Posts Tagged ‘Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres’

“As Lições”, de Ricardo Pais

Sábado, Novembro 29th, 2014

Prosseguindo a programação que antecede a estreia de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”, de Matéi Visniec, A Escola da Noite exibe na próxima terça-feira à noite, no bar do Teatro, a gravação do espectáculo “As Lições”, encenado por Ricardo Pais para o Teatro Nacional de São João.

Veja abaixo o que se escreve sobre o espectáculo no site da RTP:

aslicoes

 

Uma encenação de luxo a partir da obra do mestre!

Drama cómico a partir de ” A Lição ” de Eugéne Ionesco.

Com encenação de Ricardo Pais e cenografia de Giorgio Barberio Corsetti, tem música original de Vítor Rua, coreografia de Né Barros e Figurinos de Vin Burnham. O elenco é constituído por: Emília Silvestre – Governanta, João Reis – Professor, Micaela Cardoso – Aluna Um, Paulo Castro – “Máquina Muda” e as bailarinas Elisabete Magalhães, São Castro, Sónia Cunha e Vera Santos. Colaboração do Balleteatro Companhia.

Versão Dramatúrgica de Ricardo Pais e Ernesto Sampaio. Trata-se de uma co-produção Expo 98 – Festival dos 100 Dias / Teatro Nacional S. João. Gravado em 1998 no palco do Teatro Nacional de S. João.

Eugéne Ionesco nasceu na Roménia a 26 de Novembro de 1912 e foi considerado um dos maiores dramaturgos do Teatro do Absurdo. Passou a maior parte da sua infância em França, mas no princípio da adolescência voltou à Roménia , onde foi professor de francês, casando em 1936. Voltou a França em 1938 para completar a sua tese. Apanhado pela guerra em 1939 , aí se fixou , ganhando a vida como revisor de textos para publicação. Ionesco enveredou pela carreira de dramaturgo quase por acaso. Ao decidir aprender Inglês ficou pasmado pelo vazio dos clichés da conversação diária que apareciam no seu livro de frases. Dessas frases sem sentido construiu a sua primeira peça The Bald Soprano [“A Cantora Careca”], que foi um grande êxito. Depois deste sucesso, embarcou numa carreira de escritor do que ele chamava antipapas, onde se combinava uma atmosfera de sonho ou de pesadelo com o grotesco, bizarro e um humor excêntrico. Imagens de desespero relativas ao isolamento do indivíduo no universo e a inevitabilidade da morte dominavam os seus trabalhos.

Entre as suas peças destacam-se The Lesson (A Lição) – peça em que é baseado [este espectáculo]; um professor ganha o domínio sobre a sua aluna através do uso superior da linguagem, acabando por matá-la – The Rhinoceros, The Killer, Exit The King, A Stroll in the Air e Hunger and Thirst. Entre muitos prémios, foi eleito membro da Academia Francesa em 1970, publicando também escritos teóricos como Notes and Counternotes, Fragments of a Journal e um romance, “Le Solitaire”.

TEATRO FILMADO
As Lições
a partir de “A Lição”, de Eugène Ionesco
pelo Teatro Nacional de São João (enc. Ricardo Pais, 1998)
terça-feira, 2 de Dezembro, 21h30
bar do TCSB > entrada gratuita

Hoje no TCSB: “Anfiteatros e Prisões”

Sexta-feira, Novembro 28th, 2014

anfiteatros

Passa hoje à noite o segundo filme do ciclo de cinema e documentários que antecede a estreia de “Da Sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”, de Matéi Visniec.

“Anfiteatros e Prisões” recorda-nos o psicólogo Nicolae Margineanu, preso em 1948 por “conspiração contra o regime” e condenado a 25 anos de trabalhos forçados.

No “Memorial da resistência e das vítimas do comunismo” encontra a biografia deste e de muitos outros presos políticos pelo regime que governou a Roménia por mais de 40 anos.

“Quando a justiça não consegue ser uma forma de memória, só a memória pode ser uma forma de justiça”, escreveu Ana Blandiana, poeta romena e uma das fundadoras do Memorial.

DOCUMENTÁRIO
Anfiteatros e Prisões
de Nicolae Margineanu
Roménia, 2010, 50′ > falado em inglês, legendas em francês

sexta-feira, 28 de Novembro, 21h30
entrada gratuita (oferta do Instituto Cultural Romeno)

Ionesco: entrevista à Rádio Canadá (1961)

Segunda-feira, Novembro 24th, 2014

O POETA
E A Cantora Careca? Já leste?

O REDACTOR-CHEFE
Nem vale a pena tentar.

“Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”
de Matéi Visniec

entrevista feita por Judith Jasmin (Radio-Canada) em 1961

LEITURA
A Cantora Careca
de Eugène Ionesco
pelo elenco de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”

Eugène Ionesco
terça-feira, 25 de Novembro, 18h00
bar do TCSB > entrada gratuita

“Anfiteatros e Prisões”, de Nicolae Margineanu

Domingo, Novembro 23rd, 2014

anfiteatros e prisões

Nicholae Margineanu é um dos nomes mais importantes da psicologia romena. Estudou e trabalhou nas melhores universidades da Europa e dos Estados Unidos e tem 12 livros publicados. Em 1948 foi preso pela polícia política do regime comunista e condenado, num julgamento forjado, a 25 anos de trabalhos forçados, por supostas práticas de espionagem e traição à Pátria. Foram anos de extremo sofrimento, de humilhação e com repetidas tentativas de aniquilar a sua personalidade. Os seus ex-companheiros de cela referem a forma como resistiu ao horror com calma e resignação e como aproveitou a sua formação profissional para estudar a condição humana durante o período em que esteve detido.
Libertado ao fim de 16 anos de cárcere, Marginenau declarou “a única defesa perante os maus-tratos e a injustiça é a firme convicção de que, no final, a justiça e a fé triunfarão”.
O filme estreou em 2010 e foi realizado pelo filho do psicólogo, contando ainda com a participação de vários membros da sua família. Em Junho de 2012, passou pela primeira vez no TCSB, no âmbito do ciclo “Processos de memória política: Roménia e Portugal em diálogo”, organizado pelo Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Volta agora ao grande écran do TCSB, no âmbito da programação que antecipa a estreia de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”, de Matéi Visniec. O filme é exibido numa versão dobrada em inglês e com legendas em francês e tem entrada gratuita, graças ao apoio do Instituto Cultural Romeno.

DOCUMENTÁRIO
Anfiteatros e Prisões
de Nicolae Margineanu
Roménia, 2010, 50? > falado em inglês, legendas em francês

anfiteatros

sexta-feira, 28 de Novembro, 21h30
entrada gratuita (oferta do Instituto Cultural Romeno)

“A Cantora Careca”, de Eugène Ionesco: leitura pública no TCSB

Sexta-feira, Novembro 21st, 2014

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Ionesco é assim… ou não vem ou vem cedo ou vem na hora ou chega atrasado…

“Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”
de Matéi Visniec

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No âmbito da preparação do espectáculo “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”, peça escrita por Matéi Visniec em homenagem a Eugène Ionesco (e na qual irrompem várias das suas personagens), A Escola da Noite vai fazer uma leitura pública da peça “A Cantora Careca”, uma das obras mais conhecidas do mestre do Teatro do Absurdo (ou do Anti-Teatro, como ele preferia chamar-lhe).

A sessão tem lugar no bar do TCSB na próxima terça-feira, dia 25 de Novembro, pelas 18h00. A entrada é gratuita.

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A Cantora Careca

“pequena obra-prima do vácuo total, do teatro vocabular ou das ‘mil maneiras de não dizer nada’, (…) [em que Ionesco] sublinha com um grosso traço caricatural o fatalismo da alteridade dos indivíduos. (…) É todo o individualismo orgulhoso de um ciclo civilizacional que agoniza neste teatro à primeira vista inocente. Para desvalorizar as relações humanas (…) prova simplesmente a palavra do seu conteúdo psicológico; ela deixa de ser um meio de comunicação para ser um objecto em si, monstruoso e cómico.”

Urbano Tavares Rodrigues

Prefácio a Eugène Ionesco – Teatro I. Lisboa: Minotauro

 

Eugène Ionesco (Slatina, Roménia, 1912 – Paris, França, 1994)

Dramaturgo francês de origem romena, criador do teatro do absurdo e um dos seus mais destacados representantes, juntamente com Samuel Beckett.

Viveu na Roménia entre os 13 e os 26 anos, iniciando aí uma carreira como jornalista. Depois da II Guerra Mundial estabelece-se definitivamente em Paris, onde trabalha como revisor e tradutor e se torna amigo de intelectuais como Andre Breton, Luis Buñuel, Mircea Eliade, Raymon Queneau, entro outros.

O pessimismo está na base do teatro do absurdo, que pretende evidenciar a futilidade da existência humana num mundo imprevisível, bem como a impossibilidade de uma verdadeira comunicação entre as pessoas. Entre as técnicas características desta dramaturgia está o “nonsense” (jogos verbais sem sentido ou sem sentido aparente), a criação de ambientes sufocantes e de situações desprovidas de lógica, com o objectivo de realçar a distanciação e a alienação. Tem como princípio essencial a subversão dos procedimentos de transposição literal da realidade.

Foi um dos dramaturgos mais singulares e inovadores do século XX, com um humor fino e mordaz, transpondo para o palco as técnicas expressivas procedentes do surrealismo. Numa sociedade fragmentada e progressivamente dividida em compartimentos estanques, Ionesco abriu novos caminhos ao teatro, que viriam a ser seguidos por outros autores.

Da sua muito vasta obra teatral destacam-se “A cantora careca” (1950), uma sátira baseada na vida quotidiana; “A Lição” (1950), sobre um professor que assassina os seus alunos; “As cadeiras” (1952), em que as personagens falam com seres que não existem; e “O rinoceronte” (1959). Nesta, que é a sua peça mais conhecida, os habitantes de uma localidade convertem-se em rinocerontes, perante a resistência e o espanto do protagonista.

Fonte: infobiografias.com

LEITURA
A Cantora Careca
de Eugène Ionesco
pelo elenco de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres”

Eugène Ionesco

terça-feira, 25 de Novembro, 18h00
bar do TCSB > entrada gratuita