NEON 80 traça o seu labirinto inspirada nos conceitos de cyberpunk, cyberspace, cyborgbody e video game. Enaltece o lado marginal do ser humano, o lado da sobrevivência, da oposição às regras, da possibilidade de escolha e do lugar da liberdade do indivíduo, anulando o género binário e defendendo uma prótese como um membro integrante do corpo humano.
A obra da dramaturga galega AveLina Pérez estará em destaque na próxima semana em Coimbra, numa iniciativa da Cena Lusófona, em parceria com A Escola da Noite e o Teatro Académico de Gil Vicente. O programa inclui leituras, uma masterclass, e a apresentação da mais recente criação do Centro Dramático Galego, Ás oito da tarde cando morren as nais, com direcção de Marta Pazos.
No âmbito do Clube de Leitura Teatral, AveLina Pérez (que é também actriz e encenadora) dirige a leitura da peça Os cães não compreendem Kandinsky, na terça-feira, dia 10 de Maio. A sessão, com entrada livre, terá lugar às 18h30, na Sala Brincante da Cena Lusófona, no Pátio da Inquisição. No dia seguinte e no mesmo local, pelas 11h00, a dramaturga apresenta uma masterclass sobre o seu percurso artístico. A sessão tem entrada gratuita e contará com a presença de Fran Nuñez, director do Centro Dramático Galego. A ocasião será aproveitada para realizar a pré-apresentação da Antologia de Teatro Galego Contemporâneo (edição bilingue), livro a publicar em breve pela Cena Lusófona que reúne doze peças de doze autores/as galegos/as, entre as quais a obra de AveLina Pérez, Ás oito da tarde cando morren as nais. É precisamente esta peça, recentemente estreada em Santiago de Compostela pelo Centro Dramático Galego, com encenação de Marta Pazos, que é apresentada em Coimbra no sábado, dia 14 de Maio, no TCSB.
TEATRO Ás oito da tarde, cando morren as nais de AveLina Pérez CENTRO DRAMÁTICO GALEGO (ES) 14 de Maio de 2022 sábado, 21h30 > M/16 > 75 min > 6€ a 10€ [espectáculo falado em galego]
AveLina Pérez Nasceu em Santa María de Oia, Pontevedra, em 1969. Depois de anos dedicada à educação social em contextos de exclusão, abandona radicalmente a sua profissão e centra o seu foco nas artes cénicas. Foi directora da companhia Teatro do lume, reconduzindo posteriormente o seu trabalho para um projecto de criação com o seu próprio nome. É encenadora, dramaturga e actriz das peças Por favor, ténteo novamente máis tarde (2021), Eco (2021), A que non podes dicir cocacola? (I e II), Os cans non comprenden a Kandinsky, Deixa de Tocala, Sam e Gañaremos o pan coa suor da túa fronte, entre outras. Acaba de editar o seu mais recente texto — Ese silencio —, pelas Edicións Positivas. Recebeu vários prémios de dramaturgia breve e de teatro radiofónico e, em 2018, o Prémio Abrente de textos teatrais pela peça O día no que bicar a terra. Procura a máxima liberdade nas suas criações, assumindo a intenção de fugir “das etiquetas e da necessidade de paradigma definido”, o interesse pela palavra e “uma concepção teatral muito ligada ao terreno, ao social, na busca de converter o quotidiano em extra-quotidiano”. Na sua obra, marcada por um humor ácido e duro, concebe a cena como “um lugar de encontro, um lugar em que a dignidade existe, mesmo que esteja camuflada, escondida ou distorcida.” A obra Ás oito da tarde, cando morren as nais, que será apresentada em Coimbra, no TCSB, a 14 de Maio, foi distinguida com o Prémio Álvaro Cunqueiro para textos teatrais em 2018.
Que extraordinário mês de Maio nos espera no TCSB! A estreia mundial de “Mestiço Florilégio”, espectáculo que celebra os 50 anos de carreira do multifacetado artista brasileiro Antonio Nóbrega, abre a programação já no próximo sábado. Depois, acolhemos Beatriz Dias, com o espectáculo de dança “NEON 80”, o Clube de Leitura Teatral com AveLina Pérez, a peça “Ás oito da tarde, cando morren as nais”, do Centro Dramático Galego, a co-produção Teatro das Beiras / Karlik Danza Teatro em torno da obra de José Saramago e os concertos do Festival Epicentro. Para além, claro, dos Sábados para a Infância, que este mês propõem uma visita ao Centro de Documentação 25 de Abril, uma sessão de histórias e música para todas as idades. Faça-nos companhia!
