nicolae Ceausescu e em 1987 exilou-se em França, onde continua a residir e trabalha como jornalista para a Radio France Internationale. Tem mais de 30 peças editadas e já foi representado em países como Itália, Grã-Bretanha, Polónia, Turquia, Suécia, Alemanha, Israel, Estados Unidos Canadá, Japão e Brasil. É o autor dramático vivo mais representado na Roménia e foi distinguido com o Prémio Europeu 2009 da SACD e com o Prémio “Coup de Coeur” (imprensa) no Festival Off de Avignon, em 2008 e em 2009, entre outros. Em Portugal, para além d’A Escola da Noite, viu espectáculos seus encenados pela Companhia de Teatro de Almada (2017), pela Seiva Trupe (2016), por A Bruxa Teatro (2003 e 2005) e pelo Teatro Extremo (2003).

A cultura como “espaço de liberdade e reflexão”
Matéi Visniec admite que encontrou na literatura um espaço de liberdade e de resistência contra os totalitarismos e reconhece a admiração por autores como Kafka, Dostoievski, Camus, Beckett, Ionesco e Lautréamont, bem como as influências de correntes artísticas como o surrealismo, o dadaísmo, o teatro do absurdo e do grotesco. No texto que, em 2014, escreveu para o programa do espectáculo d’A Escola da Noite, afirmava fazer “parte de uma geração que encontrou na resistência cultural a resposta para a lavagem ao cérebro, o seu orgulho e a sua dignidade”. “A cultura — acrescentava o escritor romeno — foi sempre um espaço de liberdade e de reflexão, de resistência contra a arregimentação do homem e contra a manipulação (pelas ‘grandes ideias’ mas também pela sociedade de consumo, pela publicidade, e pela indústria de entretenimento ou pela imagem, tão poderosa nos nossos dias)”.
Acreditando que a literatura é “o espelho do homem e dos seus sofrimentos, das suas dúvidas e dos seus combates”, Matéi Visniec oferece-nos nas duas peças agora trabalhadas pel’A Escola da Noite, escritas em diferentes momentos do seu percurso, a oportunidade de reflectirmos sobre alguns aspectos que marcam, por vezes de forma trágica, as sociedades europeias contemporâneas.

“Uma peça para o nosso tempo”
Em “Palhaço Velho, Precisa-se!” (“Petit Boulot pour vieux clown”, escrita em 1986), três palhaços velhos, com dificuldades económicas e sem trabalho, encontram-se numa sala de espera para uma entrevista de emprego. Alguém procura um “palhaço velho” para um “pequeno trabalho” e as três personagens precisam desesperadamente de provar que estão à altura da “oportunidade”. A alegria do reencontro, o confronto com as memórias de cada um e a competição em que se vêem envolvidos conjugam-se, no espaço apertado e claustrofóbico de uma sala de espera ante uma porta fechada, numa espécie de comédia trágica, com humor, tensão e perfídia. Em todos os países onde foi levada à cena têm sido identificadas as influências de “À espera de Godot”, de Samuel Beckett, também por se tratar de uma situação onde, aparentemente, “não acontece nada” para além dos (fortíssimos) diálogos entre personagens. Numa outra perspectiva, o crítico teatral dos Estados Unidos Peter Filichia escrevia em 2004: “é, definitivamente, uma peça para o nosso tempo. (…) Ela lida não só com a profunda ansiedade de um indívíduo que está desempregado mas também com o medo genuíno de que esteja demasiado velho para o mercado de trabalho.”
Com encenação de António Augusto Barros, interpretação de Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash, cenografia de João Mendes Ribeiro e Luísa Bebiano, figurinos de Ana Rosa Assunção e desenho de luz de Danilo Pinto, “Palhaço Velho, Precisa-se” estreará em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo, em meados de Setembro.

A mulher como campo de batalha
“Do sexo da mulher como campo de batalha na guerra da Bósnia” (“La femme comme champ de bataille ou Du sexe de la femme comme champ de bataille dans la guerre en Bosnie”, escrita em 1996) evidencia no seu próprio título o assunto que nos é proposto. Dorra foi violada durante a Guerra da Bósnia (1992-1995) e está internada na Alemanha, onde conhece Kate, psicóloga norte-americana que integrou uma equipa de especialistas em abrir valas comuns no chão da antiga Jugoslávia. A peça é um pujante retrato da guerra e da forma particular como, nesta e em outras guerras, as mulheres são vítimas directas e indirectas da barbárie. A memória da Guerra da Bósnia convoca-nos inevitavelmente para uma reflexão sobre os nacionalismos, a xenofobia e “os clichés, os lugares-comuns e as maldades” que demasiadas vezes marcam a relação dos indivíduos com “o outro”.
Com tradução, encenação e interpretação de Ana Teresa Santos e Sofia Lobo, figurinos e adereços de Ana Rosa Assunção, desenho de luz de Danilo Pinto e sonoplastia de Zé Diogo, “Do sexo da mulher como campo de batalha na guerra da Bósnia” estreia em Outubro, também no Teatro da Cerca de São Bernardo, depois da temporada de “Palhaço Velho, Precisa-se!”.