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Residência Artística Vera Mantero

Sexta-feira, Setembro 4th, 2009

exposicao                                           © Joâo Tuna

Vera Mantero é a segunda convidada do TCSB para uma residência artística. O Prémio Gulbenkian com que recentemente foi distinguida veio apenas reforçar o que já todos sabiamos: a enorme importância do seu trabalho para a dança portuguesa contemporânea. Como é objectivo destas residências, a sua passagem por Coimbra não se esgota na simples apresentação de um espectáculo. Ao longo de uma semana, o público poderá assistir a quatro solos, a um concerto, uma exposição, a dois filmes e a uma conferência, bem como mergulhar num centro de documentação temporário sobre o seu percurso. Para o público escolar, de todos os graus de ensino, estão reservadas sessões especiais, um atelier e um workshop de nove horas, graças às parcerias estabelecidas com a Licenciatura em Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra e o Centro de Artes Visuais.

TERÇA-FEIRA, 15 DE SETEMBRO:

10h: projecção do filme “Curso de Silêncio” de Vera Mantero para alunos de Português [Centro de Artes Visuais-CAV]
18h: inauguração exposição de fotos e centro de documentação [CAV]
21h30: conferência com mostra de vídeos [Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra-FLUC]

QUARTA-FEIRA, 16 DE SETEMBRO:

14-17h: workshop [FLUC]
19h: apresentação solos “Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois” e “A Dança do Existir” p/público escolar [Teatro da Cerca de São Bernardo – TCSB]
21h30: projecção do filme “Let’s make Money” de Erwin Wagenhofer [FLUC]

QUINTA-FEIRA, 17 DE SETEMBRO:

10h30 -12h30: atelier c/público escolar (que viu os solos no dia anterior) [FLUC]
14-17h: workshop [FLUC]
21h30: apresentação dos solos “Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois” e “Olympia” [TCSB]

SEXTA-FEIRA, 18 DE SETEMBRO:

14-17h: workshop [FLUC]
21h30: apresentação solos “uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings*” e “A Dança do Existir” [TCSB]

SÁBADO, 19 DE SETEMBRO:

15h: projecção do filme “Curso de Silêncio” de Vera Mantero [CAV]
21h30: concerto “Separados Frutos” [TCSB]

DESCRIÇÃO ACTIVIDADES

“Curso de Silêncio” (versão Vera Mantero)

Curso de Silêncio                 © Director de Fotografia Edmundo Diaz

Apresentação de duas versões de um mesmo filme de Vera Mantero e Miguel Gonçalves Mendes, partindo do mesmo argumento e da mesma realização nascem dois filmes correspondentes a duas visões distintas dos autores, dois olhares sobre a riqueza e dinâmica do trabalho literário de Maria Gabriela Llansol.
“Curso de Silêncio” debruça-se sobre o universo imagético criado por Maria Gabriela Llansol, tendo como ponto de partida imagens, discursos, sons, noções, objectos e outros materiais encontrados na obra da escritora.

“A Dança do Existir” (exposição fotos)

Vera Mantero                                       © João Tuna

Retrospectiva em imagens do trabalho coreográfico de Vera Mantero
Cerca de 80 fotografias de peças, ensaios e improvisações que traçam o percurso da coreógrafa desde as primeiras criações até à sua última criação em 2009 “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos”.
Fotografias de Alain Monot, Alcino Gonçalves, Dirk Rose, Henrique Delgado, José Fabião, Jorge Gonçalves, João Tuna, João Sérgio, Laurent Philippe e Margarida Dias.

Centro de documentação temporário

Espaço multidisciplinar que permite aos visitantes/espectadores uma aproximação a várias vertentes relacionadas com o trabalho de Vera Mantero
– Publicações e clippings sobre o trabalho de Vera Mantero
– Vídeos de espectáculos, documentários, filmes, etc.
– Bandas sonoras das peças  e propostas musicais
– Vídeos e livros propostos, de autores com quem Vera Mantero comparte afinidades
– Notas de criação
– Guest Book

Conferência com mostra de vídeos
Introdução ao trabalho de Vera Mantero com mostra de excertos de trabalho em vídeo.

