Archive for Novembro, 2012

A Escola da Noite recebe espectáculo aclamado pela crítica brasileira

Domingo, Novembro 18th, 2012

A Escola da Noite recebe em Coimbra, a 7 e 8 de Dezembro, o espectáculo “12 homens e uma sentença”, de Reginald Rose. Oportunidade única para assistir a um dos mais aclamados espectáculos de teatro do Brasil dos últimos anos, que se mantém em cena desde 2010.

"12 homens e uma sentença" (foto: João Caldas)

Com encenação de Eduardo Tolentino (director do Grupo TAPA, de São Paulo), “12 homens” ganhou em 2010 o Prémio APCA (Associação Paulista de Críticos de Arte) para melhor espectáculo do ano e foi nomeado para duas categorias do Prémio Shell (melhor encenador e melhor actor). Desde então, conta com mais de 300 apresentações e mais de 100 mil espectadores. Chega agora a Portugal, numa digressão que inclui Lisboa (por iniciativa do Ano do Brasil em Portugal) e as cidades de Coimbra, Braga e Évora, numa parceria entre a Cena Lusófona e a rede Culturbe.

contra “a burrice da unanimidade
Originalmente escrita para teatro televisivo, a peça viria a ficar famosa pela sua adaptação ao cinema no filme “Doze homens em fúria” (“12 angry men”), realizado em 1957 por Sidney Lumet, com Henry Fonda como actor e produtor.
Numa sala fechada, doze jurados devem decidir se condenam ou não à morte na cadeira eléctrica um jovem acusado de assassinar o pai. Desenvolve-se a partir daí um surpreendente e fascinante exercício de argumentação e de conflito entre os 12 homens. O que parecia uma decisão fácil e rápida de tomar, com a unanimidade garantida, torna-se afinal bem mais complexo, a partir do momento em que um dos jurados questiona o senso comum e começa a levantar dúvidas. Ao mesmo tempo, vão sendo expostos os preconceitos de cada um dos jurados e a fragilidade das certezas absolutas na base das quais são tantas vezes tomadas decisões, na justiça como na política. É um espectáculo “contra a burrice da unanimidade”, que mostra como “as dúvidas razoáveis são bem mais interessantes dos que as verdades aparentes”, afirma o encenador.

Retratos falantes
Aproveitando a presença da comitiva do espectáculo em Portugal, a rede Culturbe oferece ainda ao público das cidades de Braga, Coimbra e Évora a possibilidade de assistir a um segundo espectáculo, da companhia paulista “Grupo TAPA”. Também com encenação de Eduardo Tolentino, “Retratos Falantes” inclui três monólogos do dramaturgo Alan Bennett – “Fritas no açúcar”, “A senhora das cartas” e “Brincando de sanduíche” – interpretados, respectivamente, pelos actores Brian Penido, Zé Carlos Machado e Emília Rey.
Tal como “12 homens”, também os monólogos de Benett foram escritos originalmente para televisão, em 1987. Eles abordam, com um “humor ácido e cortante”, os temas da solidão e da incomunicabilidade no mundo contemporâneo, através de “figuras anónimas, quase invisíveis, que podem morar na porta ao lado”.

