Cigarreiras | CONTRAPRODUCIÓNS

“Cigarreiras”, Contraproducíons (© Cris Becerra)

Espectáculo baseado em “La Tribuna”, de Emilia Pardo Bazán, romance escrito em 1883, cuja trama se situa na Fábrica de Tabacos de A Coruña (a “Marineda”, na obra original). Esta indústria foi das primeiras a contratar massivamente mão-de-obra feminina, constituindo-se como um dos primeiros espaços de socialização colectiva da mulher, assim transcendendo o ambiente doméstico a que tradicionalmente estava confinada. A obra pode igualmente ser lida como um testemunho da crise política que em 1868 levou à queda da dinastia de Bourbon e, em 1873, à proclamação da I República. Uma época confusa e convulsa, na qual ressoam muitos ecos da actualidade. Uma gestação e um nascimento sincronizados com as transformações da protagonista, que quando está a dar à luz o seu filho bastardo ouve as vozes da multidão na rua que grita: Viva a República Federal!

Com sete actrizes em cena, “Cigarreiras” apresenta uma audaz proposta dramatúrgica, que conjuga o tom próprio de um drama individual e colectivo como “La Tribuna” com outros mais frescos e ligeiros, por vezes até cómicos, tão característicos da narrativa de Emilia Pardo Bazán.
O texto (inspirado no citado romance mas independente), aborda figuras (a de Pardo Bazán e as das cigarreiras), situações e referências históricas de marcado interesse cultural. Figuras, situações e referências que permitem tratar temas de grande actualidade nos dias de hoje – memória colectiva, perspectiva de género, dialéctica de modelos sociais e políticos… – à luz dos vivos e brilhantes argumentos trazidos pela escritora e pela sua obra.

TEATRO
Cigarreiras
CONTRAPRODUCIÓNS
5 de Outubro de 2023 
quinta-feira, 19h00
> Teatro da Cerca de São Bernardo 
> M/12 > 105 min > 5€

baseado em “La Tribuna” de Emilia Pardo Bazán adaptação e encenação Cándido Pazó elenco Tamara Canosa, Susana Dans, Mercedes Castro, Isabel Naveira, Covadonga Berdiñas, Ana Santos, Ledicia Sola cenografia Dani Trillo figurinos Martina Cambeiro iluminação Afonso Castro desenho de espaço musical Manuel Riveiro produção executiva Belén Pichel desenho gráfico Planb Estudio técnicos em digressão Afonso Castro, Miguel Cabaleiro, Raúl Giraldo co-produção Contraproducións, Teatre Romea

Prémio María Casares para Melhor Espectáculo 2022
Prémio María Casares para Melhor Encenação 2022
Prémio María Casares para Melhor Cenografia 2022
Prémio do Público do Festival Internacional Outono de Teatro (FIOT) de Carvallo 2022
Prémio José Estruch 2022 para melhor interpretação, a todo o elenco (Teatro Principal de Alicante) 
Prémio do Festival de Teatro Ciudad de Palencia 2023 para Melhor Actriz Protagonista para Tamara Canosa

informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

CONTRAPRODUCIÓNS
Empresa galega dedicada à criação e distribuição de espectáculos cénicos, dirigida por Cándido Pazó, autor e encenador, e Belén Pichel, directora de produção.
Com uma vocação teatral de espírito aberto, intenção crítica e relação fresca e directa com um público de largo espectro, é a plataforma que acolhe a maior parte das criações cénicas de Cándido Pazó no campo do teatro e da narração oral, ainda que abra também espaço a outras figuras da encenação ou da escrita teatral, assim como a co-produções ou colaborações com outras estruturas.

EMILIA PARDO BAZÁN
Emilia Pardo Bazán (1851-1921) foi romancista, jornalista, ensaísta, crítica literária, poetisa, tradutora, dramaturga, editora, professora universitária e conferencista. Foi a primeira mulher a presidir à secção de Literatura do Ateneu de Madrid e a primeira catedrática de Literatura Contemporânea de Línguas Neolatinas da Universidade Central de Madrid.
Filha de uma família aristocrática da Corunha (cidade que nas suas ficções surge com o nome de “Marineda”), escreveu mais de 600 contos ao longo da sua vida, vários romances – como “La Tribuna” (1883), “Los pazos de Ulloa” (1886), “La madre naturaleza” (1887), “La piedra angular” (1891) ou “La sirena negra” (1908) – e peças de teatro (“El vestido de boda”, 1898; “Cuesta abajo” e “Verdad”, 1906; e “El becerro de metal”, 1909; entre outras). Colaborou com vários jornais e revistas, escrevendo crónicas de viagens, artigos e ensaios. Fundou e dirigiu a revista “Nuevo teatro Crítico” e a “Biblioteca de la mujer”, uma colecção de obras de referência do feminismo.
Entre 1882 e 1883 publicou uma série de artigos sob o título “La cuestión palpitante” sobre o naturalismo, corrente literária em que se inscreve a maior parte dos seus romances e da qual é considerada uma das primeiras protagonistas em Espanha.
Em várias das suas obras aborda temas sociais e laborais (em “La Tribuna” a partir do ponto de vista de uma protagonista feminina), aponta as desigualdades de género e expõe assuntos que à época eram considerados tabu, como as crises matrimoniais ou a violência doméstica.

[MOSTRA DE TEATRO GALEGO EM COIMBRA 2023]

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