Posts Tagged ‘1% para a cultura’

Comunicado do Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura

Segunda-feira, Abril 15th, 2013

Na sequência da concentração e do comunicado do passado dia 12 de Abril, o Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura foi recebido na sexta-feira à tarde por Celeste Amaro, Directora Regional da Cultura do Centro.
Saímos deste encontro, solicitado por nós, com preocupações acrescidas em relação aos motivos que nos levaram a convocar o protesto nacional da semana passada, a propósito da publicação dos resultados dos concursos de apoio da Direcção-Geral das Artes.

Quanto ao facto de os resultados destes concursos significarem uma quebra de 41% em relação aos montantes atribuídos em 2009 e terem como consequência o fim do apoio público a diversas estruturas profissionais de criação e programação, a Directora-Regional remete a responsabilidade para a tutela mas mostra-se conformada com a situação, exemplificando com os cortes que a própria instituição que dirige foi obrigada a fazer por constrangimentos orçamentais da Secretaria de Estado da Cultura. Cortes esses, acrescentou, que têm impedido a abertura dos programas de apoio à acção cultural da própria DRCC, que não sabe se e quando irá retomar.

Quanto ao facto de a Região Centro ser mais penalizada do que a média nacional nos concursos da DGArtes, tanto na comparação com 2009 (quebra de 47% nos apoios atribuídos) quanto tendo como referência os apoios previstos para a Região no momento de abertura dos concursos (entretanto “desviados” para outras regiões), Celeste Amaro afirmou não estar satisfeita com os resultados mas mostrou-se incapaz de fornecer uma explicação para o sucedido, argumentando que a DRCC não foi consultada sobre esta decisão. Contrariando todos os discursos e intenções anteriormente manifestadas pelo Governo, os resultados apresentados agravam as assimetrias regionais no país, algo a que a Direcção Regional de Cultura do Centro parece indiferente.

Mais grave ainda, no entanto, é o facto de pela segunda vez (quatro meses depois de o ter feito numa sessão pública no Mosteiro de Santa Clara-a-Velha) ter “alertado” os agentes culturais para a “possibilidade” de os valores agora atribuídos não virem a ser pagos na íntegra, em função de eventuais cortes adicionais que venham a ser decididos pelo Governo no decorrer no ano. Deu como exemplo a situação ocorrida em 2012, em que a DGArtes alterou unilateralmente os contratos que havia celebrado com as estruturas apoiadas, reduzindo o montante atribuído em 38%. A repetir-se uma situação deste género em 2013, e para além dos efeitos devastadores sobre o tecido cultural português, isso destruiria definitivamente a relação de confiança entre sociedade civil e Estado, indispensável ao correcto funcionamento de uma sociedade democrática.

Em resposta às críticas apresentadas pelo Manifesto em Defesa da Cultura quanto ao crescente desinvestimento público na Cultura (que actualmente representa apenas 0,1% do Orçamento Geral do Estado), Celeste Amaro aponta como única solução a procura de parcerias no sector privado, subscrevendo assim a tese dos que defendem e praticam a desresponsabilização do Estado nesta matéria.

Perante este conformismo e a falta de soluções manifestados pela representante da Secretaria de Estado da Cultura na Região Centro, o Manifesto em Defesa da Cultura reafirma a sua intenção de continuar a lutar pelo investimento público na cultura, como única forma de assegurar uma efectiva democratização cultural e o cumprimento do direito à criação e fruição artística, constitucionalmente reconhecido.
Recusamos a continuação de uma política que desvaloriza cada vez mais a actividade cultural no conjunto das políticas do Estado e não nos resignamos perante discursos conformados, chantagens ou ameaças veladas.
Queremos 1% do Orçamento Geral do Estado para a cultura e uma política cultural que cumpra o disposto na Constituição!

Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura
Coimbra, 14 de Abril de 2013

A cultura em trabalhos: conversa sobre a dança

Terça-feira, Março 19th, 2013

Prossegue esta semana, em Coimbra, o ciclo “A cultura em trabalhos”, organizado pelo Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura.

Amanhã, às 18h00, Joana Providência, Mário Carvalhal e Verônica Pimentel juntam-se a Leonor Barata na Casa da Escrita para a terceira conversa do ciclo. Às 21h30, o projecto D apresenta, no mesmo espaço, o espectáculo “De Ombro na Ombreira”, a partir de Alexandre O’Neill, no âmbito das comemorações do Dia Mundial da Poesia.

A entrada é livre (e muito recomendada).

Juntos a 2 de Março

Quarta-feira, Fevereiro 27th, 2013

O Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura, de que A Escola da Noite faz parte, associa-se à manifestação “Que se lixe a troika – o povo é quem mais ordena!”