o regresso do TAPA
Fundado em 1979, o Grupo TAPA é uma das mais importantes e conceituadas companhias brasileiras. Assumindo-se como companhia de reportório, encenou obras de Nelson Rodrigues, Oduvaldo Vianna Filho, Plínio Marcos, Jorge Andrade, Shakespeare, Strindberg, Pirandello, Tennessee Williams, entre vários outros nomes da dramaturgia universal. Conhecido pelo rigor artístico e técnico que coloca nos seus trabalhos, quase sempre dirigidos por Eduardo Tolentino de Araújo, o TAPA é uma referência do teatro brasileiro, pela qual têm passado dezenas de artistas e outros profissionais do espectáculo. Escreve a investigadora Rosangela Patriota sobre o trabalho do grupo: “assistir a um espetáculo do Grupo Tapa é estar diante de um trabalho que se movimenta por música. Os acordes são precisos, o ritmo apropriado e a sintonia entre a melodia e a interpretação surge como algo natural”. Tudo isto, salienta, graças a um “trabalho incessante realizado ao longo de quase 365 dias do ano: cursos e oficinas de formação de atores, grupos de estudos, traduções e um constante esforço de inserir-se no debate da cena contemporânea, nacional e internacional”.
Para A Escola da Noite, é um prazer e um privilégio voltar a receber o Grupo em Coimbra, 12 anos depois de, ainda na sala estúdio do Pátio da Inquisição, ter acolhido uma verdadeira mostra de dramaturgia brasileira contemporânea, com as apresentações de “Navalha na Carne”, de Plínio Marcos”, “Corpo a Corpo”, de Oduvaldo Viana Filho, e “A Serpente”, de Nelson Rodrigues. A força dos textos então apresentados e as magníficas interpretações dos actores do TAPA estão certamente na memória de todos aqueles que puderam assistir a estes espectáculos.
Dada a elevada procura que os espectáculos justificam, A Escola da Noite aconselha vivamente a reserva antecipada de lugares, pelos contactos habituais. Os preços para os espectáculos são também os normalmente praticados no TCSB (5 a 10 Euros), havendo condições especiais para quem quiser assistir às duas peças.

Teatro da Cerca de São Bernardo

12 HOMENS E UMA SENTENÇA
de Reginald Rose

encenação Eduardo Tolentino elenco Adriano Bedin, Brian Penido, Ricardo Dantas, Zé Carlos Machado, Oswaldo Mendes, Augusto Cesar, Fernando Medeiros, Haroldo Ferrari, Henri Pagnoncelli, Oswaldo Ávila, Riba Carlovich, Gustavo Trestini e Ivo Muller
7 e 8 de Dezembro
sexta e sábado, 21h30
M/12 > 100′ > 5 a 10 Euros

RETRATOS FALANTES
de Alan Bennett
encenação Eduardo Tolentino interpretação Brian Penido (Fritas no açúcar), Emília Rey (A senhora das cartas) e Zé Carlos Machado (Brincando de sanduíche)
9 de Dezembro
domingo, 16h00
M/12 > 90′ > 5 a 10 Euros

bilhete para os dois espectáculos: 15 Euros
informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

Hoje à noite!

Sábado, Novembro 17th, 2012

CLAUSEWITZ

Eu decidi ser agricultor. Eu não quero mais saber do Teatro. O senhor acha que tem lugar para o Teatro no mundo, depois desta Guerra?

Novas diretrizes em tempos de paz,

de Bosco Brasil

Abrunheira (Montemor-o-Velho) recebe “Novas diretrizes”

Sexta-feira, Novembro 16th, 2012

Igor Lebreaud em "Novas diretrizes em tempos de paz" (foto de ensaio de Eduardo Pinto)

A Casa do Povo de Abrunheira recebe este sábado, em ante-estreia, o espectáculo “Novas diretrizes em tempos de paz”, de Bosco Brasil. A sessão é às 21h30.

Faça-nos companhia!

NOVAS DIRETRIZES EM TEMPOS DE PAZ
de Bosco Brasil

Em 18 de Abril de 1945, quando a II Guerra Mundial está perto do fim, um emigrante polaco, Clausewitz, desembarca no porto do Rio de Janeiro, em busca de uma nova vida como agricultor. No cais é colocado perante Segismundo, um oficial da alfândega que desconfia das intenções da entrada de Clausewitz no Brasil.