Workshop “O Corpo Pensante”
A relaxação, o uso da voz, a escrita, a respiração e a associação livre são alguns dos meios a serem usados neste workshop de forma a encontrar os movimentos e as acções que se estão a passar dentro de nós.

Concerto “Separados Frutos”

Separados Frutos                                        © Nuno Rebelo

Com composições de Nuno Rebelo, alterna, partes de música escrita com partes de improvisação, rigorosamente estruturadas no contexto de cada composição, a música deste grupo apresenta uma poética própria que se estabelece em paralelo com os poemas de António Franco Alexandre e com os textos de Vera Mantero, podendo situar-se algures entre uma música contemporânea que nada deve ao Conservatório e uma Pop de câmara que nada tem de canção.

Com Nuno Rebelo (guitarra eléctrica unplugged, direcção musical), Vera Mantero (voz), Ulrich Mitzlaff (violoncelo) e Manuel Guimarães (piano e sampler).

Solo “Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois”

Talvez ela ...                                        © José Fabião

(Acho que as minhas peças nascem todas por acaso. Demasiado por acaso. Gostava de ser um bocadinho mais metódica. Mas penso que para se ser metódico é preciso acreditar e eu tenho um problema de falta de crença. A arte, a criação, são das coisas que mais me interessam na vida, mas parece que, de cada vez que me ponho a fazer qualquer coisa nesse campo, deixo imediatamente de acreditar nela. E depois acabo por deixar de acreditar na própria vida e noutras coisas por aí fora.)
A minha relação com a dança gira à volta das seguintes questões: o que é que a dança diz? o que é que eu posso dizer com a dança? o que é que eu estou a dizer quando estou a dançar?
(Eu não queria fazer esta peça. Felizmente houve alguém (o Bruno Verbergt, do festival Klapstuk) que me pôs um palco à disposição e me disse para fazer em cima dele exactamente aquilo que precisasse de fazer. Foi o que eu fiz. Esta peça nasceu a partir destas coisas que acabei de dizer.)
Vera Mantero

Solo “A Dança do Existir”

A danca do existir                                  © José Fabião

(Uma dança da adequação. Adequar-se a um espaço, adequar-se a uma existência.)
A dança do concreto. Uma dança daquilo que não é articulável por palavras.
Uma dança do estar aqui, só estar. A dança do impossível, daquilo que é.
Uma dança do prazer do absoluto rigor entre espaço e tempo.
A dança que quer saber o que é estar de facto aberto.
A dança do profundo prazer de estar em palco (ah! que sorte que eu tenho, caramba!).
Uma dança do silêncio.
Vera Mantero

Solo “Olympia”

Olympia                                     © Jorge Golçalves

Vera Mantero numa nudez total ressalvada apenas por uns chanatos de quarto azul bebé atravessa numa diagonal o palco do teatro, lentamente, arrastando uma cama de ferro presa ao seu braço esquerdo, como se se tratasse de um pesado fardo. Na mão direita segura um exemplar do livro Asfixiante Cultura de Jean Dubuffet.
Mais uma vez, Vera Mantero vai às outras artes e disciplinas (aqui a pintura e sociologia) roubar, esventrar, citar o que necessita para a sua dança, para que a dança seja – toda ela – menos insuficiente.
No final do seu percurso a coreógrafa bailarina senta-se sobre a cama desfeita e olha fixamente para o público. Esta Olympia de Vera Mantero está para além da dança, para ser uma performance sobre o uso do corpo. De repente e apenas por breves minutos todos os monstros, todos os rebeldes de Goya a Artaud são convocados para testemunharem a história do uso do corpo pela cultura do poder, mas também o da rebeldia dos corpos. Em cinco minutos se expõe, claramente, a relação mercantil da arte com o dinheiro, mas também a sua denúncia.
António Pinto Ribeiro, in Dança Temporariamente Contemporânea

