Às quintas-feiras, A Escola da Noite pratica o preço único de 5 Euros, no âmbito da iniciativa “Quintas no Teatro”.
Aproveite e venha conhecer o nosso mais recente espectáculo: “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos.
Às quintas-feiras, A Escola da Noite pratica o preço único de 5 Euros, no âmbito da iniciativa “Quintas no Teatro”.
Aproveite e venha conhecer o nosso mais recente espectáculo: “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos.
Maio é um mês repleto de teatro na Cerca de São Bernardo. Para além dos dois novos espectáculos d’A Escola da Noite (um deles em estreia absoluta), a companhia recebe na sua casa duas peças da ACTA – Companhia de Teatro do Algarve, no âmbito da rede Culturbe.
“O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos, estreado há menos de um mês na cidade de Évora, chega a Coimbra no dia 16 de Maio para uma temporada de duas semanas. Com encenação de António Augusto Barros, esta co-produção com o Cendrev apresenta um elenco misto. Três prostitutas – Dilma, Célia e Leninha (interpretadas, respectivamente, por Rosário Gonzaga, Ana Meira e Maria João Robalo) – partilham o quarto onde vivem e trabalham. O proprietário do prostíbulo (Giro/José Russo) exerce pressão sobre elas para que aumentem a produtividade, socorrendo-se sempre que necessário de Osvaldo, o seu capanga (Miguel Lança).
O espectáculo está em cena no Teatro da Cerca de São Bernardo até 27 de Maio, de terça a sábado à noite e aos domingos à tarde.
em estreia: Santíssima Apunhalada
Apenas uma semana depois da estreia em Coimbra de “O Abajur Lilás”, A Escola da Noite estreia um novo espectáculo, apresentado em horário alternativo. Na sequência do trabalho que vem desenvolvendo em torno da dramaturgia espanhola contemporânea, a companhia apresenta agora “Santíssima apunhalada”, peça curta de Antonio Onetti, um dos autores que recentemente vieram a Coimbra a convite d’A Escola da Noite. O espectáculo tem encenação e interpretação de Igor Lebreaud e Miguel Magalhães: na Sevilha dos dias de hoje, nas vésperas da Semana Santa, um ladrão mal encarado e um travesti anafado e cinquentão encontram-se num jardim, sob o olhar da Virgem, a quem alguém roubou as jóias.
Com a duração aproximada de 30 minutos, o espectáculo estreia a 22 de Maio e é apresentado ao final da tarde (19h00), numa curta temporada de seis dias consecutivos (terça a domingo).
dois espectáculos da ACTA
Logo após as temporadas dos novos espectáculos d’A Escola da Noite, é a vez da ACTA – Companhia de Teatro do Algarve regressar ao palco do TCSB, com uma proposta dupla: “Laço de Sangue” e “Cavalo manco não trota”, ambos com intepretação de Luís Vicente, director artístico do grupo (ao qual se junta, no primeiro caso, o actor Mário Spencer).
TCSB
Maio 2012 – programação
Teatro
[estreia em Coimbra]
O Abajur Lilás
de Plínio Marcos
A Escola da Noite / Cendrev
encenação António Augusto Barros interpretação Ana Meira, José Russo, Maria João Robalo, Miguel Lança, Rosário Gonzaga cenografia João Mendes Ribeiro e Luisa Bebiano figurinos Ana Rosa Assunção luz António Rebocho música André Penas
16 a 27 de Maio
terça a sábado, 21h30; domingos, 16h00
M/16 > 1h40 c/ intervalo > 5 a 10,00
Teatro
[estreia]
Santíssima Apunhalada
de António Onetti
A Escola da Noite
tradução Clara Riso encenação e interpretação Igor Lebreaud e Miguel Magalhães figurinos e elementos cénicos Ana Rosa Assunção luz Danilo Pinto som Eduardo Gama
22 a 27 de Maio
terça a domingo, 19h00
M/12 > 25′ > preço único: 5,00
Teatro
Laço de Sangue
de Athol Fugard
ACTA – Companhia de Teatro do Algarve
encenação Luís Vicente interpretação Luís Vicente e Mário Spencer
29 de Maio terça-feira, 21h30
M/12 > 1h10 > 5 a 10,00
Cavalo manco não trota
de Luis del Val
ACTA – Companhia de Teatro do Algarve
encenação Bruno Martins interpretação Luís Vicente
30 de Maio
quarta-feira, 21h30
M/16 > 1h20 > 5 a 10,00 Euros

José Russo, Ana Meira, Miguel Lança e Maria João Robalo em "O Abajur Lilás" (foto de ensaio, Paulo Nuno Silva)
Onde vamos?
