Archive for Outubro, 2012

“Remendos” no Teatro Garcia de Resende

Quarta-feira, Outubro 31st, 2012

Depois de “O Gigante”, o Teatro do Montemuro volta ao palco do Teatro Garcia de Resende em Évora, com “Remendos” de Thérèse Collins, um espectáculo no âmbito da rede CULTURBE – Braga, Coimbra e Évora.

(foto: Lionel Balteiro)

Inês é uma jovem irreverente, cheia de vida e energia. A jovem mais bonita da aldeia. Assim, não é estranho que os olhos do filho da família mais abastada das redondezas se tenham fixado nela. O coração de Inês, esse, já tem dono. Terá ela força para impedir o casamento, o seu casamento, arranjado pelos pais de ambos?

Como poderá esta jovem sobreviver e vingar no mundo para o qual sente que está a ser arrastada? Manipulada e presa por aqueles que a rodeiam, conseguirá ela erguer-se com sucesso das suas humildes raízes e lutar para que a sua filha tenha uma vida diferente, livre das regras da família, onde possa escolher que rumo seguir, quem amar?

Quem dá as cartas neste jogo e qual a melhor altura para se fazer a jogada? Uma coisa é certa: alguém vai perder e quando isso acontecer o mais certo é que perca tudo. A vida de Inês está sob o olhar atento de uma comunidade que julga e leva as suas presas ao seu limite, empurrando-as para o abismo.

Haverá esperança para ela? Mas onde se esconde um segredo do qual não se pode falar? Até onde se pode passar por cima de tabus sociais para manter a paz? Onde se guardam pensamentos que não queremos que mais ninguém ouça? A música e as emoções levam-nos numa viagem comovente e divertida, mas dolorosa emocionalmente que nos transporta para a mente conturbada de uma mulher. A sua vida apresentada dentro e fora de uma realidade bamboleante, entre o real e surreal.

 

Remendos

de Thérèse Collins

Teatro Garcia de Resende

domingo, 4 de Novembro, 21h30

M/12 > 1h45m > 4 a 8 €

texto Thérèse Collins encenação Paulo Duarte direcção musical Ricardo Rocha e Carlos Adolfo interpretação Abel Duarte, Eduardo Correia, Isabel Pinto, Paulo Freitas e Rebeca Cunha cenografia e figurinos Ana Limpinho costureiras Capuchinhas CRL e Maria do Carmo Félix construção de cenários Carlos Cal assistência à construção de cenários e cenografia Maria da Conceição Almeida desenho de luz Paulo Duarte  operação técnica Carlos Cal e Paulo Duarte direcção de produção Paula Teixeira assistência à produção Susana Duarte assessorai de imprensa Paula Teixeira e Susana Duarte tradução José Miguel Moura cartaz Helen Ainsworth

informações 266 703 112 / geral@cendrev.com

Sofia Lobo sobre Glória e Rogério: “são personagens muito próximas de nós”

Quarta-feira, Outubro 31st, 2012

Ouça AQUI a reportagem da Antena Um sobre o mais recente espectáculo d’A Escola da Noite.

“Nunca estive em Bagdad” está em cena no TCSB até domingo, 4 de Novembro.

Faça-nos companhia!

carta aberta

Quarta-feira, Outubro 31st, 2012

O Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura lançou ontem uma carta aberta, na sequência do Dia em defesa da cultura e a propósito da proposta de Orçamento Geral do Estado que está a votação.

A Escola da Noite transcreve-a na íntegra e associa-se à pergunta que nela é feita:

 

O ORÇAMENTO “ADEQUADO”?
[Carta aberta aos membros do Executivo Municipal e da Assembleia Municipal de Coimbra e aos deputados eleitos pelo distrito de Coimbra]

27 iniciativas culturais em 14 espaços diferentes da cidade. Cerca de 80 artistas envolvidos, para além de membros do Manifesto em Defesa da Cultura. 1345 novos subscritores do manifesto nacional. Mais de três mil pessoas a assistir às actividades realizadas.

