Archive for Março, 2012

FestCineAmazônia no TCSB

Segunda-feira, Março 19th, 2012

No âmbito do Colóquio Internacional “As lutas pela Amazónia no início do Milénio”, que decorre em Coimbra no final de Março, o Centro de Estudos Sociais e o TCSB acolhem a mostra itinerante do Festival Latino-Americano de Cinema e Vídeo Ambiental, que anualmente se realiza em Porto Velho, capital do estado brasileiro da Rondônia. Pelo ecran do Teatro da Cerca de São Bernardo passarão mais de uma dezena de filmes (curtas, médias e longas-metragens) com diferentes abordagens à realidade natural, social e cultural da Amazónia Brasileira.

org. Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra

programação completa e mais informações

Teatro da Cerca de S. Bernardo (Coimbra)

25 e 26 de Março

domingo  a partir das 15h00

segunda-feira a partir das 17h00

Entrada gratuita (até ao limite dos lugares disponíveis)

Informações e reservas:

 239.718.238 | 966.302.488 | geral@aescoladanoite.pt

O Mapinguari

Sexta-feira, Março 16th, 2012

O Mapinguari, o protector da Amazónia, é a mascote do Festcineamazônia, cuja mostra itinerante está prestes a chegar ao TCSB.
Em cada edição, a organização convida um animador brasileiro para realizar uma curta metragem a partir desta temática.
Eis a mais recente, de Marcos Magalhães e Guy Charmoux:

A Escola da Noite e Cendrev preparam co-produção

Quinta-feira, Março 15th, 2012

A Escola da Noite e o Centro Dramático de Évora (Cendrev) preparam a primeira co-produção entre as duas companhias. “O Abajur Lilás”, do brasileiro Plínio Marcos, estreia na segunda quinzena de Abril, no Teatro Garcia de Resende.

Teatro Garcia de Resende, Évora

Com idades e percursos diferenciados, as companhias de Coimbra e Évora mantêm desde há muito relações de colaboração a vários níveis: co-organização de projectos, redes de circulação e de programação de espectáculos, dinamização de plataformas de encontro e debate, entre outras.

Fundado em 1975 com o nome de Centro Cultural de Évora, o Cendrev é o primeiro exemplo de aposta na descentralização da criação teatral profissional em Portugal no pós-25 de Abril. A Escola da Noite, que celebra este ano o seu vigésimo aniversário, surgiu no início da década de 90, numa “segunda vaga” da descentralização do teatro português. Ambas as companhias apresentam reportórios eclécticos, de acordo com a missão de serviço público teatral que assumem como sua. Dentro deles, tem natural e particular destaque a dramaturgia de língua portuguesa.

Equacionada há muito tempo, como corolário lógico das ligações que vêm aprofundando, esta primeira co-produção é construída a partir da peça “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos. Com encenação de António Augusto Barros (director artístico d’A Escola da Noite), conta com a interpretação de Ana Meira, José Russo e Rosário Gonzaga (do Cendrev) e de Maria João Robalo e Miguel Lança (d’A Escola da Noite).

Tem a estreia marcada para 19 de Abril, em Évora, no histórico Teatro Garcia de Resende, cujo funcionamento é assegurado pelo Cendrev. Em Maio, o espectáculo será apresentado em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo, onde A Escola da Noite é companhia residente e responsável pela programação.

O “autor maldito”

Plínio Marcos (1935-1999) é um dos nomes mais marcantes do teatro brasileiro do século XX. Escreveu, entre outras, as peças “Barrela”, “Navalha na Carne” e “Dois perdidos numa noite suja” (apresentado pelo grupo de Coimbra em 2004, numa encenação de Sílvia Brito). Foi considerado um “autor maldito”, com várias obras proibidas pela censura dada a alegada “obscenidade” da linguagem empregada pelas suas personagens, quase sempre figuras marginais e do “bas-fond”.