Transcrevemos na íntegra o texto que foi hoje publicado.

 

Juntos e Unidos

No dia 2 de Março vamos sair à rua. Juntos entre nós, criadores e fruidores da cultura, e unidos com todos os que entendem que não faz sentido prolongar por mais tempo a agonia e a injustiça a que o país está sujeito, a pretexto do memorando com a troika.

Defendemos, no manifesto em defesa da cultura, que esta é um elemento fundamental na formação dos indivíduos e da vida em comunidade. A prática e o contacto regular com as diferentes formas de expressão artística e com o conhecimento que a cultura gera estimula a criatividade, o espírito crítico e a participação cívica dos cidadãos, contribuindo desta forma para a construção de sociedades mais abertas, mais livres, mais justas, mais solidárias.

A coberto de uma suposta inevitabilidade e para pagar dívidas que os cidadãos não contraíram, assistimos à desestruturação económica e social do país, com um escandaloso aumento das desigualdades e a imposição de sacrifícios que não só estão longe de ser iguais para todos como afectam repetidamente a mesma parte da população e proporcionam lucros astronómicos a quem especula, dentro e fora de Portugal. No meio da avalanche que se abateu sobre os direitos sociais dos portugueses, o direito à criação e à fruição cultural é apenas mais um entre aqueles a que nem a Constituição parece valer.

Ordenada a partir do exterior, esta destruição é aceite e concretizada pelos governantes nacionais, que deveriam defender os interesses de quem os elegeu. Perante esta atitude, as políticas já adoptadas e as constantes ameaças de que irão ainda mais longe na sua cega “austeridade”, cabe aos cidadãos dizerem-lhes – nas ruas, nas urnas, e em todo o lado – que foram longe demais. Que, ao contrário deles, não nos conformamos com o empobrecimento imposto à maioria para reforçar os privilégios de quem mais tem; que não nos resignamos perante as injustiças nem trocamos o Estado social abrangente por um estado mínimo ou pela caridade condescendente; que não mandatámos os governantes para se apropriarem, ou deixarem que outros se apropriem, dos bens e serviços públicos que são de todos.

A 2 de Março, lutamos em defesa de direitos conquistados e indissociáveis. Pelo direito à cultura, que nos levou a assinar o Manifesto, mas também pelo direito ao trabalho, o direito à saúde, o direito à educação, o direito à habitação, o direito à protecção social. É nestes direitos e na sua crescente abrangência que queremos que a nossa sociedade continue a assentar.

Nestes, e em mais um, essencial em democracia: o direito a ter um governo que não governe contra o povo.

 

Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura

 

CONCENTRAÇÃO DOS MEMBROS E APOIANTES

DO MANIFESTO EM DEFESA DA CULTURA

Porta de carga do TAGV, Rua Oliveira Matos

sábado, 2 de Março, 14h30

em defesa da cultura: debate sobre o cinema hoje à noite em Coimbra

Sexta-feira, Fevereiro 8th, 2013

Tem lugar hoje à noite, na Casa das Caldeiras, o segundo debate do ciclo “A cultura em trabalho(s)”, organizado pelo Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura. Depois do teatro, é o cinema a arte em destaque.

Começa às 21h30 e inclui a projecção do filme “Cerro Negro”, de João Salaviza. O debate é iniciado por António Ferreira, Susana Duarte, Bárbara Janicas e Sérgio Dias Branco, mas aberto a todos os que quiserem aparecer.

Até logo!

A Escola da Noite acolhe debate do manifesto em defesa da cultura

Terça-feira, Janeiro 22nd, 2013

A Escola da Noite acolhe esta sexta-feira à noite, no TCSB, o primeiro debate do ciclo “A cultura em trabalho(s)”, organizado pelo Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura. Dedicado ao teatro, este primeiro debate conta com as intervenções de João Brites (Teatro O Bando), Luís Serrano (Loucomotiva – Grupo de Teatro de Taveiro) e Patrícia Antunes (CITAC). O programa, que tem entrada livre, começa às 21h30, com a ante-estreia de “Novas diretrizes em tempos de paz”, o mais recente espectáculo d’A Escola da Noite.

O ciclo “A cultura em trabalho(s)” foi hoje apresentado em conferência de imprensa pelos organizadores e prossegue no dia 8 de Fevereiro, com o debate dedicado ao cinema. Terá lugar na Casa das Caldeiras e conta com as participações de António Ferreira (realizador), Susana Duarte (realizadora e professora universitária), Bárbara Janicas (estudante da ESTC) e Sérgio Dias Branco (coordenador dos Estudos Fílmicos da FLUC).