MESTIÇO FLORILÉGIO O espectáculo é uma “antologia lúdica” sobre a trajectória artística de Antonio Nóbrega ao longo das últimas cinco décadas. Com a sua companheira Rosane Almeida, propõe-nos um espectáculo multidisciplinar, que cruza música, dança, teatro, cinema e conversa com o público. Fiel ao percurso da dupla (também responsável pela criação em São Paulo do conceituado Instituto Brincante), “Mestiço Florilégio” parte do mundo cultural popular brasileiro: “foi a partir do reservatório popular brasileiro de cantos, danças, formas poéticas, entre outras” que Nóbrega e Rosane “criaram os variados entremeios que compõem esse florilégio, reflexo também do caldeamento cultural que se processou, principalmente no estrato sociocultural subalterno brasileiro”. Pensando no público de Portugal, os artistas adiantam sobre esta sua nova criação: “Mestiço Florilégio é uma espécie de moderna Reisada, onde o arcaico e o moderno se fundem dentro do espírito de complementaridade tão necessário ao nosso fragmentado mundo”. O regresso a Coimbra de Antonio Nóbrega (que aqui se apresentou em 2003 e em 2018) ocorre a convite das XVIII Jornadas de Cultura Popular do Grupo de Etnografia e Folclore da Academia de Coimbra (GEFAC). O espectáculo terá lugar no TCSB a 8 de Maio, domingo, pelas 16h00. Na véspera, 7 de Maio, pelas 15h00, Rosane Almeida dirige uma oficina de danças tradicionais brasileiras, também integrada nas Jornadas. Esta iniciativa tem lugar na “Sala Brincante” da Cena Lusófona, no Pátio da Inquisição.
TEATRO GALEGO EM COIMBRA A segunda semana do mês é dedicada ao teatro galego contemporâneo, com destaque para a obra da dramaturga AveLina Pérez, convidada da sessão de Maio do Clube de Leitura Teatral. Na terça-feira, dia 10, pelas 18h30, será feita a leitura da sua peça “Os cães não compreendem Kandinsky”. A sessão acontece na Sala Brincante da Cena Lusófona e tem, como habitualmente, entrada gratuita. No dia seguinte, pelas 11h00, a autora nascida em 1969 (distinguida, entre outros, com os prémios Abrente e Álvaro Cunqueiro para textos teatrais) dirige uma masterclass sobre a sua obra, que terá lugar na mesma sala, também com entrada livre. No final da semana – Sábado, 14 de Maio, 21h30 – o TCSB acolhe a mais recente produção do Centro Dramático Galego, o espectáculo “Ás oito da tarde cando morren as nais”, com texto de AveLina Pérez e encenação e dramaturgia de Marta Pazos.
NEON 80 E FESTIVAL EPICENTRO Em parceria com o TAGV e a Blue House, o TCSB abre as portas a dois festivais da cidade, nas áreas da dança e da música. No dia 11 de Maio, pelas 21h30, a bailarina Beatriz Dias apresenta “NEON 80”, produção que traça um labirinto “inspirado nos conceitos de cyberpunk, cyberspace, cyborgbody e video game” e enaltece “o lado marginal do ser humano, o lado da sobrevivência, da oposição às regras, da possibilidade de escolha e do lugar da liberdade do indivíduo”. Os bilhetes custam entre 5 e 7 Euros e podem ser comprados na ticketline ou reservados directamente no Teatro. Os dias 20 e 21 de Maio são integralmente dedicados à música e ao festival Epicentro, que neste fim-de-semana assenta arraiais no TCSB, com três propostas diferentes, pensadas em parceria com o colectivo Omnichord – agência, produtora e editora musical sediada em Leiria. O programa inclui a “Conversa com música: 10 anos da Omnichord” (sexta, 20 de Maio, 21h30), a oficina “A música dá trabalho” (sábado, 11h00, integrada nos “Sábados para a Infância, para crianças a partir dos 6 anos) e o vídeo-concerto “Nu”, da banda First Breath After Coma(sábado, 21 de Maio, 21h30). Os bilhetes também já estão à venda, no TCSB e na ticketline.
