Catarina destrava línguas nos Sábados para a Infância

Outubro 11th, 2023

A cantora Catarina Moura é a artista que se segue nos Sábados para a Infância no TCSB. No próximo sábado, dia 14, apresenta uma nova edição da oficina de trava-línguas que promete muita brincadeira em torno das palavras para os mais novos. Até ao final do ano, este espaço de programação para o público familiar inclui uma dúzia de propostas irrecusáveis, com espectáculos de marionetas, de música e de dança, histórias e oficinas de teatro, ilustração e construção de máscaras.
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Catarina Moura, a inconfundível voz do Taleguinho e da Brigada Victor Jara e membro das Segue-me à Capela, regressa aos Sábados para a Infância já esta semana, com a sua oficina de trava-línguas. Provenientes da tradição oral popular, os trava-línguas podem aparecer como versos, frases ou prosa. O desafio é dizer as palavras de forma rápida ou várias vezes repetidas sem errar… sem travar a língua! A sua importância ultrapassa o papel lúdico que todos conhecemos: “desempenham também um papel primordial ao nível psico-linguístico, devido à sua estrutura por textos curtos, com cerca de cinco ou seis versos, em métrica de quatro a seis sílabas” – adianta a formadora. Com a aquisição da leitura e da escrita, a utilização dos trava-línguas torna-se uma ferramenta pedagógica de grande utilidade para a consolidação do português nas crianças. Do “três tigres tristes para três pratos de trigo” ao tempo que “perguntou ao tempo quanto tempo o tempo tem”, a diversão e os tropeções da língua estão garantidos. A oficina destina-se a crianças a partir dos seis anos e tem a duração aproximada de 90 minutos. A inscrição custa 10 euros e pode ser feita pelos contactos habituais do TCSB.

“Flores de Livro”, com Cláudia Sousa (foto: Eduardo Pinto)

AINDA EM OUTUBRO: TEATRO E FLORES DE LIVRO
Nos dois últimos fins-de-semana de Outubro, a programação inclui também uma nova oficina de teatro dirigida por Hugo Inácio para crianças entre os 6 e os 12 anos, a 21 de Outubro, e a despedida de “Flores de Livro”, de Cláudia Sousa, a 28 de Outubro. “Flores de Livro” teve a sua primeira sessão há 10 anos, inaugurando a programação para o público familiar do TCSB, mesmo antes de haver Sábados para a Infância. Com Cláudia Sousa, acompanhámos o crescimento de uma geração de crianças da cidade, partilhando histórias, desenhos e centenas de livros para crianças, ao longo de mais de setenta sessões. A animadora sócio-educativa que tem sido nossa cúmplice nestas actividades vai abraçar outros projectos e promete novidades para breve. Por agora, contamos com uma sessão especial, para a qual estão convidadas as crianças de hoje mas também as crianças (e respectivas famílias) que desde 2013 tiveram oportunidade de conhecer neste espaço alguns dos mais belos livros para a infância publicados em Portugal.

NOVEMBRO: ILUSTRAÇÃO, TEATRO E DANÇA
Em Novembro, os Sábados começam com a dupla João Pedro Mésseder e Rachel Caiano, que vêm apresentar em Coimbra a sua mais recente obra conjunta: o livro “As casas das coisas”, publicado pela Editorial Caminho. Como em relação aos títulos anteriores, a manhã  de 4 de Novembro inclui uma oficina de ilustração para crianças a partir dos 10 anos e a apresentação do livro, com a presença dos dois autores.
Também de regresso estão Ana Raquel e Beatriz Marques Dias, com duas sessões de “A grande viagem do pequeno Mi”, de Madalena Victorino – um espectáculo de música e dança para adultos e crianças a partir dos 6 anos. As sessões, com lotação limitada, acontecem a 11 de Novembro, às 11h00 e às 16h00. Os bilhetes custam 5 euros.
Ricardo Kalash e Ana Biscaia dirigem, respectivamente, uma oficina de teatro para crianças dos 3 aos 5 anos (18 de Novembro) e uma oficina de ilustração para maiores de 6 anos (25 de Novembro). A inscrição em cada uma delas custa 10 euros.

