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“Assembleia”: Rui Catalão dirige em Coimbra laboratório de dramaturgia em tempo real

Terça-feira, Novembro 21st, 2017

Rui Catalão retoma esta semana em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo, o Laboratório aberto à comunidade através do qual constrói o espectáculo “Assembleia”, que apresentará no final do mês, no âmbito do 39º Citemor – Festival de Montemor-o-Velho. As sessões decorrem de segunda a sexta-feira e qualquer pessoa pode participar, de acordo com as suas disponibilidades.
Nos Sábados para a Infância no TCSB, Cláudia Sousa regressa ao Bar/Livraria do Teatro com a sua mala das histórias.
Assembleia_Coimbra

Como ponto de partida para este trabalho aberto a todos, Rui Catalão propõe “o problema da coabitação”, entendida não apenas no âmbito doméstico, mas também à escala do bairro, da comunidade, do país e do continente em que vivemos.
Os participantes são convidados a colaborar num “modelo de dramaturgia em tempo real”, construído a partir de histórias particulares. Na situação inicial proposta – que será debatida em “assembleia” –, os dois elementos de um casal discutem se devem permanecer na casa em que vivem ou mudar-se, havendo quatro níveis potenciais de mudança: de casa, de bairro, da cidade ou de país. O resultado da discussão deve gerar três opções: ou ficam, ou mudam-se, ou separam-se e cada um segue a sua própria decisão. “A partir do momento em que conseguem chegar a um acordo sobre os problemas que devem solucionar entre si – esclarece Rui Catalão –, trata-se então de identificar problemas que só podem ser resolvidos no contexto da comunidade, usando ‘ferramentas’ políticas para solucionarem os problemas apontados”.

(foto: Eduardo Pinto)

(foto: Eduardo Pinto)

Ao longo do laboratório, pretende-se criar um “assembleia de auto-governação”, explorando “a necessidade de ritualizar e dinamizar o espaço de reunião, através do uso de regras básicas, princípios coreográficos elementares e noções discursivas que promovam a escuta, o debate de ideias, e um sentido pragmático de como pô-las a operar – ou seja, de como realizá-las na prática”. “O mais eficaz laboratório da humanidade não é a imaginação – é mesmo a realidade!” – conclui, provocatoriamente, o artista.
Nos dias de apresentação (30 de Novembro e 1 de Dezembro), os espectadores juntam-se aos participantes do Laboratório para dar corpo a esta “Assembleia”, que, por isso mesmo, é sempre diferente em cada dia e local em que é realizada.
A participação no Laboratório é gratuita e flexível: ao longo da semana haverá cinco sessões de trabalho – entre 20 e 24 de Novembro, de segunda a sexta-feira, entre as 18h00 e as 21h00 – e os interessados podem participar naquelas que quiserem ou para as quais tenham disponibilidade. Não é requerida qualquer experiência em artes performativas. Apenas por razões logísticas, a organização agradece a inscrição prévia, através do e-mail coimbra.assembleia@gmail.com ou do telefone 917 909 607.

RUI CATALÃO
A obra de Rui Catalão (n. 1971) tem vindo a afirmar-se em Portugal desde 2010, e depois de quatro anos de intensa produção no CNDB de Bucareste. O seu trabalho de palco é acompanhado pelos principais programadores nacionais: Teatro Maria Matos, Teatro Nacional D. Maria II, Culturgest, Fundação Serralves – as mais importantes instituições portuguesas têm vindo a apoiar e a apresentar o seu trabalho de forma consistente nos últimos seis anos, reconhecendo a exigência, a relevância e o sentido inovador das suas propostas. Rui Catalão é também reconhecido pelo seu trabalho artístico com a comunidade e pelo trabalho de criação de novos públicos.

