The Divine Cypher | ANA PI

“The Divine Cypher”, de Ana Pi © Daniel Nicoalevsky

The Divine Cypher é uma performance de Ana Pi que assenta na pesquisa poética e política que a artista tem vindo a desenvolver no Haiti sobre os gestos sagrados ancestrais e sua perpetuação na imaginação. Num diálogo fantástico com a cineasta experimental Maya Deren, a coreógrafa Katherine Dunham e artistas transdisciplinares contemporâneas haitianas, Ana Pi questiona como as suas danças e vudu ressoam hoje.

Para a sua nova criação, no cruzamento da imagem e do corpo, do visual e do vivo, Ana Pi tem desenvolvido um trabalho de pesquisa poética e política sobre os gestos sagrados ancestrais e a sua perpetuação no imaginário contemporâneo do Haiti. Um tempo de aprendizagem com os artistas transdisciplinares do Haiti seus contemporâneos. Um tempo para um diálogo fantasmagórico com a cineasta experimental Maya Deren e os arquivos que ela ofereceu ao mundo.
Com Maya Deren, Ana Pi partilha o mesmo processo criativo transversal de curiosidade absoluta, que combina o processo artístico com uma metodologia de pesquisa. A partir da década de 1940, Maya Deren estudou empiricamente a cultura haitiana, as suas danças e herança vudu; uma experiência que reproduziu no livro The Divine Horsemen: The Living Gods of Haiti e no documentário póstumo com o mesmo título lançado em 1985.
Num mesmo movimento, Ana Pi tece fragilidade e equilíbrio, arquivos, imagens do passado e do futuro. Bolseira do Museu de Arte Moderna de Nova York e do Instituto Cisneros, que suportam este trabalho, a artista observa como estas danças sagradas foram preservadas e como ressoam hoje. Que memória há delas? Qual o papel do vídeo na transmissão destas práticas? Como expandir essa cifra, este conjunto de gestos fantásticos? The Divine Cypher circula entre imagens e dança, ficção e viagem no tempo, uma peça inspirada nos gestos e sonhos filmados por Maya Deren ou pela sua antecessora, Katherine Dunham.

PERFORMANCE
The Divine Cypher
ANA PI
8 de Junho de 2022
quarta-feira, 19h00

M/6 > 60 min > 5€
org. Anozero — Bienal de Coimbra

concepção coreográfica e cenográfica, vídeos, pesquisa e interpretação Ana Pi desenho de luz Bia Kaysel reinterpretação da luz Jean-Marc Ségalen direcção de palco, alternada Bia Kaysel e Jean-Marc Ségalen música e sons Jideh HIGH ELEMENTS, Emy de Pradines e Auguste de Pradines – Ezili Nenenn Ô, Julien Creuzet e Maya Deren memórias reais, diálogos sonhados e/ou múltiplas colaborações Katherine Dunham, Maya Deren, Emy de Pradines, Lumane Casimir, Martha Jean-Claude, Toto Bissainthe, Marie-Ange Aurilin, Ginite Popote, Tara El, Wendy Désert, Gerda Boisguené, Murielle Jassinthe, TRVANIA, Jenny Mezile perspectivas semióticas Prof. Dre. Cida Moura perspectiva filosófica Prof. Dre. Maria Fernanda Novo perspectivas plásticas Julien Creuzet design de filtros Emilien Colombier figurinos Carla de Lá, Miliane e Isabella Rodsil | @remexefavelinha contribuições para a realização cenográfica Studio Julien Creuzet com Garance Cabrit e Louis Somveille produção/difusão Sarah Becher comunicação/imprensa Louise Marion produção NA MATA LAB produção executiva Latitudes Prod. – Lille

co-produções Instituto de Pesquisa Patricia Phelps de Cisneros para o Estudo da Arte da América Latina & Museu de Arte Moderna, Nova York, EUA; Terra Batida, Alkantara, Portugal ; Be My Guest — Réseau international pour les pratiques emergentes; La Briqueterie CDCN du Val-de-Marne ; CNDC, Angers; Kunstencentrum Vooruit, Gand – no âmbito do programa de cooperação Hauts-de-France/Flandres. co-produção cinematográfica com a participação da Fondation Cartier pour l’art contemporain’s Soirées Nomades

o projeto é apoiado pelo Spedidam, a Região Ile-de-France e o DRAC Ile-de-France.

Ana Pi
Artista coreográfica e imagética, investigadora de danças afro-diaspóricas e urbanas, bailarina e pedagoga extemporânea, as suas práticas tecem-se no ato de viajar. A sua obra situa-se entre as noções de trânsito, deslocamento, pertença, sobreposição, memória, cores e gestos ordinários.
Em 2020 criou a estrutura NA MATA LAB.
Entre os seus trabalhos audiovisuais destacam-se NoirBLUE — the displacements of a dance (2018 – 27’), o seu primeiro documentário, e VÓS (2011 – 5’30), o seu primeiro vídeo-ensaio. THE DIVINE CYPHER, Fumaça, Meditation on Beauty, èscultura, O B?NQUETE, COROA, NoirBLUE, DRW2 e Le Tour du Monde des Danses Urbaines en 10 villes, são as suas peças que articulam coreografia, discurso e instalação. CORPO FIRME; danças periféricas, gestos sagrados é o nome da prática que desenvolve e partilha desde 2010.
Atualmente, trabalha em Another Anagram of Ideas, um projeto com o qual ganhou a bolsa de arte na América Latina do MoMA – New York e Instituto Cisneros, e no trabalho de dança RAW ON para Paris Performance na Fundação Pernod Ricard. Entre 2019 e 2021, foi coreógrafa associada do projeto Dancing Museums, em França, e desenvolveu a sua pesquisa entre o MAC Val e La Briqueterie CDCN.
Em colaboração, criou o conjunto de obras intitulado Rádio Concha com a filósofa Maria Fernanda Novo para a Trienal Frestas, bem como a exposição coreográfica WOMEN PART 3 com Ghyslaine Gau e Annabel Guérédrat. Trabalhou também, com @Favelinhadance e Chassol, no ensaio RACE, em 2021. Em 2022, além de viajar com as suas próprias peças e lecionar em diversos programas de estudo, participa em Usage du Terrain, um projeto iniciado por Rémy Héritier com um grupo de 9 artistas transdisciplinares.
Ana Pi é artista associada da Latitudes Prod., a agência de produção da Latitudes Contemporaines.

Comments are closed.