A sessão de hoje do ciclo “Fé?” apresenta o filme “O Evangelho Segundo São Mateus”, de Pier Paolo Pasolini, comentado por José Manuel Pureza. A entrada é livre, mediante levantamento de bilhete.
Integrado no ciclo de cinema Fé?, organizado pelo Observatório para a Política da Diversidade Cultural e Religiosa na Europa do Sul (POLICREDOS), do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, são apresentadas diversas visões sobre a fé (ou as fés) na sua relação com algumas das questões incontornáveis no estudo das sociedades contemporâneas: o poder, a sexualidade, a política, as identidades culturais. Os filmes são comentados por investigadores do CES, após os quais é aberto o debate ao público.
Pier Paolo Pasolini foi um escritor, poeta e cineasta italiano, mas um artista solitário. O seu primeiro filme como director foi “Accattone”, de 1961, mas o reconhecimento internacional só veio em 1964, com “O Evangelho Segundo São Mateus”. Pasolini era um crítico da Itália do pós-guerra, de uma Itália burguesa e consumista que se livrara do ditador Mussolini, mas tendia a retornar ao fascismo. O uso do erotismo, da violência e depravação foi constante na sua obra, uma forma de expressar a sua visão da religião e da problemática social, motivo de muitos conflitos com a Igreja Católica e perseguições políticas.
Em “O Evangelho…” mostra a vida de Jesus Cristo tendo como base os evangelhos de São Mateus. Pasolini, no entanto, usa pouco do santo e mostra um Cristo marxista. Além de ter sido escolhido pelo Vaticano como um dos melhores filmes sobre a religião de todos os tempos, a obra de Pasolini recebeu o Grande Prémio do Júri no Festival de Veneza.