Rui Catalão

Rui Catalão

Neste período, apresentou uma série de solos autobiográficos – “Dentro das Palavras”, “Av. dos Bons Amigos”, “Canções i Comentários”, “A Grande Dívida – ciclo de conferências” e “Trabalho Precário”, nos quais faz o retrato da vida privada da sua geração. Usando o mesmo modelo, dirigiu ainda o jovem amador de origem moçambicana Luís Mucauro no solo “Medo a caminho”. Em 2016 apresentou “Judite” (no Teatro Nacional D. Maria II) e, já em 2017, a primeira versão de “Assembleia” (no Teatro Maria Matos, no passado mês de Fevereiro). Paralelamente, tem desenvolvido projectos pedagógicos, como “Domados ou não” e, mais recentemente, a oficina de teatro “Agora, faz tu!”, com incidência em métodos de trabalho, construção dramatúrgica, autonomia criativa e tomadas de decisão em tempo real. Escreveu também “Ester” para o programa de teatro juvenil Panos, da Culturgest. O seu trabalho ronda a fronteira entre o espaço privado e o espaço público, os temas da memória, da fragilidade, da manipulação e da transparência.
Como intérprete, trabalhou em peças de João Fiadeiro (estreou-se com “O que eu sou não fui sozinho”, em 2000), Miguel Pereira, Ana Borralho-João Galante, Manuel Pelmus, Mihaela Dancs, Madalina Dan, Edi Gabia e, mais recentemente, as revelações Sofia Dinger, Urândia Aragão e Elmano Sancho. Também trabalhou com Tonan Quito na encenação de “Fé, Caridade, Esperança”, em que reescreveu parcialmente o texto de Odon von Horvath a partir de testemunhos dos amadores que participaram nos elencos do espectáculo. Para cinema, escreveu os guiões de “O capacete dourado” e “Morrer como um homem”, participou como actor em “A Cara que mereces”, foi jornalista, crítico musical e de literatura no jornal Público e no Jornal de Sintra. Organizou e editou “Anne Teresa De Keersmaeker em Lisboa” e escreveu “Ingredientes do Mundo Perfeito”, sobre a obra teatral de Tiago Rodrigues.

FLORES DE LIVRO NOS SÁBADOS PARA A INFÂNCIA

"Flores de Livro", com Cláudia Sousa (foto: Eduardo Pinto)

“Flores de Livro”, com Cláudia Sousa (foto: Eduardo Pinto)

No final da semana, em mais um dos “Sábados para a infância no TCSB”, a animadora sócio-educativa regressa ao Bar/Livraria do Teatro com a sua mala das histórias. “Flores de Livro – leitura de contos para a infância” é a mais antiga das actividades propostas pel’A Escola da Noite neste espaço de programação e oferece mensalmente aos mais novos a oportunidade de ouvirem histórias e de se aproximarem dos livros também enquanto objectos. São convidadas a manuseá-los e podem inclusivamente escolher um deles para levar para casa, durante um mês, sem qualquer custo. Pensadas para crianças a partir dos 2 anos e abertas também aos pais, as sessões incluem ainda um espaço para fazer desenhos, inspirados pelas histórias que são lidas. Os bilhetes custam 3 Euros (entrada individual) ou 5 Euros (adulto + criança) e podem ser reservados antecipadamente pelos contactos habituais do TCSB: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo
Programação de 20 a 26 de Novembro de 2017

TEATRO | LABORATÓRIO
Assembleia
Rui Catalão
sessões de laboratório:
20 a 24 de Novembro
segunda a sexta-feira, 18h00 – 21h00
participação gratuita

espectáculos:
30 de Novembro e 1 de Dezembro
Quinta e Sexta-feira, 21h30
M/16 > 60′
Preço: a definir pelo espectador
Org. 39º Citemor – Festival de Montemor-o-Velho

LEITURA DE CONTOS PARA A INFÂNCIA
Flores de Livro
Cláudia Sousa
25 de Novembro de 2017
Sábado, 11h00
Bar do TCSB > M/2 > 50′
Preços: 3,00 € (individual); 5,00€ (criança + acompanhante)
[Sábados para a infância no TCSB]

informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

“Laboratório” de Rui Catalão no TCSB: inscrições abertas

Domingo, Novembro 5th, 2017

No âmbito da 39.ª edição do Citemor – Festival de Montemor-o-Velho, A Escola da Noite acolhe no TCSB o “Laboratório”, de Rui Catalão, que dará origem ao espectáculo “Assembleia”, cuja estreia está marcada para 30 de Novembro. A iniciativa é aberta a qualquer pessoa, não requer experiência em artes performativas, é gratuita e oferece ao público uma excelente oportunidade para participar na construção de um espectáculo de teatro.

Assembleia_Coimbra

Como ponto de partida para este trabalho aberto à comunidade, Rui Catalão propõe “o problema da habitação” e da “coabitação”. Uma questão – especifica – que “não tem apenas a ver com a casa, mas também com os problemas no bairro, na população em que habitam, no país em que vivem, na união europeia ou no continente em que o país está integrado”.
Na situação inicial proposta, os dois elementos de um casal discutem se devem permanecer na casa em que vivem ou mudar-se, havendo quatro níveis potenciais de mudança: de casa, de bairro, da cidade ou de país. O resultado da discussão deve gerar três opções: ou ficam, ou mudam-se, ou separam-se e cada um segue a sua própria decisão. “A partir do momento em que conseguem chegar a um acordo sobre os problemas que devem solucionar entre si – esclarece Rui Catalão –, trata-se então de identificar problemas que só podem ser resolvidos no contexto da comunidade, usando ‘ferramentas’ políticas para solucionarem os problemas apontados”.
Entre os princípios que conduzirão os trabalhos, “explora-se a necessidade de ritualizar e dinamizar o espaço de reunião, através do uso de regras básicas, princípios coreográficos elementares e noções discursivas que promovam a escuta, o debate de ideias, e um sentido pragmático de como pô-las a operar – ou seja, de como realizá-las na prática”. “O mais eficaz laboratório da humanidade não é a imaginação – é mesmo a realidade!” – conclui, provocatoriamente, o artista.