“Ficar a ver estrelas”, pelo Taleguinho (© Pedro Rodrigues)

DEZEMBRO: MÁSCARAS, LOBOS E ESTRELAS
O mês de Dezembro começa com uma oficina de construção de máscaras dirigida pelo mestre Delphim Miranda: “A propósito dos caretos” destina-se a crianças a partir dos 6 anos e respectivos/as adultos/as acompanhantes e está marcada para dia 2 de Dezembro.
Nos dias 8 e 9, no âmbito das comemorações do aniversário da banda A Jigsaw, o grupo de Jorri e João Rui apresenta uma nova versão do espectáculo “The Wolf and the Rose”, uma co-produção com as Marionetas Rui Sousa estreada no TCSB em Abril de 2016. O espectáculo, com marionetas e música ao vivo, é apresentado em duas sessões: na sexta-feira às 19h00 e no sábado às 11h00.
Finalmente, a tradição de que ninguém abdica: a 16 de Dezembro, encerrando a programação anual do Teatro e antecipando os festejos natalícios, o Taleguinho apresenta “Ficar a ver estrelas”, um concerto especialíssimo, com músicas e histórias tradicionais de Portugal e da Galiza, que nos ajuda a desejar boas festas ao público da cidade desde 2015.

TEATRO DA CERCA DE SÃO BERNARDO
Sábados para a Infância – Outubro a Dezembro de 2023

informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

Mostra de Teatro Galego encerra com propostas para todas as idades

Outubro 6th, 2023

Mostra de Teatro Galego em Coimbra termina com chave de ouro este sábado, 7 de Outubro. Um espectáculo para toda a família, às 11h00 da manhã, e “Libre como os paxaros”, pelo Teatro do Atlántico, são as propostas irrecusáveis que temos para lhe fazer.
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“Hugo”, por Os Náufragos Teatro (©JuveMultimedia)

HUGO: “SERMOS DIFERENTES FAZ-NOS GRANDES”
O espectáculo “Hugo”, apresentado pela companhia Os Náufragos Teatro, da Corunha, fala-nos da riqueza da diferença e da importância de sabermos conviver com ela. Hugo e Laia são duas crianças. Hugo gosta muito de aviões e toca piano. Laia visita Hugo todos os dias. Gosta de falar e das plantas. Hugo tem PEA, perturbação do espectro do autismo. Através da relação entre as duas personagens, cuja história nos é contada com uma grande simplicidade de meios e muita sensibilidade humana e poética, a peça fala-nos de empatia, da necessidade de comunicarmos e da beleza da diferença.
Com texto original e encenação de Gustavo del Rio, “Hugo” é apresentado em Coimbra com as interpretações de Jimmy Núñez e Sete Eiroa. O espectáculo integra a programação de Outubro dos Sábados para a Infância e é indicado para toda a família. Os bilhetes têm o preço único de 5 euros e podem ser comprados online ou reservados pelos contactos habituais do Teatro.

“Libre coma os paxaros”, pelo Teatro do Atlántico (© Tino Viz/Margen)