O gado pasta dormindo.
Para o poeta, o castigo.
Para o santo, a forca.
Para o profeta, a Cruz.
Para o condutor, bala.
Onde vamos?
Onde vamos?
Onde vamos?
O jato encurta a distância.
A solidão aumenta o tempo.
Cedo ou tarde, a morte está à espreita.
Onde vamos?
Onde vamos?
Onde vamos?
O herói ganha medalhas e agonia.
Nos restos dos festins, os cães coçam as pulgas.
Choram as viúvas.
A lua está mais perto.
A canalha contente.
Onde vamos?
Onde vamos?
Onde vamos?
Os faróis que nos guiam são pálidos.
Onde vamos?
Onde vamos?
Onde vamos?
A temporada de “O Abajur Lilás” em Évora recomeça hoje, dia 25 de Abril.
E continua até sábado. Faça-nos companhia!
Estreia esta quinta-feira em Évora, no Teatro Garcia de Resende, “O Abajur Lilás”, de Plínio Marcos. O espectáculo é uma co-produção entre A Escola da Noite e o Cendrev e tem encenação de António Augusto Barros, que dirige um elenco com actores das duas companhias.
Três prostitutas – Dilma, Célia e Leninha (interpretadas, respectivamente, por Rosário Gonzaga, Ana Meira e Maria João Robalo) – partilham o quarto onde vivem e trabalham. O proprietário do prostíbulo (Giro/José Russo) exerce pressão sobre elas para que aumentem a produtividade, socorrendo-se sempre que necessário de Osvaldo, o seu capanga (Miguel Lança). As relações entre as diferentes personagens são utilizadas por Plínio Marcos para falar da situação do Brasil na década de 60, sob a ditadura – a peça foi escrita (e proibida pela primeira vez) em 1969. Em 1975, depois de uma segunda proibição, “O Abajur Lilás” viria mesmo a tornar-se uma bandeira em defesa da liberdade de expressão e contra as diferentes formas de opressão e exploração. Sábato Magaldi, crítico brasileiro, considerou-a como “a mais incisiva, dura e violenta” das peças que analisaram a situação brasileira pós-1964 (data do golpe de estado que instituiu a ditadura militar) e afirmou que ela servia “de desnudamento de um período de terror”. Salientou, também, a universalidade e a intemporalidade do tema que, metaforicamente, percorre toda a obra: ela é “um contundente veredicto contra o poder ilegítimo”.
Um português amplo
Reconhecido pela linguagem marginal que utilizava nas suas peças, Plínio Marcos assumia a intenção: “escrevia como se falava nas cadeias. Como se falava nos puteiros. Se o pessoal das faculdades de linguística começou a usar minhas peças nas suas aulas e pesquisas, que bom! Isso era uma contribuição para o melhor entendimento entre as classes sociais”. “O Abajur Lilás” está carregado dessa gíria específica, identificado com a zona portuária da cidade de Santos (São Paulo), de onde o autor era natural. Mas Plínio acrescentava sempre expressões e palavras novas, criadas por si, repletas de significado, força e poesia. Propositadamente, a versão apresentada pelo Cendrev e pel’A Escola da Noite respeita o texto original praticamente na íntegra. Por um lado, porque seria impossível fazer uma adaptação ao “português de Portugal” sem afectar a estrutura original da peça; por outro lado, porque este português amplo oferece ao espectador um surpreendente conjunto de palavras e expressões pouco utilizadas na linguagem do dia a dia mas que fazem parte da diversidade e da riqueza da língua portuguesa, que demasiadas vezes permanecem esquecidas.
Esta co-produção
O Cendrev (fundado em 1975) e A Escola da Noite (fundada em 1992) pertencem a duas “vagas” distintas da descentralização artística em Portugal e mantêm há muito relações de colaboração e intercâmbio. “O Abajur Lilás” é a primeira co-produção entre os dois grupos. Depois da estreia e da temporada em Évora, no Teatro Garcia de Resende (19 a 28 de Abril), o espectáculo será apresentado em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo, a partir de 16 de Maio.
O Abajur Lilás
de Plínio Marcos
encenação António Augusto Barros interpretação Ana Meira, José Russo e Rosário Gonzaga (Cendrev) e Maria João Robalo e Miguel Lança (A Escola da Noite) cenografia João Mendes Ribeiro e Luisa Bebiano figurinos Ana Rosa Assunção desenho de luz António Rebocho música André Penas
Évora, Teatro Garcia de Resende
19 a 28 de Abril quarta a sábado, 21h30; domingo, 16h00
M/16 > 4 a 8,00 Euros > 1h40, com intervalo
Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo
16 a 27 de Maio e 21 de Junho a 1 de Julho