SARAMAGO EM CO-PRODUÇÃO LUSO-ESPANHOLA O Teatro das Beiras (Covilhã) e o grupo Karlik Danza Teatro (Cáceres, Espanha) apresentam em Coimbra, a 18 de Maio (quarta-feira, 21h30), a co-produção “Quem se chama José Saramago”, com encenação de Cristina D. Silveira. O espectáculo é assumido como um “tributo ao escritor, pensador e activista” e apresenta-nos “o homem como um personagem em si, no espaço de ficção que é o teatro”. A montagem inclui excertos de obras como “A ilha desconhecida”, “Levantados do Chão”, “Ensaio sobre a cegueira” e “O ano da morte de Ricardo Reis”. Para além da sessão para o público em geral, os grupos apresentam uma sessão para o público escolar, no mesmo dia, às 15h00.
“Uma viagem à Casa das Memórias: divertir-se e aprender no Centro de Documentação 25 de Abril da UC”
SÁBADOS PARA A INFÂNCIA: MEMÓRIAS, HISTÓRIAS E MÚSICA PARA BEBÉS Para além da oficina produzida pela Blue House e pela Omnichord, o programa de Maio dos Sábados para a Infância inclui uma visita guiada, com actividades lúdicas, ao Centro de Documentação 25 de Abril (7 de Maio, 11h00, para crianças entre os 6 e os 12 anos), a sessão de histórias “Pim perlim pim pim!… mas as histórias não chegam ao fim?”, por Miriam Ferreira (14 de Maio, 11h00, para crianças a partir dos 4 anos) e ainda o regresso do espectáculo musical “Malas e Fraldas”, de Vânia Couto (28 de Maio, 11h00, para bebés e crianças até aos 3 anos).
TEATRO Ás oito da tarde, cando morren as nais de AveLina Pérez CENTRO DRAMÁTICO GALEGO (ES) 14 de Maio de 2022 sábado, 21h30 > M/16 > 75 min > 6€ a 10€ [espectáculo falado em galego]
MÚSICA | CONVERSA Conversa com Música: 10 Anos de Omnichord OMNICHORD RECORDS 20 de Maio de 2022 sexta-feira, 21h30 > M/6 > 90 min > entrada gratuita org. Festival Epicentro
Termina esta semana a temporada de “Cidade, Diálogos”, com textos de Gonçalo M. Tavares. A quarta produção apresentada no âmbito do ciclo “Trabalhos da Casa”, que assinala o 30.º aniversário da companhia, pode ser vista no TCSB só até ao próximo sábado, dia 30 de Abril.
Estreado em 2021, “Cidade, Diálogos” é construído a partir de textos “O Torcicologologista, Excelência”, de Gonçalo M. Tavares. Sob a encenação de António Augusto Barros e num espaço cénico que nos remete para uma praça pública, quatro actores – Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Paula Garcia – propõem uma viagem pelos diálogos entre duas “excelências” e pelas microscópicas observações que um número indeterminado de humanos vai fazendo dos seus concidadãos, numa cidade indefinida. Cruzando estas duas partes do livro (publicado pela Editorial Caminho em 2015), o espectáculo prossegue a “investigação sobre a linguagem” que o próprio escritor assumiu como característica da obra: quanto às relações entre as palavras e o movimento, o espaço e a música e quanto ao lugar do indivíduo nesse processo de relação com o outro – emissão/recepção; fala/escuta; poder/submissão; pontos, meios e focos de observação das cidades e do mundo em que habitamos. As três últimas sessões de “Cidade, Diálogos” são apresentadas entre 28 e 30 de Abril – quinta e sexta às 19h00 e sábado às 21h30. Os bilhetes custam entre 6 e 10 Euros e podem ser comprados no Teatro ou pela ticketline.
TEATRO Cidade, Diálogos de Gonçalo M. Tavares A ESCOLA DA NOITE até 30 de Abril de 2022 quinta e sexta, 19h00 sábado, 21h30 M/14 > 1h30 > 5 a 10€