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Joaquim Paulo Nogueira sobre as companhias da descentralização: “um signicado histórico, político e artístico”

Domingo, Junho 3rd, 2012

Joaquim Paulo Nogueira

Falar em companhias da descentralização tem, simultaneamente um significado histórico, político e artístico. Histórico porque o processo da descentralização – a cujo inicio se associa Mário Barradas e em que, com outras pessoas, também esteve muito envolvido o critico de teatro Carlos Porto – enquanto modelo de intervenção cultural, foi ultrapassado pelo forma como se organiza hoje a actividade cultural, e especificamente teatral fora de Lisboa e Porto (das seis companhias o nascimento de três, Braga, Caldas e Évora está ligado ao modelo da descentralização, enquanto que o aparecimento da Acta, Teatro da Serra de Montemuro e Escola da Noite já pertence a outros contextos). Político, porque o movimento da descentralização se reformulou e incorporou as estratégias de desenvolvimento local no campo da Cultura e – de ler neste domínio os ensaios de Fernando Mora Ramos e de Américo Rodrigues em 4 Ensaios à boca de cena – sendo neste sentido parceiro político (ou para uma política cultural) da comunidade onde se integra. E finalmente artístico por causa da sua programação onde a preocupação de investir numa dramaturgia própria e com maior ligação à comunidade é maior. Veja-se por exemplo: das seis peças, dois são de autores portugueses, Alexandre Honrado e Abel Neves. Há também o mito de Pedro e Inês revisitado por Alexej Schipenko. Das outras peças uma é brasileira (Plínio Marcos) e a outra espanhola (Luis Del Val), ou seja, fora daquilo que que poderíamos chamar o cânone dramático predominante em Portugal. E mesmo Athol Fugard é um autor que pese a sua relevância crescente pela forma interventiva e política com que tempera a sua criação artística, não faz parte de cânone nenhum.

Joaquim Paulo Nogueira

facebook, 2/06/2012

V Festival das Companhias da Descentralização

Sábado, Junho 2nd, 2012

Vem aí o V Festival das Companhias da Descentralização.

Depois de Faro (2005), Braga (2008), Campo Benfeito, Castro Daire e Lamego (2009), Coimbra (2010), é agora a vez de Évora acolher esta festa do teatro, no Teatro Garcia de Resende.

Seis cidades, seis companhias, 11 espectáculos.

Faça-nos companhia!

PROGRAMA

5 de Junho, 21h30

“Jardim”, pela Companhia de Teatro de Braga

6 de Junho, 21h30

“Provavelmente uma Pessoa”, pelo Teatro das Beiras

7 de Junho, 18h30

“Provavelmente uma Pessoa”, pelo Teatro das Beiras

7 de Junho, 21h30

“O Abajur Lilás”, co-produção CENDREV / A Escola da Noite

8 de Junho, 10h30 e 15h00

“De Ulisses…Nunca Digas Tolices – A Guerra de Tróia”, VATe – Serviço Educativo da ACTA

8 de Junho, 18h30

“Cavalo Manco Não Trota”, pela ACTA – Companhia de Teatro do Algarve

8 de Junho, 21h30

“Laço de Sangue”, pela ACTA – Companhia de Teatro do Algarve

9 de Junho, 12h00 e 18h30

“De Ulisses…Nunca Digas Tolices – A Guerra de Tróia”, VATe – Serviço Educativo da ACTA

9 de Junho, 16h00

debate “O Teatro em tempo de crise”

9 de Junho, 21h30

“Louco na Serra”, pelo Teatro do Montemuro

informações e reservas: 266 703 122 / geral@cendrev.com / www.cendrev.com

 

destaques de Junho no TCSB

Quarta-feira, Maio 26th, 2010

Vera Mantero

Depois da primeira temporada em Coimbra e das apresentações em Braga, A Escola da Noite regressa agora ao TCSB com a muito solicitada reposição da TRILOGIA 1José 2Rubem 3Fonseca. Desta vez, os espectáculos são acompanhados por um conjunto de iniciativas paralelas para que o público possa conhecer (ainda) melhor a obra do autor brasileiro.

A meio do mês, voltamos a receber Vera Mantero. Na sequência da residência aqui realizada no ano passado, a coreógrafa traz-nos a sua mais recente produção, “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos”, precisamente o espectáculo que estava a preparar na altura. Apresentado em  Essen e em Montpellier (2009), chega finalmente a Portugal, para apresentações em Lisboa e no Porto (no âmbito do Festival Alkantara) e em Coimbra. Uma excelente oportunidade para que o público da cidade possa continuar a acompanhar de perto o percurso criativo de uma das mais importantes coreógrafas e intérpretes da dança portuguesa contemporânea.