Solo “uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings*”

uma misteriosa coisa                                     © Jorge Gonçalves

(Pensava a regressada Josephine por volta de meados de Agosto de 1995:) “Depois de ouvir um discurso na rádio do presidente português Mário Soares (não me lembro se no 25 de abril se no 10 de junho), em que ele falava do mundo neste momento com qualquer coisa que se deve poder chamar alguma elevação de espírito (que é uma coisa que infelizmente surpreende imenso por estes dias num político, e que se ouve com imenso agrado), associei esse discurso ao Glenn Gould e às suas Variações Goldberg (as da maturidade), ao Kazuo Ohno, e a uma expressão que me surgiu na cabeça, “grandeza de alma”. O meu grande desejo de uma vitória do espírito, acho que é o que esta associação revela.

É uma coisa que eu gostava de encontrar ou de criar, um amplo território em que a riqueza de espírito reinasse. (Será educação massiva a resposta?). Este espírito de que falo não tem vontade nenhuma de anular o corpo, nem vergonha nenhuma do seu desejo e do seu sexo, o que este espírito de que falo tem vontade de anular é a boçalidade, a assustadora burrice, a profunda ignorância, a pobreza de horizontes, o materialismo, etc. etc. (infelizmente a lista tem ar de ser longa…). Seria uma nova dicotomia, não a estafada “corpo-espírito” (e vazia de sentido, francamente!), mas a infelizmente actual “burrice-espírito” (ou talvez “boçalidade-espírito”). Ou todas as possíveis variantes (era bom decidir-me por uma…)”.

Vera Mantero

* o que ele disse de facto sobre a Josephine:
“uma misteriosa Coisa, nem primitiva nem civilizada, ou para além do tempo, no sentido em que a emoção está para além da aritmética”.

Filme “Let’s make Money” de Erwin Wagenhofer

“Let’s make money” segue os passos do nosso dinheiro, desde os  operários espanhóis da construção civil, aos agricultores africanos ou aos trabalhadores indianos que  multiplicam o nosso dinheiro ficando eles próprios na miséria. O filme mostra-nos os célebres gestores de fundos, que investem novamente o dinheiro dos seus clientes dia após dia. Vemos empresários que devastam, para o bem dos seus accionistas, um país estrangeiro, enquanto os ordenados e os impostos ficam baixos e o meio ambiente não tem importância.

Assistimos à ganância omnipresente e a destruição ligada a ela, que se realiza com o nosso dinheiro. Este filme teve uma grande importância para a criação da última peça de grupo “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos” de Vera Mantero & Guests.

Residência d’o bando em fotos

Segunda-feira, Maio 25th, 2009

entrevista a João Brites e Augusto Barros: “A arte e o teatro vivem de cumplicidade e relações”

Domingo, Maio 24th, 2009

João Brites e António Augusto Barros

João Brites e António Augusto Barros

 

 

O DC juntou João Brites, fundador da companhia de teatro O Bando, e Augusto Barros, director artístico da Escola da Noite. O resultado foi uma conversa de cumplicidade

Diário de Coimbra (DC) Porquê o Bando para primeira companhia da residência artística?
Augusto Barros (AB) Estamos a lançar uma programação que assenta na reflexão sobre percursos artísticos, e há percursos que vale a pena analisarmos à partida.  Este encontro interessa ao Bando, que está aqui por um conjunto de factores, como a cumplicidade e o trabalho conjunto, e à nossa companhia, para debater uma experiência de percurso com eles. Mas também estamos a tentar aqui, num teatro novo, com responsabilidades novas, criar correntes de público que ganhem consistência, sejam formadas por pessoas atentas, críticas, capazes de comparar coisas e de partilhar uma reflexão sobre a própria criação artística. Não há programação se não houver criação, e esse é o fenómeno à volta do qual gostávamos que girassem as coisas e as pessoas estivessem mais aptas a perceber. Desse ponto de vista, a escolha do Bando é certeira.