As sessões de trabalho deste singular Laboratório terão lugar no TCSB ao longo do mês de Novembro, em horários a definir também de acordo com as disponibilidades dos participantes. As inscrições, gratuitas e abertas a qualquer pessoa (não é requerida experiência em artes performativas), devem ser feitas junto da organização do Citemor, através do e-mail coimbra.assembleia@gmail.com ou do telefone 917 909 607. O espectáculo será apresentado no mesmo espaço, nos dias 30 de Novembro e 1 de Dezembro, às 21h30.

RUI CATALÃO
A obra de Rui Catalão (n. 1971) tem vindo a afirmar-se em Portugal desde 2010, e depois de quatro anos de intensa produção no CNDB de Bucareste. O seu trabalho de palco é acompanhado pelos principais programadores nacionais: Teatro Maria Matos, Teatro Nacional D. Maria II, Culturgest, Fundação Serralves – as mais importantes instituições portuguesas têm vindo a apoiar e a apresentar o seu trabalho de forma consistente nos últimos seis anos, reconhecendo a exigência, a relevância e o sentido inovador das suas propostas. Rui Catalão é também reconhecido pelo seu trabalho artístico com a comunidade e pelo trabalho de criação de novos públicos.
Neste período, apresentou uma série de solos autobiográficos – “Dentro das Palavras”, “Av. dos Bons Amigos”, “Canções i Comentários”, “A Grande Dívida – ciclo de conferências” e “Trabalho Precário”, nos quais faz o retrato da vida privada da sua geração. Usando o mesmo modelo, dirigiu ainda o jovem amador de origem moçambicana Luís Mucauro no solo “Medo a caminho”. Em 2016 apresentou “Judite” (no Teatro Nacional D. Maria II) e, já em 2017, a primeira versão de “Assembleia” (no Teatro Maria Matos, no passado mês de Fevereiro). Paralelamente, tem desenvolvido projectos pedagógicos, como “Domados ou não” e, mais recentemente, a oficina de teatro “Agora, faz tu!”, com incidência em métodos de trabalho, construção dramatúrgica, autonomia criativa e tomadas de decisão em tempo real. Escreveu também “Ester” para o programa de teatro juvenil Panos, da Culturgest. O seu trabalho ronda a fronteira entre o espaço privado e o espaço público, os temas da memória, da fragilidade, da manipulação e da transparência.
Como intérprete, trabalhou em peças de João Fiadeiro (estreou-se com “O que eu sou não fui sozinho”, em 2000), Miguel Pereira, Ana Borralho-João Galante, Manuel Pelmus, Mihaela Dancs, Madalina Dan, Edi Gabia e, mais recentemente, as revelações Sofia Dinger, Urândia Aragão e Elmano Sancho. Também trabalhou com Tonan Quito na encenação de “Fé, Caridade, Esperança”, em que reescreveu parcialmente o texto de Odon von Horvath a partir de testemunhos dos amadores que participaram nos elencos do espectáculo. Para cinema, escreveu os guiões de “O capacete dourado” e “Morrer como um homem”, participou como actor em “A Cara que mereces”, foi jornalista, crítico musical e de literatura no jornal Público e no Jornal de Sintra. Organizou e editou “Anne Teresa De Keersmaeker em Lisboa” e escreveu “Ingredientes do Mundo Perfeito”, sobre a obra teatral de Tiago Rodrigues.

TEATRO
Assembleia
Rui Catalão

laboratório – sessões de trabalho:
6 a 12 de Novembro, 19 a 24 de Novembro e 28 de Novembro a 1 de Dezembro
dias e horas exactas a definir com os participantes
inscrição gratuita

espectáculos:
30 de Novembro e 1 de Dezembro
Quinta e Sexta-feira, 21h30
M/16 > 60′
Preço: a definir pelo espectador
org. 39º Citemor – Festival de Montemor-o-Velho

informações e inscrições:
Citemor: 917 909 607 / coimbra.assembleia@gmail.com
A Escola da Noite / TCSB: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt