Archive for Março, 2011

A Escola da Noite suspende programação externa do TCSB

Quinta-feira, Março 31st, 2011

A Escola da Noite sofreu um corte de 37% no financiamento do Ministério da Cultura no concurso de apoio às artes para 2011-2012, cujos resultados foram anunciados esta segunda-feira.

Trata-se do maior dos vários cortes graves registados entre outras estruturas de criação financiadas pelo Estado, sendo muito superior à percentagem que o Ministério anunciou “ter de aplicar” às estruturas que apoia (23%) e mais de duas vezes acima do corte médio efectivamente registado (17%).

Este corte, que tem gravíssimas consequências sobre a actividade e o funcionamento da companhia, é discriminatório, injusto e irresponsável.

 

1. discriminação

Ao contrário do que o Ministério anunciou publicamente, os cortes não foram aplicados de maneira equitativa pelas várias estruturas de criação com contratos plurianuais com a Direcção-Geral das Artes. A taxa de 23% anunciada pela Ministra da Cultura numa sessão “plenária” na Cinemateca em Novembro de 2010, traduziu-se, na prática, em situações muito diferenciadas: uma redução de 13% para as estruturas com apoios quadrienais e uma redução média de 24% para as estruturas com apoios bienais. Ao mesmo tempo, as estruturas com apoios anuais obtiveram, no seu conjunto, um aumento de 46%. Dentro desta incompreensível e injustificada discriminação, A Escola da Noite é a estrutura mais penalizada, com um corte de 37%.

2. injustiça

Para além da injustiça relativa, quer em relação às estruturas com contratos quadrienais, quer em comparação com as companhias com contratos a dois anos, A Escola da Noite sente-se injustiçada em relação ao seu próprio percurso e ao trabalho desenvolvido ao longo dos 19 anos de actividade permanente. Os 200 mil Euros / ano que o Ministério agora propõe como apoio à companhia são inferiores ao financiamento no arranque da companhia, em 1992. Uma penalização que é contraditória com a avaliação qualitativa feita pelo júri, que faz “uma leitura global muito positiva do desempenho conhecido da companhia e do seu papel na região onde se insere”, e pela Comissão de Acompanhamento e Avaliação, presidida pelo Director Regional da Cultura do Centro, que considerou “exemplar” a forma como a companhia desenvolveu o seu trabalho nos últimos anos.

3. irresponsabilidade

Por outro lado, o Ministério despreza o facto de A Escola da Noite assumir o duplo papel de estrutura de criação e de responsável pela gestão e programação do Teatro da Cerca de São Bernardo, com dois anos de provas dadas, no lançamento e na dinamização regular e qualificada deste novo equipamento da cidade. Este trabalho tem sido feito sem um financiamento específico para a programação, à custa do (já insuficiente) orçamento de que a companhia dispunha. Em 2010, as despesas com a gestão e a programação do TCSB foram de 160 mil Euros, dos quais 60 mil foram investidos pela própria companhia.  Com este corte, o MC mostra-se irresponsavelmente desinteressado das condições em que pode ou não funcionar um teatro que ajudou a financiar e que faz parte da Rede Nacional de Teatros e Cine-Teatros.

Tal como escrevemos em 2008, este modelo de concursos, que trata por igual realidades muito diferentes, é absolutamente desadequado para lidar com casos específicos como o d’A Escola da Noite no Teatro da Cerca de São Bernardo. Torna-se por isso urgente a celebração de outro tipo de contratos entre as estruturas de criação, a Administração Central e as autarquias, pensados caso a caso e capazes de assegurar a estabilidade mínima indispensável ao bom funcionamento destes grupos e destes equipamentos.

 

Neste cenário, colocada perante a necessidade de lutar pela sua própria sobrevivência enquanto estrutura de criação e sem meios humanos e financeiros que lhe permitam assegurá-la, A Escola da Noite é, para já, forçada a suspender a programação externa do Teatro da Cerca de São Bernardo durante o segundo trimestre de 2011.

 

A Escola da Noite

Coimbra, 31 de Março de 2011.

 

lançamento da Revista Galega de Teatro

Quarta-feira, Março 23rd, 2011

Coimbra acolhe no próximo dia 29 de Março pelas 21h30, o lançamento do último número da Revista Galega de Teatro (RGT). A iniciativa é da Cena Lusófona, inserindo-se em mais uma “A Cena no Café”, desta vez no bar do Teatro da Cerca de São Bernardo. Este número da RGT inclui a edição inédita em português da peça “Nunca estive em Bagdad” do dramaturgo e romancista Abel Neves e na sessão será feita uma leitura de excertos da obra pelos actores d’A Escola da Noite.

