Posts Tagged ‘Rubem Fonseca’

“Imagine if Quentin Tarantino was Brazilian”

Quarta-feira, Fevereiro 10th, 2010

Em 2003, Rubem Fonseca adaptou o romance “O Matador” de Patrícia Melo e escreveu o argumento de um filme que o seu filho  José Henriques Fonseca realizou.

“O Homem do Ano” é o nome da obra. Integada na selecção oficial do festival de Cinema de Berlim desse ano, este filme recebeu sete nomeações e ganhou sete prémios, entre eles o prémio de melhor longa metragem e melhor realizador para José Fonseca e o de melhor actor para Murílio Benício no Festival de Cinema de Miami.

A paixão de Rubem Fonseca pela Sétima Arte aconteceu desde muito cedo na vida do escritor: “Nasci em Juiz de Fora. Lá, aos dois meses de idade, eu tinha uma babá que me levava para passear de tarde. Mas, na verdade, ela ia ver o namorado, o lanterninha do cinema. Ela me sentava, ia namorar e eu via sessões atrás de sessões. Aos três anos, eu já tinha visto vinte mil horas de filme. Fui crescendo. E disse assim: “Quero fazer cinema!”. Eu deveria fazer cinema. Mas, quando eu tinha oito anos, me deram uma máquina de escrever. Fiquei com aquela máquina de escrever dentro de casa e querendo fazer cinema. Era difícil…”

O primeiro livro

Terça-feira, Fevereiro 2nd, 2010

Em 1963, José Rubem Fonseca, na altura com 38 anos,  lança o primeiro livro. “Os Prisioneiros” é o título da obra que reúne 11 contos e que marca o início da longa carreira deste autor brasileiro e dele disse, de imediato, Wilson Martins que era “um escritor que traz[ia] a literatura no sangue”.

Outro crítico, João Alexandre Barbosa, observa no estilo deste novo autor, duas maneiras distintas de narrar dizendo que “se num conto como ‘Fevereiro ou Março’, nos encontramos subitamente imersos em um universo criado por uma torrente de sensações, emoções e cálculos pegajosamente entranhados na consciência da personagem, no outro, como ‘Duzentos e vinte e cinco gramas”‘, por exemplo, a arte do contista parece violentar os limites da narração, criando pequenos quadros de descrição objetiva, jogando, por assim, dizer a palavra contra o reino da precisão e da síntese.”

A descrição da cidade, uma das marcas da obra de Rubem Fonseca, é amplamente elogiada desde logo nas histórias de ”Os Prisioneiros”. “Poucos ficcionistas são capazes de descrever a vida das grandes cidades como verdadeiramente uma selva trágica, em que o quotidiano aparece como um conjunto de ciladas fatais e irreversíveis.” (in O carácter social da literatura brasileira, de Fábio Lucas)

Veja aqui uma cópia de uma crítica de 1963 ao livro do autor cujos contos são a matéria da segunda co-produção d’A Escola da Noite com a Companhia de Teatro de Braga.

Rubem Fonseca – Contos

Quinta-feira, Janeiro 21st, 2010

A Escola da Noite em co-produção com a Companhia de Teatro de Braga prepara o próximo espectáculo, desta vez em torno da obra do brasileiro Rubem Fonseca. Através do nosso blogue podem ficar a conhecer um pouco melhor a vida e obra do vencedor do Prémio Camões em 2003.

José Rubem Fonseca, nasceu em Juiz de Fora (Minas Gerais), em 1925. Formado em Direito, exerceu várias profissões antes de se dedicar inteiramente à escrita literária. Acredita, como Joseph Brodsky, que a verdadeira biografia de um escritor está nos seus livros. Mora no Rio de Janeiro desde os 8 anos de idade. Hoje reproduz-se um excerto do conto “Uma Mulher Diferente” presente no livro “Pequenas Criaturas” editado em 2002 pela Companhia das Letras.

“(…) Vivi passou a olhar com atenção as calças que ele usava, pensativa, silenciosa. Um dia, surpreendeu-a contemplando as roupas dele no armário. Compreendeu que, se não tirasse as calças e ficasse inteiramente nu, iria perdê-la. Mas se as tirasse, também a perderia, a mulher diferente de todas as outras. Sentiu-se muito infeliz, pois estava num beco sem saída. Um dia, depois de ficar nua, Vivi exigiu que ele tirasse as calças.

Tira hoje, ou está tudo acabado.

Ele a abraçou. Não posso, disse.

Você é um obstinado, disse Vivi se afastando, não quer se livrar dessa extravagância neurótica, nem eu implorando, como estou fazendo agora.

Se eu tirar as calças será o fim do nosso amor.(…)”


Rubem Fonseca na primeira pessoa

Quinta-feira, Janeiro 7th, 2010

Na voz de Rubem Fonseca, um excerto do conto “A Arte de andar nas ruas do Rio de Janeiro”, retirado do seu mais recente livro “O Seminarista”.

Nova co-produção | EN e CTB

Quinta-feira, Janeiro 7th, 2010
Rubem Fonseca

Rubem Fonseca

A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga iniciaram a segunda co-produção. Depois de “Sabina Freire” de Manoel Teixeira-Gomes, surge agora o trabalho em torno da obra do autor brasileiro Rubem Fonseca.