Filme: O Rei no Exílio + O Rei no Exílio — Remake | FRANCISCO CAMACHO

“O Rei no Exílio — Remake” (fotografia © Nacho Correa)

A Mostra de Francisco de Camacho possibilita-nos, pela primeira vez, assistir ao filme O Rei no Exílio, de 1992, seguido do espectáculo O Rei no Exílio – Remake. A oferta simultânea d’O Rei no Exílio original, em vídeo, e do Remake, ao vivo, permitirá um confronto a que raras vezes se tem acesso, iluminando aspectos importantes no percurso do coreógrafo e intérprete.

Filme: O Rei no Exílo (duração: 30 min)
Em 1992, Bruno de Almeida realizou este filme sobre a primeira peça a solo do coreógrafo Francisco Camacho, O Rei no Exílio, estreada em 1991. Filmado em 35mm em Nova Iorque, o filme segue uma narrativa do olhar sobre a coreografia onde se acentuam detalhes e movimentos que criam uma leitura singular da coreografia de Camacho. Fugindo ao registo meramente documental, o filme torna-se assim numa obra original que segue o ritmo e a estrutura formal da peça para nos apresentar um olhar cinematográfico sobre a obra em si.

coreografia e interpretação Francisco Camacho
consultadoria de voz e interpretação Fernanda Lapa figurinista/assistente de ensaios Carlota Lagido cenário Philip Cabau banda sonora Carlos Zingaro, Ruy Coelho / Natália de Andrade, Nick Cave textos D. Manuel II, António Cabral, Francisco Camacho produção Arco Films assistente de produção Bárbara Lagido administração EIRA
Estreia no Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, em Julho de 1991
apresentado em Portugal, Bélgica, Escócia, Suíça, Alemanha, França e Espanha.
Filmado em Nova Iorque para a RTP sob a direcção de Bruno de Almeida

O Rei no Exílo — Remake (duração: 47 min)
Em 2013 Francisco Camacho recriou a peça O Rei no Exílio estreada em 1991 e que no mesmo ano lançou a sua carreira coreográfica na Europa, aquando a sua apresentação no Festival Klapstuck em Leuven.
A nova versão deste solo conta mais uma vez com a interpretação de Francisco Camacho e a colaboração de Carlota Lagido, que assina agora uma recriação do figurino que concepcionou para esta peça em 1991. Frank Laubenheimer que tem vindo a colaborar em peça recentes de Francisco Camacho como RIP, LOST RIDE e ANDIAMO! assina um novo desenho de luz.
O Rei no Exílio — Remake é uma peça baseada no último Rei de Portugal D. Manuel II que se exilou em Inglaterra em 1910. Uma peça que opera sobre a nossa memória e de figuras iconográficas, num processo de desconstrução e reconstrução, onde Francisco Camacho expõe um corpo presente que tenta sobreviver a si próprio e uma personagem que é o resultado da justaposição do próprio coreógrafo com Dom Manuel II. A peça desenvolve-se numa linha de tensão de identidades ambíguas e de uma personagem obsessiva, rodeada dos seus vícios triviais, encerrada na sua existência e perdida no vazio dos seus segredos.
É um retrato dum certo Portugal, por vezes irónico, por vezes controverso, onde a solidão e o isolamento são permanentes.

coreografia e interpretação Francisco Camacho
direcção técnica e desenho de luz Frank Laubenheimer consultadoria de voz e interpretação Fernanda Lapa figurinista/assistente de ensaios Carlota Lagido cenário Philip Cabau banda sonora Carlos Zingaro, Ruy Coelho / Natália de Andrade, Nick Cave textos D. Manuel II, António Cabral, Francisco Camacho produção EIRA co-produção FIDCU – Festival Internacional de Danza Contemporânea de Uruguay

DANÇA 
Filme: O Rei no Exílio + O Rei no Exílio — Remake
FRANCISCO CAMACHO
10 de Novembro de 2022
quinta-feira, 19h00
> M/12 > 80 min > 5 €
org. EIRA / TCSB — Mostra Francisco Camacho

informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
bilheteira online

Francisco Camacho é coreógrafo, bailarino, membro fundador e director artístico da EIRA. Nasceu, vive e trabalha em Lisboa. As suas criações circulam pela Europa, América, Médio-Oriente, Ásia e África desde 1988. Foi galardoado com o Prémio Bordalo da Casa da Imprensa na área da Dança (1995 e 1997) e com o Prémio ACARTE/Maria Madalena de Azeredo Perdigão da Fundação Calouste Gulbenkian (1994/95). Coreografou e interpretou os solos ‘O Rei no Exílio’ (1991), ‘Nossa Senhora das Flores’ (1992), ‘Superman’ (2000), ‘Hitch’ (2003), ‘Coup d’État’ (2006), ‘O REI NO EXÍLIO – REMAKE’ (2013) e mais recentemente ‘E PUR SI MUOVE’ (2014).
Dirigiu as peças de grupo ‘Com a morte me enganas’ (1994), ‘Primeiro Nome: Le’ (1994), ‘Dom São Sebastião’ (1996), ‘GUST’ (1997), ‘More’ (1998), ‘À Força’ (1998), ‘Em Troca’ (2001, coreografia para a Companhia Nacional de Canto e Dança de Moçambique), ‘My Name is Wilde… Oscar Wilde’ (2001), ‘Silence so Sexy’ (2002), ‘LIVE|EVIL – EVIL|LIVE’ (2005), ‘RIP’ (2010), ‘LOST RIDE’ (2011), ’ANDIAMO!’ (2012) e ‘VELH(A)S’ (2019).
Apresentou espectáculos em co-autoria com Mónica Lapa, Vera Mantero, Carlota Lagido, Herwig Onghena e Vera Mota. Colaborou enquanto coreógrafo em espectáculos de Aldara Bizarro e Sílvia Real e desenvolveu intervenções para obras e exposições de Pedro Cabrita Reis e Francis Bacon, bem como os projectos para espaços não-convencionais ‘Performers Anónimos’ (1999) e ‘Danças Privadas’ (2000).
Dançou com vários coreógrafos, destacando Paula Massano, Meg Stuart/Damaged Goods em ‘Disfigure Study’ (1991) , ‘BLESSED’ (2007), ‘All together Now’ (2009) e ‘UNTIL OUR HEARS STOP’ (2015), Alain Platel/Le Ballets C de la B em ‘Bonjour Madame, comment allez-vous aujourd’hui, il fait beau, il va sans doute pleuvoir, et cætera’ (1993) e Carlota Lagido em ‘Lilith’ (1998) e ‘Self – um auto-retrato em 39 partes’ (2004). 
Ensina regularmente no Fórum Dança e em cursos de licenciatura e mestrado das Escolas Superiores de Dança e de Teatro. Orientou workshops em vários países europeus, sul-americanos, asiáticos e africanos. Estudou dança e teatro em Portugal e em Nova Iorque, nomeadamente no Merce Cunningham Dance Studio e Lee Strasberg Theatre Institute. Estudou voz com Lúcia Lemos, guionismo com Luís Falcão e escrita criativa com José Luís Peixoto.

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