Doze árvores. Doze pessoas.

Outubro 27th, 2010

Memórias de experiências quotidianas na voz de Homens e Mulheres em diálogo com a vida e com a morte. Testemunhos de pessoas que contam histórias de salvação.

Doze pessoas. Doze árvores, corpos e viagens a transformar o tempo e o lugar.

Trabalho que resultou de uma recolha e selecção de histórias que contribuíram para um trabalho de pesquisa no contexto do projecto “Ladrões de Almas” de Joana Providência.

Em dialéctica com estes testemunhos de pessoas que contam histórias de salvação temos a árvore, a metáfora aqui escolhida de transporte e estímulo à escuta procurando uma compreensão também simbólica e intuitiva sobre este universo.

28 de Outubro | quinta | 21h30 | TCSBar > entrada livre

projecção de “árvores” +  conversa com Cláudia Galhós, Joana Providência e Eva Ângelo

“oportunidade para partilhar com o público uma forma de pensar o movimento”

Outubro 26th, 2010

“São quatro peças, documentários e conversas que traçam um arco criativo onde encontramos essa “urgência do refazer, do redizer, do recoreografar, como prática contingente e definidora do estatuto do autor” que modelou todo o percurso de Joana Providência. Menina do Mar (hoje, 21h30), Ladrões de Almas (sexta-feira, 29, juntamente com Mecanismos, 21h30), e Mão na Boca (sábado, 30, 21h30), a que se junta a apresentação final de um workshop, são, para Joana Providência, uma “oportunidade para partilhar com o público uma forma de pensar o movimento”.

Continue a ler aqui o texto de Tiago Bartolomeu Costa sobre Joana Providência, hoje, no Público.

começa hoje!

Outubro 25th, 2010

Depois do Teatro O Bando e de Vera Mantero, é agora a vez da coreógrafa Joana Providência partilhar com o público de Coimbra os elementos mais marcantes do seu percurso criativo, que ultrapassou recentemente os vinte anos. O programa inclui quatro espectáculos distintos (entre os quais “Mecanismos”, com o qual iniciou a sua carreira profissional, e “A Menina do Mar”, a sua última criação acabada de estrear recentemente), mas também a exibição de documentários, conversas com o público e um workshop de dança contemporânea, que oferecemos à cidade em parceria com a Bonifrates e o Curso de Estudos Artísticos. O programa completo está disponível aqui.

A Residência Artística da Joana Providência no TCSB tem o apoio da REN – Redes Energéticas Nacionais.

“o polvo, o caranguejo, o peixe… “

Outubro 24th, 2010

A MENINA DO MAR (notas para uma dramaturgia) por Helena Genésio

“Lembrei-me de que, quando tinha 5 ou 6 anos e vivia numa casa branca na duna, a minha mãe me tinha contado que nos rochedos daquela praia morava uma menina muito pequenina. Como nesse tempo para mim, a felicidade máxima era tomar banho entre os rochedos, essa menina marinha tornou-se o centro das minhas imaginações. E a partir desse antigo mundo real e imaginário comecei a contar a história a que mais tarde chamei A Menina do Mar” – assim recorda a escritora a génese da sua primeira história para crianças.

Assim se gera um ciclo fascinante de invenção a partir do jogo recíproco real / maravilhoso.

A praia é o espaço do encantamento, da revelação e do encontro. É o espaço do rapazito da casa branca, o seu universo, o seu mundo – espaço lúdico, espaço onírico, espaço maravilhoso que ora se apresenta infinito, grande e deserto; ora habitado, pleno de rochedos maravilhosos e de grutas.

Sophia revela-nos os gostos do rapazito pelos elementos do espaço marinho: O rapazito adorava o verde das algas, o cheiro da maresia, anunciando depois os seus desejos o que indica uma futura transformação: E por isso tinha inveja de não ser peixe para poder ir até ao fundo do mar sem se afogar.

