Até cantar dá trabalho | TALEGUINHO

Um panal sonoro em forma de concerto, construído com imagens, sons, cantigas e histórias dos ofícios.
O trabalho dá trabalho. Mas se o mundo existe assim – a Natureza inicial acrescentada de existências nunca vistas – é mesmo porque os humanos juntaram a inteligência às mãos para montar uma oficina de sonhos. E à ferramenta chamaram Trabalho.
Têm os magos a varinha mágica para a transformação dos desejos em realidade. E tem a gente comum sua varinha também, que transforma pedras em calçada, semente em eito de seara, palavras em poema, metal e fogo em foguetão.
Mas quando o trabalho dá muito trabalho e os braços se queixam de cansaço, a voz inventa-lhe cantigas. Uma espécie de abracadabra para acompanhar o ceifar, o fiar, o aboiar, o recolher a rede, o partir o rochedo. Duas magias em vez de uma só!
São essas cantigas que aqui se cantam, histórias afinal da vida do pão, que é lavra e sementeira colheita e debulha, entre a chuva e o fogo, entre a fome e a barriga cheia. O trabalho dá trabalho, mas… e o consolo que dá?
MÚSICA
Até cantar dá trabalho
TALEGUINHO
14 de Junho de 2025
Sábado, 11h00
> Jardim da Cerca de São Bernardo
> M/3 > 40 min > entrada gratuita
[SÁBADOS PARA A INFÂNCIA]
informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / bilheteira@aescoladanoite.pt

TALEGUINHO
Cantigas como pedacinhos de tecido, cosidas umas às outras como se fossem dias e noites. Ou como se fossem vidas.
Diz a mãe à filha que “esta cantiga de embalar que te cantei há pouquinho, cantava-ma a mim a minha mãe como a mãe dela lha cantava”. Cantigas são, mas são também adivinhas, provérbios e trava-línguas, dizeres – uns – com cara de quem já foi mouro, outros que são passos de judeus. Cantigas, adivinhas, provérbios e trava-línguas que são daqui e dali, de agora e de há tanto tempo, como mosaicos de pano que o tempo teceu e a vida coloriu, memórias de gente antiga. A tingir de vozes os tempos que hão de vir!