 

Este é o número 65 da RGT, correspondente ao inverno 2010-2011. Com a publicação da peça “Nunca estive em Bagdad”, a revista galega aproxima-se ainda mais da dramaturgia portuguesa, reforçando a aposta no intercâmbio com o mundo da lusofonia.

Para além da peça portuguesa, este volume integra ainda o trabalho sobre manipulação de objectos elaborado por Rene Baker, o artigo de Manuel Lourenzo sobre Luís Seoane e o trabalho de Xosé Manuel Pazos sobre o XXV aniversário da companhia asturiana Teatro del Norte. Na secção “Temas”, destaque para o artigo de Manuel Vieites sobre Compnhias Residentes e as reflexões de Afonso Becerra sobre o poder dos grandes nomes nas artes cénicas. O espaço “Dança” é preenchido pela entrevistaà directora do Centro Coreográfico Galego (Mercedes Soarez), enquanto a “Entrevista” é dedicada a Blanca Cendán, directora do Centro Dramático Galego. Para além das habituais páginas reservadas aos “Festivais” e “Livros”, este número dá especial destaque ao tema “em memória”, dedicado a Suso Diaz, actor e cenógrafo do Sarabela Teatro recentemente desaparecido. A secção “Espectáculos” inclui as críticas a “In”, da Elefante Elegante e “Life is a paripé”, da Obras Públicas.

A Revista Galega de Teatro existe desde 1983 (embora façam parte do seu percurso nomes diferentes como título) e surgiu na Corunha com o objectivo de divugar informação teatral por todo o país. Tem uma periocidade trimestral e mantém há vários anos relações de colaboração com a Cena Lusófona, nomeadamente no âmbito dos Encontro Internacionais sobre Políticas de Intercâmbio e dos Encontros Ibéricos de Revistas de Teatro.

“Nunca estive em Bagdad” de Abel Neves

Abel Neves

Abel Neves é um dramaturgo e romancista português com mais de 25 peças teatrais publicadas e encenadas, dentro das quais “Jardim Suspenso”,contemplada em 2009 com o Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva. Para além do teatro, é autor ainda de sete romances, ao que junta a edição de poesia e ensaios.

A obra “Nunca estive em Bagdad”, da sua autoria, está já traduzida em Alemão, Árabe, Castelhano, Francês, Húngaro, Inglês, Polaco e Romeno. Transporta-nos para um universo íntimo de duas pessoas, um casal, onde o quotidiano se desenrola numa normalidade que contrasta apenas com um elemento alheio aos interesses comuns: um ecran de televisão. Embora já tenha sido apresentada em Portugal (Beja), Espanha, Bélgica e Luxemburgo e também já tenha contado com leituras encenadas e públicas em França, Escócia, Alemanha, Hungria e Polónia, a peça ainda não tinha sido editada em Português. Na sessão de apresentação, actores da companhia de teatro A Escola da Noite farão uma leitura pública de excertos da obra.

Depois de Coimbra, o lançamento do número 65 da Revista Galega de Teatro será feito também em Braga, no Theatro Circo, no dia 11 de Abril.

 

com BCC da marionet

Sexta-feira, Março 18th, 2011

Miguel Lança, Rafaela Bidarra, Mário Montenegro e Joana Pupo em "BCC", fotografia de Francisca Moreira

BCC Blind Carbon Copy

Como num email em que não conhecemos os destinatários ocultos, a nossa vida parece muitas vezes estar a esconder de nós mesmos o essencial. Aparentemente translúcida como um riacho de água corrente, a nossa existência é parte de um caos impossível de compreender com o olhar.

A marionet está no Teatro da Cerca de São Bernardo até 20 de Março, quarta a sábado, às 21h30 e domingo às 16 horas.

reservas telefone 239 718 238 | telemóvel 966 302 488 | e-mail geral@aescoladanoite.pt

estreia hoje!

Quarta-feira, Março 16th, 2011

A Escola da Noite acolhe  no Teatro da Cerca de São Bernardo a marionet para estreia e temporada da sua mais recente produção: BCC – Blind Carbon Copy. Estreia hoje  e mantém-se em cena até 20 de Março, de quarta a sábado às 21h30 e no domingo às 16 horas. As  reservas podem ser efectuadas pelo telefone 239 718 238, telemóvel 966 302 488 ou e-mail geral@aescoladanoite.pt.