DC O que esperam trazer e levar de novo?
João Brites (JB) A arte e o teatro vivem de cumplicidades e relações. E é pena que as pessoas do teatro se encontrem pouco, discutam pouco os espectáculos uns dos outros. Nós não somos criadores solitários, somos contaminados e contaminadores. O que vamos fazendo resulta primeiro das nossas equipas e das pessoas com quem interagimos todos os dias, dos territórios e dos espaços que habitamos. A nossa vida faz-se dessa relação. A contaminação não é um esforço. Quando dizemos que aceitamos o outro, não o aceitamos naquela dimensão, que é a mais bonita, que é eu servir-me dele para crescer, ou para me interrogar ou fazer outra coisa. Hoje o Bando defende do ponto de vista conceptual a ideia de um teatro singularista, mas esta ideia de ser singular por criar algo de único, mas não ser individual, porque é o resultado de um conjunto de pessoas.

DC Por isso o objectivo comum do encontro não é apenas mostrar teatro, mas também debatê-lo?
JB Exacto. Temos sempre conversas com as pessoas depois do espectáculo. Não é para saber se gostaram, é para terem oportunidade de falar com aqueles que muitas vezes não têm oportunidade, porque não os conhecem, ou porque estão no palco. Criar possibilidades de encontro, de conversa, sem pretensões nenhumas de fazer grandes balanços. No mundo de hoje, esse lado de criar relações de convívio, a cultura de relação ao vivo que o teatro tem, é um reduto que vai aparecer com muito mais relevância à medida que nos vamos apercebendo que as nossas relações são cada vez mais via satélite. Vai ser necessário tocar na carne e nas peles, tocar nas pessoas, cumprimentá-las, olhá-las nos olhos.

DC As colaborações entre companhias só podem acontecer como residência artística, principalmente em grupos que distam ainda alguns quilómetros?
AB
 Mas que gostam de os percorrer. Já esteve para ser possível, e o João já fez a cenografia para um espectáculo nosso. Ainda não fizemos co-produções com o Bando,  mas colaborações sim, várias. Já foi lá a companhia. Por vezes não colaboramos como Escola da Noite ou O Bando, e sim a título individual, é sempre possível.

JB O que é preciso é pensarmos em novas formas de co-produção. Já tenho feito várias, mas  correspondem sobretudo à cedência de um actor, o que não corresponde a um real encontro entre as problemáticas e sensibilidades, é uma espécie de diminuição de custos. Mas no caso de algumas companhias especiais, e esta é uma delas, era possível existirem coincidências, em que eles estão a reflectir ou a fazer algum tipo de trabalho e por acaso nós estamos numa coisa que possa ter a ver também, e sintamos necessidade um do outro para desenvolver determinado projecto. Mas isso também não é forçado, acontece como as paixões e os amores. Às vezes andamos ali a namorar, e outras vezes acontecem sem sabermos porquê.

DC E o que lhe diz este espaço, de um teatro tão diferente do seu?
JB Ainda não o conheço [a entrevista foi feita no dia da chegada a Coimbra do director d’O Bando], mas quero ver. Conheci em projecto e em maquete, há muito tempo, e agora ver aqui ao vivo… fico sempre um bocadinho ciumento. Eu ensaio debaixo de umas telhas, onde antes se guardavam os porcos, não consigo que aquilo arranque, estou num parque natural e as diferentes leituras que se fazem da lei obrigam a que estejamos sempre a mudar os projectos. Gosto da minha quinta, ainda hoje lá estive a subir cem metros de serra acima, no meio das oliveiras. Somos a única companhia que tem azeite. Mas aqui há um conforto… Nós fazemos um ensaio e ficamos cansadíssimos, no meio do vento, do ladrar dos cães, mas ao fim da noite aquele espaço é lindissimo.

DC Mas se calhar o Augusto Barros inveja o prazer de poder ensair ao ar livre…
JB Podíamos trocar de casa, eu venho  para aqui, instalo-me aqui com uma criação, tu vais lá para baixo, com os porcos, ficas todo corado.
AB Feito. Acabou de assistir aqui a um contrato.