O mês encerra em festa, com o IV Festival das Companhias, com a participação das seis estruturas profissionais de criação teatral que constituem a Plataforma das Companhias. Seis espectáculos (incluindo dois ao ar livre, no Pátio da Inquisição) em seis dias de intensa actividade, que incluem ainda debates, mesas-redondas e conversas com o público no final de cada sessão. Um momento de festa (que queremos partilhar com a cidade) e de reflexão sobre o papel da criação artística no desenvolvimento das cidades médias do nosso país. Apoiado pela Direcção Regional de Cultura do Centro, o Festival marca ainda o arranque da rede Culturbe – Braga, Coimbra e Évora, integrada pelo Theatro Circo, o Teatro da Cerca de São Bernardo e o Teatro Garcia de Resende, cujo projecto foi objecto de candidatura ao QREN, no âmbito da “programação cultural em rede”. Para além de oferecer a oportunidade para rever Sabina Freire (A Escola da Noite/CTB), o programa inclui O Fim, de António Patrício (CENDREV) , Georges Dandin, de Molière (ACTA), e dois espectáculos no Pátio da Inquisição: Cirineu, de Fernando Paulouro Neves (Teatro das Beiras), e Presos por uma corrente de ar, de José Carretas (Teatro de Montemuro).

Para que não perca nenhuma destas actividades, temos condições especiais de acesso aos espectáculos da trilogia Rubem Fonseca e no Festival das Companhias. Contacte-nos.

Para mais informações consulte a nossa agenda.

(fotografia de João Tuna)

ecos do Festival (3) – resposta da DGArtes

Sexta-feira, Junho 19th, 2009

Em reacção às conclusões do III Festival das Companhias, a Direcção-Geral das Artes fez-nos chegar cópia do comunicado que enviou à agência Lusa, que transcrevemos na íntegra:

 

À Edição de Cultura 

Ex.ma Responsável Editorial

 

A Direcçao Geral das Artes manifesta a sua perplexidade perante as notícias veiculadas na comunicação social à data de ontem a partir de texto elaborado pela Agência Lusa. Não tendo tido acesso ao comunicado citado pela Agência Lusa, comentam-se as afirmações por esta citadas:

 

1. Não se percebe o que se considera “práticas centralistas”. As entidades apoiadas pela DGArtes são de todo o País. A  percentagem de entidades apoiadas fora de Lisboa é superior à existente, por exemplo, no Reino Unido, onde mais de 50% das entidades apoiadas pelo Arts Council of England são de Londres. Refere-se os valores atribuídos para o ano de 2009 em todo o País: 19.977.595,59€ . Lisboa, no âmbito desse valor, recebe  7.143.660,37, o que configura 35, 75% do valor total. Note-se que é em Lisboa que um número muito significativo de entidades culturais exerce a sua actividade, o que, naturalmente, não pode ser ignorado. Note-se que o financiamento para todo o País aumentou descriminando negativamente as entidades sedeadas em Lisboa, como decorria do próprio aviso de abertura do concurso.

 

2. Todas as entidades signatárias do comunicado são apoiadas pela DGArtes financeiramente a nível plurianual sendo o financiamento em causa decisivo para a prossecução das suas actividades e tendo todas elas, excepto uma aumentado o valor de apoio nos concursos cujos resultados foram divulgados em Abril em relação ao apoio atribuído anteriormente. O valor financeiro atribuído ao conjunto destas seis estruturas é de 5.009.044,64€ para o período de apoio aprovado (bienal ou quadrienal).

 

3. O Director-Geral das Artes contactou, telefonicamente, com Paula Teixeira, produtora do Teatro de Montemuro e do Festival, explicando as razões da sua indisponibilidade para estar presente no debate para o qual tinha sido convidado. As razões eram ponderosas, pelo que a ausência referida, nos termos referidos, também não se percebe. O Director-Geral das Artes informou que se faria representar pelo Director de Serviço de Apoio às Artes, que por razões de saúde não pôde estar presente. Não se descortina qual a desconsideração que esta situação, explicada oportunamente à entidade organizadora, configura.

 

3. O Director-Geral das Artes já recebeu todas as entidades signatárias do comunicado assim como dezenas de outras organizações culturais de todo o País.

 

4. A Direcção-Geral das Artes, com o GPEARI do Ministério da Cultura, promove a divulgação de apoios para a actividade dos agentes culturais, tendo a primeira sessão decorrido em Aveiro à data de 04 de Junho, seguindo-se Lisboa a 19, Santarém aa 22, Faro a 23, Évora a 25, Coimbra a 30, e em Julho, Vila Real a 01 e Porto a 02.

 

Se for possível, solicitávamos à Agência Lusa a possibilidade de exercer o contraditório sobre estas matérias  na “situação noticiosa” e não depois dela, pois como se sabe o efeito é diferente. Sendo a DGArtes acusada de ausência, teria sido mais  clara a notícia se confrontada esta DG com a razão da ausência.

 

Agradecendo a divulgação desta nota, ao abrigo do direito de resposta, permitam-me a apresentação dos melhores cumprimentos.


Jorge Barreto Xavier

Director-Geral

 

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Festival das companhias – as fotos

Quarta-feira, Junho 17th, 2009

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