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dezembro no TCSB: teatro brasileiro e regresso a Bagdad

Terça-feira, Dezembro 4th, 2012

O melhor teatro brasileiro e a nova temporada de “Nunca estive em Bagdad” marcam a programação de Dezembro do Teatro da Cerca de São Bernardo, em Coimbra.
Ao mesmo tempo, A Escola da Noite encerra a sua digressão de 2012, com apresentações de dois espectáculos distintos em Santiago de Compostela e em Montemor-o-Velho.

"12 homens e uma sentença" (foto: João Caldas)

A 7 e 8 de Dezembro, o TCSB acolhe “12 homens e uma sentença”, um dos pontos mais altos da programação organizada pel’A Escola da Noite no presente ano. Com encenação de Eduardo Tolentino, o espectáculo construído a partir da peça de Reginald Rose (que na década de 50 deu origem ao filme “12 homens em fúria”, de Sidney Lumet) recebeu em 2010 o prémio APCA para melhor espectáculo do ano e ainda duas nomeações para os prémios Shell (melhor encenador e melhor actor). Mantém-se em cena no Brasil há mais de dois anos, alcançando um enorme sucesso junto do público e da crítica. Conta com mais de 300 apresentações já realizadas. “12 homens…” é a história de um colectivo de jurados, fechado numa sala, que tem de decidir se condena ou não à morte um jovem acusado de matar o pai. Aquela que parece ser uma decisão fácil de tomar torna-se mais complicada a partir do momento em que um dos jurados começa a levantar dúvidas e a questionar a unanimidade que parecia reinar entre o grupo. Nas palavras do encenador, o debate e o exercício argumentativo que o texto oferece mostra como “as dúvidas razoáveis são bem mais interessantes dos que as verdades aparentes”.
No dia seguinte (9 de Dezembro à tarde), o Grupo TAPA, dirigido pelo mesmo Eduardo Tolentino, apresenta no TCSB “Retratos Falantes”, num programa que inclui três monólogos de Alan Bennet: “Fritas no açúcar”, “A senhora das cartas” e “Brincando de sanduíche” – interpretados, respectivamente, pelos actores Brian Penido, Zé Carlos Machado e Emília Rey. Originalmente escritos para televisão, em 1987, estes textos abordam, com um “humor ácido e cortante”, os temas da solidão e da incomunicabilidade no mundo contemporâneo, recorrendo a  “figuras anónimas, quase invisíveis, que podem morar na porta ao lado”.
Os dois espectáculos são apresentados em Coimbra no âmbito da rede Culturbe, seguindo logo depois para Braga (Theatro Circo, a 11 e 12, respectivamente) e para Évora (Teatro Garcia de Resende, a 14 e 15 de Dezembro, respectivamente). Uma digressão tornada possível pelo facto de “12 homens e uma sentença” ter sido escolhido pelo Ministério da Cultura brasileiro para integrar a mostra de teatro do Brasil que está a decorrer no Teatro Nacional D. Maria II, no âmbito da iniciativa “Ano do Brasil em Portugal”. Em Lisboa, o espectáculo é apresentado nos dias 5 e 6 de Dezembro.

“Nunca estive em Bagdad”

Miguel Magalhães e Maria João Robalo, "Nunca estive em Bagdad" (ensaio, foto de Eduardo Pinto)

Depois da digressão por Campo Benfeito, Faro e Santiago de Compostela (esta terça e quarta-feira), o mais recente espectáculo d’A Escola da Noite regressa a Coimbra, para uma nova temporada no TCSB, entre 13 e 23 de Dezembro (de terça a sábado às 21h30 e aos domingos às 16h00). Serão as últimas oportunidades para o público da cidade ver ou rever o texto de Abel Neves, que conta a história de um jovem casal português (Glória e Rogério) em processo de mudança de casa, no momento em que a Guerra do Iraque está a acontecer. Esta entra-lhes literalmente pela casa, através da televisão da qual Rogério não consegue descolar. Entre o problema de Glória, que vai sendo revelado ao longo da peça, e a tragédia global vinda do outro lado do mundo, assiste-se a um confronto de escalas que amplia o efeito de ambos na vida quotidiana do casal.

“Novas diretrizes em tempos de paz” em Montemor

Igor Lebreaud em "Novas diretrizes em tempos de paz" (foto de ensaio de Eduardo Pinto)

Ainda na primeira semana de Dezembro, A Escola da Noite apresenta no Teatro Esther de Carvalho, com a colaboração do CITEC, a ante-estreia de “Novas diretrizes em tempos de paz”, de Bosco Brasil. Para a tarde (15h00) está agendada uma sessão para o público escolar e à noite (21h30) terá lugar uma sessão para o público em geral. Também premiado com os prémio APCA e Shell (melhor autor, em 2002), “Novas diretrizes” apresenta-nos a história de um emigrante polaco que, fugindo da II Guerra Mundial, chega ao Brasil em Abril de 1945, em busca de uma nova vida como agricultor. No porto do Rio de Janeiro, é colocado perante Segismundo, um oficial da alfândega que desconfia das intenções da entrada de Clausewitz no Brasil. Para a obtenção do salvo-conduto que permitiria a entrada do emigrante no Brasil, Segismundo propõe um desafio, o que leva as duas personagens a confrontar as suas memórias: de um lado um actor que perdeu familiares e amigos, do outro um ex-torturador que sempre cumpriu ordens.

informações e reservas:

239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

Novas diretrizes em Pereira e Montemor-o-Velho

Sábado, Dezembro 1st, 2012

Igor Lebreaud, "Novas diretrizes em tempos de paz" (ensaio, foto de Eduardo Pinto)

Depois de Verride e Abrunheira, as “Novas diretrizes em tempos de paz” prosseguem a sua digressão pelo concelho de Montemor-o-Velho. Hoje em Pereira, no Celeiro dos Duques de Aveiro (21h30) e na quinta-feira na sede do concelho, no Teatro Esther de Carvalho (às 15h00 para o público escolar e às 21h30 para o público em geral).