DC Esta iniciativa dura apenas uma semana, e por isso tem um programa muito intenso. Não temem que seja vivida a correr?
AB Devia ter mais tempo, foi programada para ter mais tempo, mas são as circuntâncias que não deixam. Tem a ver com financiamentos, mas também com os nossos calendários e compromissos, tudo isso condicionou a residência. Gostaríamos que fosse mais tempo, mas temos consciência de que com o Bando agora acontece isto, e depois acontecerá outra coisa mais lá para a frente, por isso não é problemático. Esta semana o programa é forte, e queremos que chegue às pessoas que há workshops, conversas à noite depois dos espectáculos para quem quiser participar, que ainda há mais três espectáculos. Mas teve que ser assim compacto.

DC É uma experiência para continuar? 
AB Com certeza. Há equilíbrios a construir na programação, e idealmente seria uma por semestre, mas estas coisas não são para seguir exactamente. Seria uma de teatro e uma de dança. Está prevista e convidada a Vera Mantero, mas ainda não sabemos se vamos ter condições para a conseguir trazer.

DC O Bando está envolvido num projecto internacional para 2011 sobre a história de Pedro e Inês. Como vai funcionar?
JB Lançámos o desafio de criar um espectáculo a partir das documentações literárias e históricas de Pedro e Inês, expusémos várias provocações e a nossa expectativa sobre o texto. Agora está a ser escrito numa formação alargada pelo Manuel Jesus, do Bando. Constituiu-se uma  equipa, com parte da direcção artística do Bando, mas em que é o Anatoli que encena. Avisámos com muita antecedência este encenador russo, que vem acompanhado por uma dramaturgista. E quisémos vir aqui, a Coimbra, aproveitar este momento que é também o lançamento deste projecto. Estamos cá, fazemos uma conferência, ficamos ao corrente dos espaços, dos elementos necessários.

DC Vão trazer a peça a Coimbra?
JB Temos como objectivo ir aos sítios que têm uma ligação, uma referência ao mito, e já não sabemos bem o que é mito e realidade nesta história. Queremos passar em Montemor-o-velho, Coimbra ou Alcobaça.

DC Costuma dizer que o que faz é só um olhar. Qual é o enfoque que vai ser utilizado para contar esta história?
JB Está focado na ideia de culpa, das diferentes qualidades de culpa. Não quer dizer que no final seja esse o tema mais relevante. Mas para já a proposta de reflexão para Pedro e Inês é olhar sobre o ponto de vista de que cada um dos agentes naquela história podem ser vistos como culpados, mas cada um com diferentes tipos de culpa. Nós estamos a pensar sobre isso, agora se no final será isto, é uma perfeita incógnita.

 

Sofia Piçarra

Diário de Coimbra, 24/05/2009

residência artística REN: o bando no Teatro da Cerca de São Bernardo

Segunda-feira, Maio 11th, 2009
"Jerusalém" (© Teatro o bando)

"Jerusalém" (© Teatro o bando)

 

 

Numa parceria com a REN – Redes Energéticas Nacionais, A Escola da Noite acolhe na próxima semana a primeira residência artística no Teatro da Cerca de São Bernardo.

O grupo convidado é o Teatro o bando, companhia com 35 anos de actividade e que desde há muito se afirmou como uma das mais importantes no panorama teatral português, graças a um percurso artístico singular, também marcado por uma íntima relação com as comunidades junto das quais trabalha.

Ao longo dos oito dias da residência (entre 17 e 24 de Maio), o bando partilhará com o público de Coimbra uma verdadeira mostra do seu trabalho mais recente: apresenta dois espectáculos – “Jerusalém” e “A Noite” -, disponibiliza-se para conversas com os espectadores, dinamiza duas conferências, dirige um workshop para actores e exibe dois documentários sobre a sua actividade.

Os bilhetes para os espectáculos podem ser reservados desde já e custam entre 6 e 10 Euros (ou entre 10 e 15 Euros, no caso de bilhete geral para os dois espectáculos). As candidaturas para o workshop estão abertas desde o passado sábado e serão aceites até às 19h00 do dia 15 de Maio (a inscrição custa 40 Euros). Todas as restantes actividades decorrem no bar do Teatro e têm entrada livre.

