O homem que joga trangram, já se disse, tem como limite o infinito dos sonhos. Vai deixar-se de livros, garante. E “construir uma cidade”: uma cidade de tangram, na linha de As Cidades Invisíveis, de Italo Calvino. “Urbe quimérica feita cidade a sério, com casas, largos, jardins, catedrais, coisas, à imagem das figuras do jogo.”
Francisco Duarte Mangas, “O jogador de tangram e sua paciência poética”, Diário de Notícias, 13/11/2010
O projecto, revela Augusto Baptista, “decorre, sub-reptício”. E compreende-se tamanho desvelo. É para que a cidade “não se esvaneça, antes de amanhecer. Morra, antes de nascer. O que seria uma impossibilidade – e, como o jogo, um mistério”. Projecto ou um sonho? “Podem achar isto louco”, mas “este é o meu projecto” para os dias que hão-de vir. Uma cidade fraterna, com pessoas e gatos – uma cidade sem medos.
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Augusto Baptista e o seu “projecto”: uma cidade sem medos
Terça-feira, Junho 4th, 2019José António Gomes sobre Augusto Baptista: a “escrita enxuta” e o “fotógrafo poeta”
Segunda-feira, Junho 3rd, 2019Em artigo publicado na revista Forma Breve, da Universidade de Aveiro, o professor e ensaísta José António Gomes destaca várias das singularidades da obra de Augusto Baptista, aqui a propósito do livro “Histórias de coisa nenhuma e outras pequenas significâncias” (Campo das Letras, 2000):
Por estas histórias breves, brevíssimas, de escrita enxuta, passam a vida política, um flash ou outro dos “pantanais” autárquico e empresarial, o mundo citadino e o provinciano, e ainda o veraneante, o editor e o escriba, o pequeno-burguês, o empresário (estes eufemismos!), o proletário e o intelectual de café, as cenas da vida conjugal. Estamos, em suma, ante as inumeráveis situações de um quotidiano assediado (também) pelo que é comum designar – recorrendo a um lugar-comum – como o absurdo da existência, pelo mal de vivre, situações reelaboradas por um olhar de fotógrafo poeta e por um talento de contador de histórias. Vem a vida e diz “presente!”, vem a morte e diz “presente!”; Deus e o Diabo espreitam; o amor e o ódio picam o ponto-nosso-de-cada-dia; faz-se ouvir, nas entrelinhas, o convite à insubmissão e à revolta contra as injustiças.
José António Gomes, “Da escrita e da sua materialização: Augusto Baptista”. Forma Breve, Universidade de Aveiro, 2016.
o homem que estreia esta semana.
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Augusto Baptista: um homem que cruza escritas
Terça-feira, Maio 21st, 2019“O homem que”, o próximo espectáculo d’A Escola da Noite, com estreia marcada para 6 de Junho, é construído a partir da multifacetada obra de Augusto Baptista.
Jornalista de profissão, define-se a si próprio como alguém que “cruza escritas: texto, fotografia, desenho”. Conheça-o melhor a partir daqui.