Este rapazito protagoniza um sonhador. E o pequeno sonhador sonha e brinca e é feliz no seu espaço de sonho. É crescente a sua alegria. Tudo propicia o encontro com o maravilhoso e ele acontece: de uma poça de água limpa e transparente emergem as quatro figuras adivinhadas. Num jogo de escondidas, o rapazito espreita aquelas quatro figuras em miniatura: a Menina do mar, o polvo, o caranguejo, o peixe. O nomear desta tríade de amigos da Menina do mar repete-se como um refrão a facilitar a memorização da criança: o polvo, o caranguejo, o peixe… e talvez acentuando os fortes laços de amizade e entreajuda que os une. Ligações fortes, fieis e ternas como nos contos maravilhosos. Entre o rapazito e estes seres maravilhosos sedimenta-se a confiança. Começa a sedução e criam-se laços. Gradualmente começa a integração do nosso herói naquele grupo de quatro figuras. O ritmo dos seus encontros passará a ser diário e matinal, marcado pelas marés.

Contudo surgem obstáculos próprios dos itinerários do amor: os búzios, os ouvidos do mar, informam a Raia dos sonhos que o rapazito e a Menina do mar sonham. Os polvos expiam e trocam-se palavras magoadas de desespero e amargura: tenho que te dizer adeus para sempre. Esboça-se o confronto terra / mar. Um círculo de morte rodeia o rapaz: os polvos cercam-no, sufocam-no, prendem-no. Outros vestígios se cruzam: o desmaio (morte aparente) a reanimação / ressurreição através do filtro renovador (a água do mar) as provas de tortura inscritas no corpo, a provação da espera…

A gaivota branca, elemento alado e libertador traz uma mensagem da menina do mar. O rapaz inicia então a sua viagem maravilhosa. Vai ao seu encontro.

Ao fim de sessenta dias e sessenta noites a ilha onde estão os quatro amigos surge como espaço paradisíaco.

É tempo do encontro, da celebração da amizade, da alegria.

“A Menina do Mar” de Sophia de Mello Breyner Andresen | Teatro da Cerca de São Bernardo |  26 de Outubro [terça]  21h30

texto Sophia de Mello Breyner Andresen encenação Joana Providência dramaturgia Helena Genésio intérpretes Anabela Sousa, Beatriz Godinho, Filipe Moreira, Paulo Mota, Sandra Salomé espaço cénico e marionetas Cristóvão Neto figurinos Lola Sousa desenho de luz Pedro Carvalho banda sonora Rui Lima, Sérgio Martins

árvores

Outubro 23rd, 2010

Memórias de experiências quotidianas na voz de Homens e Mulheres em diálogo com a vida e com a morte. Uma proposta de Joana Providência, no âmbito da pesquisa realizada para o projecto “Ladrões de Almas”, com realização e edição de Eva Ângelo.

projecção do documentário “árvores”

Uma recolha de testemunhos de pessoas que contam histórias de “salvação”. Memórias de situações e experiências quotidianas que, na voz destes homens e mulheres, falam de vida e morte. Cada uma destas pessoas é uma árvore, corpo e viagem a transformar o tempo e o lugar.
Aurora Bétula, Alexandre Pinheiro, Antonieta Plátano, Bárbara Jacarandá, João Carvalho, João Limoeiro, Laurinha Laranjeira, Madalena Oliveira, Romi Magnólia, Sr. Zé “Salva-Almas”Cedro, Zeferino Loureiro e “Bravas Amendoeiras em Flor”.
Doze árvores. Doze pessoas.

Com Ainhoa Vidal, Alexandre Almeida, Alexandre Ribeiro da Silva, Andreas Dyrdal, Andreia Moisés, Antonieta Fidalgo, António Júlio, Bárbara Seabra, João Rebelo, José Almeida e Inês de Almeida, Laura Rosa Dias, Maria Aurora Costa, Madalena Vitorino, Romi Soares, Tânia Matos e Zeferino Mota.

seguido de conversa com Cláudia Galhós, Joana Providência e Eva Ângelo

TCSBar > 28/10, quinta, 21h30 > entrada livre