“O Abajur Lilás”, escrita em 1969, foi uma dessas peças. Em 1975, os censores assistem a um ensaio geral e impedem a estreia do espectáculo, dirigido por Antônio Abujamra e com Lima Duarte no elenco. A Associação dos Críticos de Arte de São Paulo promove um comunicado, subscrito pela generalidade da comunidade teatral, solidarizando-se com Plínio e com a equipa do espectáculo: “o calão das suas personagens e a crueza das situações que denuncia são tão chocantes quanto a realidade que elas espelham. É mister não proibir obras como a deste autor, mas ter a coragem de encená-las como remédio amargo que deve tomar um organismo para manter-se sadio”.

Apesar de sofrer na pele os efeitos dessa censura e de ser obrigado a viver dos livros que ele próprio vendia na rua, nos bares e à porta dos teatros, Plínio ironizava com a perseguição: foi “sempre por merecimento. Eu nunca fiz nada para agradar às pessoas”. E encontrava uma explicação: “eu falo das transas nos estreitos, escamosos e esquisitos caminhos do roçado do bom Deus, das pessoas que estão por aí se danando, que moram na beira do rio e quase se afogam cada vez que chove, daquele homem que só come da banda podre, daquelas pessoas que só berram da geral sem nunca influir no resultado”.

Em “O Abajur Lilás”, Plínio Marcos expõe as relações e os conflitos entre três prostitutas e o dono da casa  que utilizam para exercer a sua actividade.

O Abajur Lilás

de Plínio Marcos

encenação António Augusto Barros interpretação Ana Meira, José Russo e Rosário Gonzaga (Cendrev) e Maria João Robalo e Miguel Lança (A Escola da Noite)

Évora, Teatro Garcia de Resende

19 a 28 de Abril quarta a sábado, 21h30; domingo, 16h00

Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo

16 a 27 de Maio terça a sábado, 21h30; domingos, 16h00

21 de Junho a 1 de Julho quinta a sábado, 21h30; domingos, 16h00

Provavelmente uma pessoa

Terça-feira, Março 13th, 2012

O Teatro das Beiras, da Covilhã, regressa ao TCSB já na próxima semana. Desta vez com um texto de alguém que Coimbra e o público d’A Escola da Noite conhecem bem… Abel Neves.

Dias 22 e 23 de Março, às 21h30. Reserve já!

Arredores de Lisboa. Um quintal na margem sul. Dois casais, pequenos comerciantes. Gente vulgar! Numa noite de Primavera, o insólito. Aparece um corpo estatelado no chão do quintal. Quem será? Como é que veio aqui parar? De onde terá vindo? Pela cor da pele é um africano. Mas também pode ser um brasileiro ou… Provavelmente uma pessoa! Alguém vindo de longe para involuntariamente transtornar a quietude de uma noite de Primavera num quintal da margem sul. Alguém que podia ter ido cair noutro sítio! Podia muito bem ter caído ali ao lado, na esplanada do café! Mas logo ali ao rés da oliveira do “nosso” quintal!

Estranho e inquietante tema, onde consciências e cumplicidades se confrontam atormentando vidas emocionalmente instáveis onde se cruzam sinais de diferentes identidades e se produzem contraditórios de sociabilidade. Contextos onde se desencadeiam gestos inconscientemente recortados no desrespeito e violência. E tudo isto ao pé de nós, no quintal de um vizinho ou num café de bairro na região da grande Lisboa.

“Provavelmente uma pessoa” é um exercício irónico sustentado por uma escrita prenhe de realidade rebuscada em acontecimentos factuais, sob o olhar ora divertido ora trágico de um dos mais representativos dramaturgos portugueses no nosso tempo.

encenação Gil Salgueiro Nave cenografia e figurinos Luís Mouro sonoplastia Helder F. Gonçalves interpretação Fernando Landeira, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Vânia Fernandes desenho de luz

M/12 > 6 a 10,00 Euros

informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

 

Plínio: “já que a voz do injustiçado não é ouvida, eles têm direito à cólera”

Segunda-feira, Março 12th, 2012

Veja aqui a primeira parte da entrevista.