O Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura, de que A Escola da Noite faz parte, associa-se à manifestação “Que se lixe a troika – o povo é quem mais ordena!”
Transcrevemos na íntegra o texto que foi hoje publicado.
Juntos e Unidos
No dia 2 de Março vamos sair à rua. Juntos entre nós, criadores e fruidores da cultura, e unidos com todos os que entendem que não faz sentido prolongar por mais tempo a agonia e a injustiça a que o país está sujeito, a pretexto do memorando com a troika.
Defendemos, no manifesto em defesa da cultura, que esta é um elemento fundamental na formação dos indivíduos e da vida em comunidade. A prática e o contacto regular com as diferentes formas de expressão artística e com o conhecimento que a cultura gera estimula a criatividade, o espírito crítico e a participação cívica dos cidadãos, contribuindo desta forma para a construção de sociedades mais abertas, mais livres, mais justas, mais solidárias.
A coberto de uma suposta inevitabilidade e para pagar dívidas que os cidadãos não contraíram, assistimos à desestruturação económica e social do país, com um escandaloso aumento das desigualdades e a imposição de sacrifícios que não só estão longe de ser iguais para todos como afectam repetidamente a mesma parte da população e proporcionam lucros astronómicos a quem especula, dentro e fora de Portugal. No meio da avalanche que se abateu sobre os direitos sociais dos portugueses, o direito à criação e à fruição cultural é apenas mais um entre aqueles a que nem a Constituição parece valer.
Ordenada a partir do exterior, esta destruição é aceite e concretizada pelos governantes nacionais, que deveriam defender os interesses de quem os elegeu. Perante esta atitude, as políticas já adoptadas e as constantes ameaças de que irão ainda mais longe na sua cega “austeridade”, cabe aos cidadãos dizerem-lhes – nas ruas, nas urnas, e em todo o lado – que foram longe demais. Que, ao contrário deles, não nos conformamos com o empobrecimento imposto à maioria para reforçar os privilégios de quem mais tem; que não nos resignamos perante as injustiças nem trocamos o Estado social abrangente por um estado mínimo ou pela caridade condescendente; que não mandatámos os governantes para se apropriarem, ou deixarem que outros se apropriem, dos bens e serviços públicos que são de todos.
A 2 de Março, lutamos em defesa de direitos conquistados e indissociáveis. Pelo direito à cultura, que nos levou a assinar o Manifesto, mas também pelo direito ao trabalho, o direito à saúde, o direito à educação, o direito à habitação, o direito à protecção social. É nestes direitos e na sua crescente abrangência que queremos que a nossa sociedade continue a assentar.
Nestes, e em mais um, essencial em democracia: o direito a ter um governo que não governe contra o povo.
Núcleo de Coimbra do Manifesto em Defesa da Cultura
CONCENTRAÇÃO DOS MEMBROS E APOIANTES
DO MANIFESTO EM DEFESA DA CULTURA
Porta de carga do TAGV, Rua Oliveira Matos
sábado, 2 de Março, 14h30