CELEBRAR ROSALÍA COM O TEATRO DO ATLÁNTICO
O espectáculo de encerramento da Mostra de Teatro Galego em Coimbra é “Libre coma os páxaros”, pelo Teatro do Atlántico. Sob a encenação de Xulio Lago, a actriz María Barcala dá corpo e voz à vida e à obra da grande intelectual, escritora e poetisa galega Rosalía de Castro (1837-1885). Em cena, como na vida deste nome maior da história e da cultura da Galiza (autora de “Cantares Galegos”, “Follas Novas” e “En las orillas del Sar”, entre vários outros marcos fundamentais da literatura do país), “uma mulher toma a palavra e proclama-se dona da sua liberdade. Declara, desafiante, não se submeter às regras da arte no exercício da sua actividade criativa, nem acatar as ordens dos seus pares”. O espectáculo recorda “o seu amor pela literatura, pela poesia e pela língua do seu país; o seu respeito e a admiração pelas escravizadas mulheres do seu povo”; a forma como Rosalía expressou “a sua solidariedade e a sua dor pelas miseráveis condições de vida” que as mulheres galegas tiveram de suportar – adianta a companhia. Escrevendo na segunda metade do século XIX, a escritora denunciava temas como “a espoliação do património florestal e a tragédia da emigração, à qual se vêem obrigados centenas de milhares de compatriotas para poderem sobreviver, eles e as suas famílias, à fome e à miséria”. 
“Galega de pensamento livre”, Rosalía de Castro “clama contra o silêncio em que tudo isto está envolvido”. Faz parte desse clamor o poema “Pra Habana!”, do qual seriam retirados os versos que, musicados por José Niza e cantados por Adriano Correia de Oliveira, haveriam de tornar-se num hino contra a ditadura portuguesa, a partir de 1969, sob o título “Cantar da emigração”.
O espectáculo é apresentado em Coimbra numa sessão única, no TAGV, a 7 de Outubro, sábado, pelas 21h30. Os bilhetes custam entre 5 e 7 Euros e podem ser comprados online ou na bilheteira deste Teatro.

Final da apresentação de “Cigarreiras”, de Cándido Pazó (TCSB, 05/10/2023)

O programa de encerramento do Festival inclui também a segunda e a terceira sessões (já esgotadas) da performance “Desde esse silencio”, apresentadas pela encenadora e actriz AveLina Perez como resultado da residência de criação artística que realizou na cidade ao longo de três semanas. No Centro de Artes Visuais, continua patente a exposição “Castelao e a sua época em Coimbra”. Na Sala Jorge Pais de Sousa da Cena Lusófona pode ainda ser vista a exposição bibliográfica “O teatro da Galiza no Centro de Documentação da Cena Lusófona”. No foyer do Teatro da Cerca de São Bernardo, mantém-se aberta ao público a Feira do Livro Teatral Galego, com dezenas de títulos de algumas das principais editoras de teatro da Galiza.
A Mostra de Teatro Galego em Coimbra 2023 é uma co-organização d’A Escola da Noite e da Cena Lusófona em parceria com outras nove instituições da cidade: Agência para a Promoção da Baixa de Coimbra, Biblioteca Municipal de Coimbra, Centro de Artes Visuais, Centro de Documentação 25 de Abril, CITAC, Cooperativa Bonifrates, GEFAC, Rancho Tricanas de Coimbra e Teatro Académico de Gil Vicente. Ao longo dos dez dias que agora chegam ao fim, o programa incluiu 8 espectáculos, duas oficinas, duas leituras, duas exposições, uma performance, uma apresentação de livro, uma mesa-redonda, uma masterclass, uma feira do livro teatral e até um baile de música tradicional galega, num total de 20 iniciativas abertas ao público e que configuraram um verdadeiro abraço da cidade de Coimbra ao teatro e à cultura da Galiza.

“Cigarreiras”: Feminismo, Luta Laboral e República na Mostra de Teatro Galego

Outubro 4th, 2023

A peça “Cigarreiras”, baseada no romance “La Tribuna”, de Emilia Pardo Bazán, é a proposta da Mostra de Teatro Galego para o dia 5 de Outubro. Com encenação de Cándido Pazó e as interpretações de sete extraordinárias actrizes, a sessão tem lugar às 19h00, no Teatro da Cerca de São Bernardo. 
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“Cigarreiras”, pela Contraproducións (©Cris Becerra)