No passado dia 29 de Setembro, Coimbra deu um sinal muito forte em defesa da cultura. E, em concreto, em defesa da importância da criação artística na vida das pessoas, mesmo quando outras necessidades básicas estão ameaçadas pelas políticas de austeridade.

O Manifesto em Defesa da Cultura defende e justifica o reforço do investimento público na cultura como única forma de salvaguardar a diversidade da oferta e a todos os cidadãos a possibilidade de a ela acederem, independentemente da sua condição económica, localização geográfica ou outra. Denuncia a situação de catástrofe, social, cultural e civilizacional que a política de austeridade que sucessivos Governos PSD, CDS e PS – e agora com a Troika – vêm provocando. Exige o cumprimento da Constituição da República, quanto ao seu Artigo 78º, no que toca às garantias pelo Estado de um serviço público de cultura e do livre acesso à criação e fruição culturais. Estabelece um objectivo, ao mesmo tempo, aparentemente, irrisório e ambicioso: 1% do Orçamento Geral do Estado (OGE) para a Cultura.

Irrisório porque 1% é 1%. Um por cento do OGE significa 1% do peso destas actividades no conjunto da acção do Estado, no conjunto do investimento que é feito em nome de todos para o interesse colectivo, no conjunto das preocupações e da intervenção de quem governa o país.
Objectivo ambicioso, por outro lado, porque não podemos deixar de olhar para o que temos e para o que tem acontecido. Os sucessivos cortes no orçamento destinado à cultura têm reduzido de forma sistemática o peso da cultura no conjunto do investimento público. Ele representa hoje pouco mais do que 0,1% do OGE. Dez vezes menos, portanto, do que a “irrisória” meta que se reivindica (e que é internacionalmente recomendada como mínimo razoável, por exemplo, na Agenda 21 da Cultura, apresentada em Barcelona em 2004). Ambicioso, ainda, porque é enunciado num momento em que todas as áreas de investimento público sofrem uma pesada retracção e em que o discurso dominante procura impor “prioridades” e “prevalências” entre os diferentes direitos sociais, como se tivesse sido a garantia destes direitos a causar a crise em que estamos.

A isso respondeu, de forma muito significativa, a população de Coimbra. Recusou a demagogia e a chantagem e disse que não aceita esta aniquilação da cultura, no país e na cidade. Mostrou que sabe o que tem a perder e que não quer deixar de usufruir do trabalho dos seus artistas. Que corresponderam, demonstrando a sua consciência da dimensão social do seu trabalho, entregando-se generosamente a esta reivindicação, simultaneamente defendendo a sua dignidade profissional e a dimensão humana, colectiva e emancipatória da sua actividade.

Soube-se a 16 de Outubro que a proposta de Orçamento do Estado para 2013 prevê a manutenção do 0,1% para a Cultura e que o ex-responsável pela tutela, Francisco José Viegas, achava esse valor “adequado”. Se entretanto mudou o Secretário de Estado, mantém-se inalterado o Orçamento.
É altura dos eleitos com responsabilidade na matéria se pronunciarem. Os membros do executivo autárquico e Assembleia Municipal, que certamente aceitarão que o recente reconhecimento nacional da qualidade da programação cultural de Coimbra é também devedora da vitalidade até agora demonstrada pelos agentes culturais da cidade e que viram a sua cidade contestar na rua o subfinanciamento da cultura, também consideram “adequada” a situação? Os deputados eleitos por Coimbra, que vão discutir e votar o Orçamento de Estado sabendo que há no seu distrito várias estruturas profissionais à beira de desaparecerem, teatros a encerrar, museus em serviços mínimos – situação que a população de Coimbra mostrou recusar veementemente – também julgam que este orçamento é “adequado”?

O Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura
25 de Outubro de 2012

Nunca estive em Bagdad: últimos espectáculos em Coimbra

Terça-feira, Outubro 30th, 2012

Termina no próximo domingo, em Coimbra, a temporada de “Nunca estive em Bagdad”, de Abel Neves. A mais recente produção d’A Escola da Noite parte depois em digressão, com paragens em Campo Benfeito, Faro e Santiago de Compostela.