 

Rafaela Bidarra e Joana Pupo, fotografia de ensaio de Francisca Moreira

 

“Já passaram mais de dois anos desde a primeira vez que visitámos o trabalho desenvolvido no grupo Freshwater Ecosystems and Catchment Areas do IMAR-CMA, quando nos surpreendemos pela primeira vez com a imensa vida existente nos rios e desenvolvemos consciência da fragilidade e complexidade destes ecossistemas e das constantes ameaças a que a Humanidade os expõe.

O fascínio pelo quase invisível mundo dos macroinvertebrados e a vontade de colocar as atenções no tema muito actual das alterações climáticas fez-nos persistir neste projecto e agora, finalmente, levá-lo a palco.

Durante a nossa residência neste centro de investigação fomos recolhendo amostras do trabalho científico aí desenvolvido para o trabalho que viríamos a compor. Fomos ao campo observar a relação entre os cientistas e os seus objectos de estudo, estivemos no laboratório a vê-los criar experiências controladas, apreendemos os seus métodos, os seus motivos, as suas visões do mundo, as suas dúvidas, as suas perguntas. E fomos estabelecendo as bases para a nossa própria experiência no nosso laboratório.

No momento em que iniciámos a fase final do nosso projecto, já a apontar a uma performance colectiva criada a partir dos materiais recolhidos e das experiências vividas, parecia inevitável dar a conhecer o microcosmo dos rios e da vida que os habita, pelo fascínio que nos provocou. Contudo, as variáveis da nossa experiência não foram completamente controladas, talvez assinalando aqui uma diferença fundamental entre arte e ciência, e o resultado é uma inesperada reflexão sobre o ser humano. Com a lupa a incidir numa caixa de petri com macroinvertebrados potencialmente ameaçados por um aumento global da temperatura média do planeta, descobrimo-nos a olhar para um espelho a tentar perceber as razões de fazermos como somos.”

 

mais informação aqui

BCC | estreia absoluta

Terça-feira, Março 15th, 2011

É já amanhã, 16 de Março, quarta, às 21h30 que A Escola da Noite acolhe no Teatro da Cerca de São Bernardo a estreia absoluta da marionet. BCC – Blind Carbon Copy mantém-se em cena até 20 de Março, de quarta a sábado às 21h30 e no domingo às 16 horas. As  reservas podem ser efectuadas pelo telefone 239 718 238, telemóvel 966 302 488 ou e-mail geral@aescoladanoite.pt.

 

BCC Blind Carbon Copy

Ficha Artística e Técnica:

Discussão e Ideias: Alexandre Lemos, Dinis Santos, Emanuel Botelho, Joana Cardoso, Joana Pupo, Maria João Feio, Mário Montenegro, Miguel Lança, Pedro Andrade, Pedro Augusto, Rafaela Bidarra, Rui Simão, Tiago Serra. Texto e Direcção Artística: Mário Montenegro. Intérpretes: Joana Pupo, Mário Montenegro, Miguel Lança, Rafaela Bidarra Espaço Cenográfico e Imagem: Pedro Andrade. Figurinos e Adereços: Joana Cardoso. Banda Sonora e Operação de Som: Pedro Augusto. Iluminação, Direcção de Montagem e Operação de Luz: Rui Simão Vídeo: Dinis Santos, Miguel Marinheiro Registo e Edição Vídeo: João de Almeida. Fotografia: Francisca Moreira Penteados: Carlos Gago. Consultoria Científica: Maria João Feio. Investigadores do IMAR-CMA que colaboraram na residência artística: Ana Gonçalves, Cristina Canhoto, João Carlos Marques, Manuel Graça, Maria João Feio, Maria Gabriel, Sónia Serra, Verónica Ferreira. Direcção de Produção: Alexandre Lemos. Produção Executiva: Emanuel Botelho, Lígia Anjos.

Apoios: A Escola da Noite, Câmara Municipal de Coimbra, Fundação Bissaya Barreto; Ilídio Design; MAFIA – Federação Cultural de Coimbra; RUC – Rádio Universidade de Coimbra; Teatro da Cerca de S. Bernardo, TEUC – Teatro dos Estudantes da Universidade de Coimbra.

Residência Artística com o Apoio: IMAR-CMA – Instituto do Mar – Centro do Mar e Ambiente

Estrutura financiada por: Ministério da Cultura/DGArtes