O romance “La Tribuna”, de Emilia Pardo Bazán, foi escrito em 1883. A acção situa-se na Fábrica de Tabacos de A Coruña. Esta indústria foi das primeiras a contratar massivamente mão-de-obra feminina, constituindo-se como um dos primeiros espaços de socialização colectiva da mulher, assim transcendendo o ambiente doméstico a que tradicionalmente estava confinada. 
A obra oferece-nos um testemunho da crise política que em 1868 levou à queda da dinastia de Bourbon e, em 1873, à proclamação da I República. Uma época “confusa e convulsa, na qual ressoam muitos ecos da actualidade” – adianta o encenador do espectáculo. Pazó salienta a sincronia entre a gestação e o nascimento da república em Espanha e as transformações da protagonista: quando está a dar à luz o seu filho bastardo ouve as vozes da multidão na rua que grita: “Viva a República Federal!”
Com sete actrizes em cena, a proposta dramatúrgica de “Cigarreiras” conjuga o tom próprio de um drama individual e colectivo como “La Tribuna” com outros “mais ligeiros, por vezes até cómicos, tão característicos da narrativa de Emilia Pardo Bazán”. O texto da peça é inspirado no romance mas apresenta-se como obra autónoma e aborda figuras (a de Pardo Bazán e as das cigarreiras), situações e referências históricas de relevo, que “permitem tratar temas de grande actualidade nos dias de hoje – memória colectiva, perspectiva de género, dialéctica de modelos sociais e políticos… – à luz dos vivos e brilhantes argumentos trazidos pela escritora e pela sua obra”.
O espectáculo é apresentado no TCSB numa sessão única a 5 de Outubro, quinta-feira, pelas 19h00. Os bilhetes custam 5 euros e podem ser comprados online ou reservados pelos contactos habituais do Teatro: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

“Cigarreiras”, pela Contraproducións (©Cris Becerra)

Emilia Pardo Bazán (1851-1921) foi romancista, jornalista, ensaísta, crítica literária, poetisa, tradutora, dramaturga, editora, professora universitária e conferencista. Foi a primeira mulher a presidir à secção de Literatura do Ateneu de Madrid e a primeira catedrática de Literatura Contemporânea de Línguas Neolatinas da Universidade Central de Madrid.
Filha de uma família aristocrática da Corunha (cidade que nas suas ficções surge com o nome de “Marineda”), escreveu mais de 600 contos ao longo da sua vida, vários romances – como “La Tribuna” (1883), “Los pazos de Ulloa” (1886), “La madre naturaleza” (1887), “La piedra angular” (1891) ou “La sirena negra” (1908) – e peças de teatro (“El vestido de boda”, 1898; “Cuesta abajo” e “Verdad”, 1906; e “El becerro de metal”, 1909; entre outras). Colaborou com vários jornais e revistas, escrevendo crónicas de viagens, artigos e ensaios. Fundou e dirigiu a revista “Nuevo teatro Crítico” e a “Biblioteca de la mujer”, uma colecção de obras de referência do feminismo.
Entre 1882 e 1883 publicou uma série de artigos sob o título “La cuestión palpitante” sobre o naturalismo, corrente literária em que se inscreve a maior parte dos seus romances e da qual é considerada uma das primeiras protagonistas em Espanha.
Em várias das suas obras aborda temas sociais e laborais (em “La Tribuna” a partir do ponto de vista de uma protagonista feminina), aponta as desigualdades de género e expõe assuntos que à época eram considerados tabu, como as crises matrimoniais ou a violência doméstica.

“Cigarreiras”, pela Contraproducións (©Cris Becerra)

A Contraproducións é uma companhia galega dedicada à criação e distribuição de espectáculos cénicos, dirigida por Cándido Pazó, autor e encenador, e Belén Pichel, directora de produção.
Com uma vocação teatral de espírito aberto, intenção crítica e relação directa com um público de largo espectro, é a plataforma que acolhe a maior parte das criações cénicas de Cándido Pazó no campo do teatro e da narração oral, ainda que abra também espaço a outras figuras da encenação ou da escrita teatral, assim como a co-produções ou colaborações com outras estruturas.

informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
bilheteira online

LEITURA DO CITAC: ALTERAÇÃO DE LOCAL

Outubro 3rd, 2023
“Castelao e a sua época (fragmentos)”, pelo CITAC: ensaio com Carme Portaceli, directora do Teatre Nacional de Catalunya (02/10/2023)

Devido aos festejos associados à Latada que decorrem nos jardins da Associação Académica, a leitura “Castelao e a sua época (fragmentos)”, pelo CITAC, no âmbito da Mostra de Teatro Galego em Coimbra, terá lugar no Teatro da Cerca de São Bernardo e não no Teatro-Estúdio do CITAC, como estava previsto.