 

Residência artística REN: Teatro o bando em Coimbra

PROGRAMA

 

TERÇA-FEIRA, 19 de Maio

21h30 – espectáculo | JERUSALÉM

 23h30 – conversa | com equipa artística de JERUSALÉM

 

QUARTA-FEIRA, 20 de Maio

21h30 – espectáculo | JERUSALÉM

 23h30 – conversa | com equipa artística de JERUSALÉM

 

QUINTA-FEIRA, 21 de maio

10h00-18h00 – workshop | “DILATAÇÃO DO TEMPO PRESENÇA: OFICINA SOBRE A CONSCIÊNCIA DO ACTOR EM CENA”

 19h00 – conferência | “O actor no Teatro o bando”, por João Brites

 22h00 – documentário | “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”

 

SEXTA-FEIRA, 22 de Maio

10h00-18h00 – workshop | “DILATAÇÃO DO TEMPO PRESENÇA: OFICINA SOBRE A CONSCIÊNCIA DO ACTOR EM CENA”

 19h00 – conferência | “O método do Experimental Stage of Baltic House”, por Anatoly Praudin

 22h00 – documentário | “Ensaio sobre o teatro”

 

SÁBADO, 23 de Maio

21h30 – espectáculo | A NOITE

 23h30 – conversa | com equipa artística de A NOITE

 

DOMINGO, 24 de Maio

21h30 – espectáculo | A NOITE

 23h30 – conversa | com equipa artística de A NOITE

TCSB Abril a Junho: agenda on-line

Domingo, Maio 10th, 2009

capa-agenda

Já está on-line a agenda do TCSB para o segundo trimestre do ano.

Se quer passar a recebê-la em casa, por correio, basta enviar-nos um e-mail para geral@aescoladanoite.pt. Passará assim a fazer parte da “associação informal dos amigos d’A Escola da Noite”: para além de receber toda a informação em primeira mão, pode ainda beneficiar de condições especiais no acesso aos nossos espectáculos.

 

Abril a Junho no TCSB

Com o segundo trimestre do ano, chega a primeira residência artística de uma estrutura convidada. A nossa escolha recaiu sobre o Teatro o bando, companhia fundada em 1974 e que desde há muito se afirmou como um dos grupos mais importantes no panorama teatral português, graças a um percurso artístico singular, também marcado por uma íntima relação com as comunidades junto das quais trabalha.

No ano em que assinala o seu 35º aniversário, o bando apresenta ao público de Coimbra dois dos seus últimos espectáculos – Jerusalém e A Noite – , no âmbito de um programa que pretende ser uma mostra alargada do trabalho que tem vindo a desenvolver e que inclui ainda conversas informais com os espectadores e uma conferência com Anatoly Praudin, encenador russo que inicia em Coimbra a preparação de um espectáculo que irá dirigir para o grupo de Palmela.

A programação deste trimestre é marcada pela estreia da primeira produção anual d’A Escola da Noite, atravessando as palavras há restos de luz, de Kafka, espectáculo que se abre à cidade com uma temporada de seis semanas.

Para além destes dois acontecimentos teatrais, uma estreia e a residência de o bando, estre trimestre inclui ainda um diversificado conjunto de documentários: um ciclo de três episódios de O povo que canta, integrado na homenagem a Michel Giacometti, organizado pelo Sector Intelectual de Coimbra do PCP e a ante-estreia de Luto como Mãe, um fortíssimo testemunho sobre as contradições da vida nas favelas do Rio de Janeiro que apresentamos em parceria com o Núcleo de Estudos para a Paz do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

A apresentação pública do livro Terra e Sangue dirige-se a todos os amantes da poesia e oferece à cidade a oportunidade de conhecer Miriam Reyes, jovem autora de língua castelhana ainda pouco conhecida em Portugal.

Em preparação, e prometendo novidades para breve, encontra-se o próximo espectáculo da companhia. Um texto inédito português que nos promete o paraíso!

 

A Escola da Noite, Abril de 2009.