Sacramentos da subversão

“O Homem do Caminho” (fotografia de ensaio © Eduardo Pinto)

Nesta pequena parábola sobre a nossa condição de fazedores de teatro, saltimbancos nesta sociedade que nos quer sossegados consumidores, somos resistência e desassossego. Com as subversivas palavras do Plínio desconstruímos a paz podre dos senhores do poder (os homens pregos), instalamos a desobediência e consagramos o carnal prazer. No picadeiro o linguajar chulo das ruas e as palavras sacras, a pornografia e a oração, a sedução e o escárnio. Nós contadores de histórias sempre em metamorfose: deus, diabo, bruxa, ciganos, feiticeiros e entidades do candomblé. Jogamos ao faz de conta libertos para encarnar os múltiplos estados do ser. Como o autor vendemos nas ruas poeirentas a nossa poesia.

José Caldas

[O HOMEM DO CAMINHO — Página do espectáculo]

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