Raul Atalaia, do Teatro o bando
Coimbra, 20 Mai (Lusa) – A residência artística que a companhia de teatro O Bando realiza esta semana em Coimbra é uma oportunidade de mostrar o trabalho, e também de pensar sobre ele, revelou hoje um dos seus membros.
A residência artística que a companhia de teatro O Bando realiza esta semana em Coimbra é uma oportunidade de mostrar o trabalho, e também de pensar sobre ele, revelou hoje um dos seus membros.
“É uma prenda que nos dão”, confessou à agência Lusa o actor Raul Atalaia ao reportar-se ao convite endereçado pela companhia A Escola da Noite, de Coimbra, para uma residência artística que teve início dia 17 e se prolonga até ao próximo domingo.
Além da apresentação de duas peças – “Jerusalém”, baseada no romance homónimo de Gonçalo M. Tavares, e “A Noite”, a partir de textos de Al Berto -, estão previstas conferências, um workshop e conversas entre os actores e o público.
“São duas encenações do João Brites, com direcção artística de O Bando, na linha de um trabalho de grande rigor e seriedade que a companhia tem feito. São espectáculos que são riscos a nível artístico”, considerou Raul Atalaia.
De acordo com o actor, estas residências são ainda uma oportunidade para as pessoas que trabalham com O Bando contactarem com outras realidades e outros artistas.
Nesse sentido, deslocaram-se com o grupo o encenador Anatoli Praudin, director artístico do Experimental Stage of Baltic House, de São Petersburgo (Rússia), e a dramaturgista alemã Odette Bereska, ambos envolvidos numa produção internacional que O Bando estreará em 2011, “Pedro e Inês”.
O próprio Anatoli Praudin dará uma conferência em que abordará o método de trabalho desenvolvido no grupo que dirige, o Experimental Stage of Baltic House, criado em 1999.
“Não é uma residência convencional. É mais do que chegar a Coimbra e apresentar dois ou três espectáculos. É proporcionar às pessoas conversas sobre os espectáculos, antecipações de trabalhos que estão a fazer, mostrar qual é o processo de trabalho, fazer um workshop. São vários os públicos que são tocados por esta iniciativa”, declarou Isabel Campante, responsável pela comunicação de A Escola da Noite.
Da perspectiva de Isabel Campante, esta “é a primeira grande iniciativa de programação de A Escola da Noite no Teatro da Cerca de S. Bernardo”. Uma residência artística que “é mais potenciada por ser uma estrutura artística a receber outra estrutura artística. Assim pode-se falar de arte, de parte a parte, e discutir maneiras de a fazer actualmente”, sublinhou.
A mesma responsável comentou que esta residência artística de O Bando só é possível pelo apoio das Redes Eléctricas Nacionais (REN), um facto que considera raro em Portugal.
A residência artística de O Bando em Coimbra começou na passada dia 17 e prolonga-se até domingo, dia 24. Sobem ao palco as peças “Jerusalém” e “A Noite”, seguidas de conversas entre os intervenientes e o público.
Um workshop, duas conferências, por João Brites e Anatoli Praudin, e a exibição de dois documentários recentemente realizados por Rui Simões sobre o trabalho do bando: “Se podes olhar vê. Se podes ver, repara” e “Ensaio sobre o teatro”.
A companhia O Bando, com 35 anos de actividade, é uma das mais importantes no panorama teatral português, graças a um percurso artístico singular, também marcado por uma íntima relação com as comunidades junto das quais trabalha, refere uma nota de divulgação de A Escola da Noite.
FF. / Lusa (via Expresso on-line)