Maria João Robalo e Miguel Magalhães, "Nunca estive em Bagdad" (ensaio, foto de Eduardo Pinto)

“Nunca estive em Bagdad” é, nas palavras do próprio autor, “uma história de amor em tempo de guerra”. Um jovem casal português muda uma vez mais de casa. Ao mesmo tempo, a guerra do Iraque de 2003 entra-lhes pela sala, transmitida em directo pela televisão. Entre o problema de Glória, que vai sendo revelado ao longo da peça, e a tragédia global de que Rogério não consegue descolar, vive-se um confronto de escalas que amplia o efeito de ambos na vida quotidiana do casal.

um autor “da casa”
Abel Neves é um dramaturgo e romancista português com mais de 25 peças teatrais publicadas e encenadas, entre as quais “Jardim Suspenso”, contemplada em 2009 com o Prémio Luso-Brasileiro de Dramaturgia António José da Silva. Para além do teatro, é autor ainda de sete romances, ao que junta a edição de poesia e ensaios.
É um dos autores contemporâneos mais vezes trabalhado pel’A Escola da Noite, que apresentou “Além as estrelas são a nossa casa” (2000), “Além do infinito” (2004) e “Este Oeste Éden” (2009). No texto de apresentação do espectáculo, a companhia considera-o um “companheiro de estrada, na defesa e na prática desse teatro como coração de estrela, no centro da vida, lugar de todas as utopias”.

só até domingo
O espectáculo é a 58.ª produção d’A Escola da Noite, que comemora em 2012 o seu vigésimo aniversário. Estreou no passado dia 25 de Outubro e mantém-se em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo apenas até ao próximo domingo, 4 de Novembro. Parte depois em digressão por Portugal (Campo Benfeito, Castro Daire, a 16 de Novembro, e Faro, a 24 de Novembro) e Galiza (Santiago de Compostela, 4 e 5 de Dezembro).
Encenado por Sofia Lobo – actriz fundadora da companhia, que dirigiu “Play Beckett” (2006) e “Noite de Amores Efémeros”, de Paloma Pedrero (2010) – “Nunca estive em Bagdad” conta com as interpretações de Maria João Robalo e Miguel Magalhães, os figurinos de Ana Rosa Assunção, o desenho de luz de Danilo Pinto e o som de Zé Diogo.
Os bilhetes custam entre 5 e 10 Euros e mantêm-se válidas, para além dos descontos habituais – estudante, maiores de 65 anos, profissionais e amadores de teatro –, as campanhas “quintas no teatro” (50% de desconto), “teatro na baixa” (20% de desconto mediante a apresentação dos vales distribuídos em vários estabelecimentos comerciais da baixa da cidade), “até ao próximo” (oferta de um bilhete na compra de outro para o espectáculo seguinte no TCSB) e “assinaturas TCSB”.

Nunca estive em Bagdad
de Abel Neves

encenação Sofia Lobo elenco Maria João Robalo e Miguel Magalhães espaço cénico Ana Rosa Assunção e Sofia Lobo figurinos e imagem gráfica Ana Rosa Assunção luz Danilo Pinto som Zé Diogo

M/12 > 1h30 com intervalo > 5 a 10 Euros

Teatro da Cerca de São Bernardo, Coimbra
até 4 de Novembro
terça a sábado, 21h30
domingo, 16h00

Espaço Montemuro, Campo Benfeito (Castro Daire)
16 de Novembro
sexta-feira, 21h30

Teatro Lethes, Faro
24 de Novembro
sábado, 21h30

Salón Teatro, Santiago de Compostela (Galiza)
4 e 5 de Dezembro
terça e quarta-feira, 20h30

Colégio São Teotónio vem a Bagdad

Terça-feira, Outubro 30th, 2012

Miguel Magalhães e Maria João Robalo, "Nunca estive em Bagdad" (ensaio, foto de Eduardo Pinto)

Os alunos de Teatro do Colégio São Teotónio vêm assistir hoje à noite ao espectáculo “Nunca estive em Bagdad”.

No final, há conversa com a equipa criativa do espectáculo, aberta a todos os espectadores.

Aproveite!