Na sequência da apresentação em conferência de imprensa do IV Festival das Companhias foi criado um blog onde pode consultar toda a programação do festival que decorre entre 22 e 27 de Junho em Coimbra. Poderá também seguir através do mesmo, o diário do festival sempre actualizado.
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A Escola da Noite vai anunciar publicamente o programa do IV Festival das Companhias em Conferência de Imprensa a realizar no Bar do Teatro da Cerca de São Bernardo no dia 17 de Junho, quinta-feira, pelas 14h30.
Na ocasião estarão presentes Maria José Azevedo Santos, vereadora da cultura da Câmara Muncipal de Coimbra e Luís Alcoforado, presidente da Turismo de Coimbra E.M.
O Festival é uma iniciativa da “Plataforma das Companhias” — um grupo informal que reúne seis companhias de teatro profissional (A Escola da Noite, a ACTA, o CENDREV, a Companhia de Teatro de Braga, o Teatro das Beiras e o Teatro do Montemuro) – e da rede CULTURBE – um projecto de programação em rede entre o Theatro Circo (Braga), o Teatro da Cerca de São Bernardo (Coimbra) e o Teatro Garcia de Resende (Évora).
À semelhança das edições anteriores — Faro (2005), Braga (2008) e Campo Benfeito, Castro Daire e Lamego (2009) — pretende-se que este Festival seja simultaneamente um espaço de mostra das mais recentes produções das companhias envolvidas e um momento de encontro e de discussão entre estas estruturas, a comunidade teatral do país, instituições oficiais e público em geral.
“Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos mostra-nos objectos do mundo. Entre esses objectos e quem os manipula há um efeito de ricochete, um movimento de revelação de sentidos outros, inesperados. Entre esses objectos, quem os manipula e o espectador há um triângulo – uma tensão que empurra as margens das ideias e das sensações até à vibração dos símbolos. Perante estes objectos, as ideias são caminhos para outras ideias e, como em todos os caminhos, há troços que se abrem, se apertam e se bifurcam. Podemos percorrê-los com ritmos e respirações diferentes, como se os pensamentos ganhassem forma pelo modo como pulsam e se friccionam. São objectos do mundo, em contacto e em curto circuito, algures a caminho entre o lado material e o lado etéreo das coisas, entre o quotidiano e o onírico, entre o genérico e o excepcional. E, quem sabe, é nesse “trocar as voltas” ao mundo de todos os dias – esse mundo de objectos genéricos para produção, consumo e desperdício – que podemos tocar um outro lado das coisas.”
Rita Natálio, texto no programa do espectáculo
16 de Junho | quarta | 21h30 | Teatro da Cerca de São Bernardo | Coimbra
INFO 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
M/14 > 1h20 > Bilhetes entre 6 e 10€
direcção artística Vera Mantero interpretação e co-criação Christophe Ives, Marcela Levi, Miguel Pereira e Vera Mantero dispositivo cenográfico e figurinos Nadia Lauro colaboração dramatúrgica Rita Natálio música e sonoplastia Andrea Parkins desenho de luz Erik Houllier operação de som Rui Dâmaso operação de luz Jean-Marc Segalen
Nesta nova criação, Vera Mantero mostra-nos objectos do mundo. Coisas arrancadas à vida de todos os dias que, nesta dança, se situam algures entre o material e o etéreo, o factual e o onírico. Dia 16 de Junho, no Teatro da Cerca de São Bernardo (Coimbra).
Um ano depois da sua estreia em Essen e Montpellier, em 2009, Vera Mantero & Guests apresentam finalmente este trabalho em Portugal. “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos” é um jogo de associações, por vezes explícito, outras críptico, lúdico ou desconfortável, tangível ou volátil. Desencadeia várias questões, mas quase nenhuma resposta.
Vera Mantero destilou esta parada inusitada após meses de leituras, visionamentos, escutas, reflexões e conversas, em conjunto com Christophe Ives, Marcela Levi, Miguel Pereira, Rita Natálio, Nadia Lauro e Andrea Parkins, com quem partilha a autoria e interpretação deste espectáculo.
Esteve em Coimbra no ano passado numa Residência Artística no Teatro da Cerca de São Bernardo — uma organização d’A Escola da Noite, com a colaboração do CAV Centro de Artes Visuais e do Curso de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra — e agora regressa com o espectáculo “VAMOS SENTIR FALTA DE TUDO AQUILO DE QUE NÃO PRECISAMOS” no próximo dia 16 de Junho, quarta, às 21h30.
Vera Mantero estudou dança clássica e integrou o Ballet Gulbenkian entre 1984 e 1989.
Começou a sua carreira coreográfica em 1987, e desde 1991 tem mostrado o seu trabalho por toda a Europa, Argentina, Brasil, Canada, EUA e Singapura.
Destes trabalhos destacam os solos “Uma rosa de músculos” (1989), “Talvez ela pudesse dançar primeiro e pensar depois” (1991), “Olympia” (1993) e “uma misteriosa Coisa, disse o e.e.cummings*” (1996), como também as peças de .grupo “Sob” (1993), “Para Enfastiadas e Profundas Tristezas” (1994), “Poesia e Selvajaria” (1998), “Até que Deus é destruído pelo extremo exercício da beleza” (2006) e a sua última criação “Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos” (2009).
Vera Mantero participa regularmente em projectos internacionais de improvisação como “Crash Landing” e “At the table”, iniciativas da coreógrafa Meg Stuart, e “On the Edge”, iniciativa de Mark Tompkins.
Desde o ano 2000 dedica-se igualmente ao trabalho de voz, cantando repertório de vários autores e co-criando projectos de música experimental.
Representou Portugal na 26ª Bienal de São Paulo 2004 em parceria com o escultor Rui Chafes com a peça “Comer o Coração”.
No ano 2007 Vera Mantero co-realizou e montou a sua versão do filme “Curso de Silêncio” (co-realização com Miguel Gonçalves Mendes).
Em 1999 a Culturgest organizou uma retrospectiva do seu trabalho.
No ano 2002 foi-lhe atribuído o Prémio Almada (IPAE/Ministério da Cultura Português) e no ano 2009 o Prémio Gulbenkian Arte pela sua carreira como criadora e intérprete.