Sem o salvo-conduto assinado por Segismundo, Clausewitz será obrigado a voltar ao cargueiro e seguir viagem. Para a obtenção desse salvo-conduto, Segismundo propõe um desafio ao estrangeiro, o que leva as duas personagens, que partilham a mesma idade do séc. XX, a confrontar as suas memórias: de um lado um actor que perdeu familiares e amigos, do outro um ex-torturador que sempre cumpriu ordens.

encenação António Augusto Barros elenco Igor Lebreaud e Miguel Lança figurinos e imagem gráfica Ana Rosa Assunção

Abrunheira (Montemor-o-Velho), Casa do Povo

17/11/2012, sábado, 21h30

50′ > M/16 > 5 Euros

A Escola da Noite em Campo Benfeito com “Nunca estive em Bagdad”

Quinta-feira, Novembro 15th, 2012

Miguel Magalhães e Maria João Robalo, "Nunca estive em Bagdad" (ensaio, foto de Eduardo Pinto)

Glória e Rogério já estão a arrumar a sua casa nova em Campo Benfeito (Castro Daire), no Teatro do Montemuro.

Amanhã à noite (21h00) abrem as portas ao público e a entrada é livre.

Venha conhecê-los!

COMUNICADO

Terça-feira, Novembro 13th, 2012

Em meados de Junho, o ex-Secretário de Estado da Cultura prometeu, na Assembleia da República e à comunicação social, que os concursos para apoio à criação artística nos próximos anos abririam até ao final de Setembro. Tal não aconteceu. A única coisa que saiu foi um comunicado lacónico da Direcção-Geral das Artes, recentemente retirado do site da instituição, dizendo que estavam a aguardar autorização das Finanças.
O Secretário de Estado da Cultura foi entretanto substituído, mas continua a não haver qualquer indicação sobre a abertura destes concursos. O novo titular da pasta não fez sequer qualquer declaração sobre a situação do sector.
O que significa que todas as estruturas de criação artística que são financiadas pelo Estado estão neste momento sem saber com o que podem contar para daqui a pouco mais de mês e meio. Estão impedidas de planificar a sua actividade e de concorrer a outros apoios, sem saber se podem manter os vínculos com os seus trabalhadores, sem saber se podem continuar a existir.
Como se isto não bastasse, surgiu entretanto um problema adicional. A DGArtes começou em Outubro a falhar os pagamentos contratualizados para este ano. As prestações relativas ao financiamento de 2012 previstas para o mês passado não foram pagas e a justificação que é dada é a mesma: aguarda autorização das Finanças.
Por causa disto, as companhias estão impedidas de honrar os compromissos com os seus trabalhadores, com fornedores e com o próprio Estado (impostos, segurança social, etc.). Em alguns casos, nomeadamente no que diz respeito a projectos comunitários, arriscam mesmo perder milhares de Euros por incapacidade de liquidar dentro dos prazos previstos despesas que seriam co-financiadas.
Mais uma vez se comprova que, para este Governo, os contratos assinados com os agentes culturais não são para levar a sério. O facto de não serem respeitados não merece sequer uma palavra das instituições (neste caso a Direção Geral das Artes) que teriam a obrigação de os executar – limitam-se, quando questionados,  a descartar responsabilidades para o Ministério das Finanças.
Acontece que nos disseram que a cultura dependia directamente do Primeiro-Ministro.
É por isso a ele que exigimos:
– a regularização imediata das prestações relativas aos apoios de 2012, nos termos contratualizados;
– uma informação clara, com indicação de prazos e orçamentos, quanto à abertura dos concursos para apoio às artes nos próximos anos, como decorre do Decreto-Lei 196/2008, de 6 de Outubro.
Só assim se conseguirá evitar a desagregação completa do tecido cultural em Portugal, o encerramento de dezenas de estruturas profissionais por todo o país e o despedimento de centenas de trabalhadores.

13 de Novembro de 2012

A Escola da Noite – Grupo de Teatro de Coimbra
ACERT
ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve
BAAL 17
Centro Dramático de Évora
Companhia de Teatro de Braga
F.C. Produções Teatrais
Jangada – Cooperativa de Teatro Profissional
Lendias d’Encantar
MARIONET
O Teatrão
Peripécia Teatro
Seiva Trupe – Teatro Vivo
Teatro Art’Imagem
Teatro das Beiras
Teatro do Montemuro
Teatro Extremo
Teatro Fórum de Moura

(lista de subscritores actualizada às 23h23)