Agradecemos a compreensão e lamentamos os incómodos causados.

A Escola da Noite

Cena Lusófona

CITAC

Mostra de Teatro Galego em Coimbra: Leituras e performance abrem a segunda semana

Outubro 2nd, 2023
Ánxeles Cuña Bóveda, directora da Sarabela Teatro

Uma sessão especial do Clube de Leitura Teatral, dirigida por Ánxeles Cuña Bóveda, e a leitura de fragmentos do guião de “Castelao e a sua época”, coordenada pelos directores dos teatros nacionais da Galiza e da Catalunha, marcam o início da segunda semana da Mostra de Teatro Galego em Coimbra, que decorre até 7 de Outubro. 
O colectivo G.O.D. Flavia Antonia junta-se a esta festa do teatro na quarta-feira, com a performance que apresenta o seu mais recente livro, “Á Mesa!”
Todas as sessões têm entrada gratuita. Faça-nos companhia!

A equipa da Sarabela Teatro em visita ao Centro de Documentação da Cena Lusófona (01/10/2023)

SARAH KANE E SARABELA TEATRO
Convidada para dirigir a sessão de Outubro do Clube de Leitura Teatral, a encenadora galega Ánxeles Cuña Bóveda escolheu a peça “4:48 Psicose”, de Sarah Kane. Na próxima terça-feira, no Teatro Académico Gil Vicente (TAGV), pelas 18h30, dez leitores/as vão dar voz ao texto da autora britânica. Trata-se da sua última peça e foi estreada no ano 2000, já após a sua morte, ocorrida no ano anterior. Num registo indissociável da biografia e do estado de saúde da escritora, o texto aborda os temas da depressão, da busca do amor e da felicidade, da mortalidade, da relação da própria autora com o seu trabalho e com a sua identidade de género. Densa, fragmentada e não linear, a peça inclui diferentes formatos: diálogos entre médico e doente, monólogos, listas (medicamentos, números, verbos), poemas. Em Portugal, a peça foi pela primeira vez apresentada pelos Artistas Unidos, em 2001, com encenação de João Fiadeiro as interpretações de Gracinda Nave e Miguel Borges.
No dia seguinte, 4 de Outubro, pelas 11h00, também no TAGV, Ánxeles Cuña Bóveda realiza uma masterclass sobre o percurso artístico da companhia que fundou e dirige na cidade de Ourense, Sarabela Teatro. É uma oportunidade para apresentar ao público da cidade o percurso de uma das mais importantes companhias profissionais de teatro da Galiza, com mais de 40 anos de história e mais de 30 anos de actividade profissional continuada. Assumindo o objectivo de fazer “um teatro vivo, arriscado, contemporâneo, coerente, com rigor, auto-crítica, responsabilidade e resistência”, Sarabela Teatro foi já distinguido com dezenas de prémios, entre os quais 44 Prémios María Casares, seis Prémios Compostela, cinco Prémios FETEN, um Prémio Celestina e um Prémio Abrente do Festival de Ribadavia pela sua trajectória. Foi Prémio da Cultura Galega em 2016. É responsável pela organização do FITO – Festival Internacional de Teatro de Ourense, pela MITEU – Mostra Internacional de Teatro Universitário e pela MOTI – Mostra de Teatro Infantil de Ourense. Desde 2003, o grupo teve oportunidade de se apresentar em Coimbra por cinco vezes, sempre no âmbito das relações de intercâmbio que há muitos anos mantém com A Escola da Noite e a Cena Lusófona.