Não perca!

 

NOVAS DIRETRIZES EM TEMPOS DE PAZ
de Bosco Brasil

Em 18 de Abril de 1945, quando a II Guerra Mundial está perto do fim, um emigrante polaco, Clausewitz, desembarca no porto do Rio de Janeiro, em busca de uma nova vida como agricultor. No cais é colocado perante Segismundo, um oficial da alfândega que desconfia das intenções da entrada de Clausewitz no Brasil.

Sem o salvo-conduto assinado por Segismundo, Clausewitz será obrigado a voltar ao cargueiro e seguir viagem. Para a obtenção desse salvo-conduto, Segismundo propõe um desafio ao estrangeiro, o que leva as duas personagens, que partilham a mesma idade do séc. XX, a confrontar as suas memórias: de um lado um actor que perdeu familiares e amigos, do outro um ex-torturador que sempre cumpriu ordens.

 

encenação António Augusto Barros elenco Igor Lebreaud e Miguel Lança

figurinos e imagem gráfica Ana Rosa Assunção

M/16 > 50′

Pereira (Montemor-o-Velho), Celeiro dos Duques de Aveiro

01/12/2012, sábado, 21h30

3 Euros

informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488

Montemor-o-Velho, Teatro Esther de Carvalho

06/12/2012, quinta-feira, 15h00 (escolas) e 21h30

5 Euros

informações e reservas: 916 688 601 / bilheteira@estherdecarvalho.org

 

O Brasil precisa de braços para a agricultura

Quarta-feira, Novembro 28th, 2012

SEGISMUNDO
E aqui, o senhor quer fazer o quê?

CLAUSEWITZ
O Brasil precisa de braços para a agricultura.

SEGISMUNDO
O Brasil sempre precisa de alguma coisa. Uma hora, precisa plantar; outra hora precisa temperar o aço; outra hora o Brasil precisa de nós. Outra hora não precisa mais de nós… (TEMPO) O senhor não trouxe nenhuma bagagem?

CLAUSEWITZ
O que eu sou é tudo que eu tenho.

Novas diretrizes em tempos de paz,

Bosco Brasil

ESTA QUINTA-FEIRA EM POMBAL, ÀS 21H30.

Informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

“Novas diretrizes…” em Pombal

Terça-feira, Novembro 27th, 2012

Miguel Lança e Igor Lebreaud, "Novas diretrizes em tempos de paz" (ensaio, foto de Eduardo Pinto)

Dezasseis anos depois, A Escola da Noite regressa esta quinta-feira a Pombal, com três ante-estreias de “Novas diretrizes em tempos de paz”, de Bosco Brasil.

À tarde (15h00 e 16h30) realizamos duas sessões para alunos do ensino secundário do concelho e à noite o espectáculo para o público em geral. Os bilhetes custam 5 Euros e as reservas podem ser feitas directamente para A Escola da Noite (239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt).

Faça-nos companhia!

 

NOVAS DIRETRIZES EM TEMPOS DE PAZ
de Bosco Brasil

Em 18 de Abril de 1945, quando a II Guerra Mundial está perto do fim, um emigrante polaco, Clausewitz, desembarca no porto do Rio de Janeiro, em busca de uma nova vida como agricultor. No cais é colocado perante Segismundo, um oficial da alfândega que desconfia das intenções da entrada de Clausewitz no Brasil.

Sem o salvo-conduto assinado por Segismundo, Clausewitz será obrigado a voltar ao cargueiro e seguir viagem. Para a obtenção desse salvo-conduto, Segismundo propõe um desafio ao estrangeiro, o que leva as duas personagens, que partilham a mesma idade do séc. XX, a confrontar as suas memórias: de um lado um actor que perdeu familiares e amigos, do outro um ex-torturador que sempre cumpriu ordens.

 

encenação António Augusto Barros elenco Igor Lebreaud e Miguel Lança figurinos e imagem gráfica Ana Rosa Assunção

Pombal, Cine-Teatro

29/11/2012, quinta-feira, 21h30

50′ > M/16 > 5 Euros

Hoje em Casal do Cimeiro

Domingo, Novembro 25th, 2012

SEGISMUNDO
Sei. E o senhor aprendeu como, o Português?

CLAUSEWITZ

Estudei sozinho. Depois de tudo que eu passei… tudo que eu passei na Guerra… estudar uma língua tão estranha foi bom para mim, me fez esquecer… Eu sou grato ao “x”. Gastei muito tempo estudando os valores do “x” no Português. Como é que vocês usam de tantas maneiras uma letrinha à toa?! Estudando o “x” eu às vezes quase esquecia da Guerra… Quase esquecia da maldade. (TEMPO) Claro, um funcionário do consulado do seu país em Manchester me emprestou alguns livros. Ele também repetiu “não” muitas vezes. Agora eu falo: “não”.

SEGISMUNDO

Era a obrigação dele.

CLAUSEWITZ

Repetir o “não”?

SEGISMUNDO

Não se pode dar visto de entrada ao primeiro que aparece.

“Novas diretrizes em tempos de paz”,

de Bosco Brasil

 

HOJE, ÀS 15h00,

em Casal do Cimeiro (Soure)