Carme Portaceli, directora do Teatre Nacional de Catalunya

CASTELAO E A SUA ÉPOCA: APROXIMAÇÃO E DIÁLOGO ENTRE OS POVOS IBÉRICOS
Ainda na terça-feira, dia 3 de Outubro, pelas 20h00 (logo após a leitura da peça de Sarah Kane), o CITAC apresenta uma leitura pública de fragmentos do guião do espectáculo “Castelao e a sua época”, que Ricard Salvat dirigiu em Coimbra em 1969 mas que foi proibido pela censura e acabou por não estrear.
O guião original, cuja versão censurada se encontra na Torre do Tombo, inclui 140 textos autónomos – de Castelao (fragmentos de “Sempre en Galiza” e da peça de teatro “Os velhos não devem namorar”, entre outros), mas também de mais de três dezenas de diferentes autores/as da Península Ibérica. Entre eles, destacam-se, por exemplo, Ramón María del Valle-Inclán, Teixeira de Pascoais, António Sérgio, Alexandre Herculano, Antero de Quental, Antonio Machado, Joan Maragall, Federico García Lorca, Curros Enríquez, Óscar Lopes, Manuel da Fonseca, José Gomes Ferreira, Mário Sacramento, Mário Dionísio, Eugénio D’Ors, Almada Negreiros, Salvador Espriu, Álvaro Feijó, Jaime Cortesão, Rodrigues Lapa, Rosalía de Castro, Emilia Pardo Bazán, Antonio Míguez, Frei Marcos da Portela, Martín Sarmiento, Benito Pérez Galdós e Xesús Alonso Montero.
Da equipa artística deste espectáculo, escolhida por Ricard Salvat, fizeram parte três nomes fundamentais da cultura Galega: Isaac Díaz Pardo e Luís Seoane (concepção plástica do espectáculo) e Xesús Alonso Montero, que se deslocou a Coimbra para proferir uma conferência sobre Castelao. A música do espectáculo, a cargo do compositor português José Niza, integrava canções inéditas a partir de poemas de Rosalía de Castro, incluindo o “Cantar da Emigração”, cuja interpretação por Adriano Correia de Oliveira, também ele membro do CITAC, viria a tornar-se um símbolo da luta estudantil.
A leitura que agora se propõe é um acto simbólico de recordação e homenagem ao projecto do CITAC dirigido por Ricard Salvat há mais de 50 anos, que tenta fazer justiça ao objectivo enunciado pelo encenador catalão: “aproximação e diálogo entre os diferentes povos da península ibérica”. A adaptação do guião e a selecção dos fragmentos foi feita por Fran Nuñez, director do Centro Dramático Galego; a leitura é dirigida por Carme Portaceli, directora do Teatre Nacional de Catalunya. A sessão tem entrada gratuita.

G.O.D. Flavia Antonia

Á MESA! E O G.O.D. FLAVIA ANTONIA
O colectivo Grupo Oportunista de Drama (G.O.D.) Flavia Antonia apresenta na quarta-feira, dia 4 de Outubro, pelas 19h00, no Bar/Livraria do Teatro da Cerca de São Bernardo o livro “Á Mesa!”, peça recentemente publicada pelas Edicións Positivas.
A peça, afirmam os autores Carlos Santiago, Clara Gayo e Zé Paredes, resulta do feliz encontro, em 2019, entre o Teatro do Pichel e o “G.O.D Flavia Antonia”. O trio de dramaturgos procura uma linguagem que não seja determinada pelos “condicionalismos da personagem, da história, da circunstância ou do género” e tenta “reduzir ao absurdo o próprio acto criativo”. Construído a partir de apenas duas premissas – “uma mesa e dez pessoas” – o texto tem essa mesa como “a única protagonista garantida, num jogo cénico em que as identidades lutam sem descanso por se definir, com incertos resultados mas cómicos efeitos colaterais”.
Para a apresentação em Coimbra deste livro, os autores prepararam uma performance que oferecerão ao público no Bar/Livraria do TCSB, com entrada gratuita.
A Mostra de Teatro Galego em Coimbra, co-organizada pel’A Escola da Noite e pela Cena Lusófona em parceria com uma dezena de outras instituições culturais da cidade, prolonga-se até 7 de Outubro, com iniciativas em oito espaços diferentes.

Informações:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt