Num dia de Maio há já alguns anos, Custódia Gallego pediu a Abel Neves para lhe escrever um monólogo que ela pudesse levar ao teatro. Ele nunca tinha estado para aí virado, mas, diz num texto incluído no programa da peça, “a verdade é que todos nós praticamos a arte do monólogo, uns mais do que outros, uns mais capazes de se fazerem ouvir, muitos irremediavelmente perdidos no enigma deste mundo”. Vulcão é o monólogo que acabou por escrever: o monólogo de Valdete, mulher espancada pela vida e à procura de um filho perdido com quem temos, acrescenta o dramaturgo, de simpatizar. Com encenação de João Grosso e “a fascinante disponibilidade de corpo e de espírito” (ainda palavras de Abel Neves) da actriz Custódia Gallego.
Lido no Público do passado dia 21 de Fevereiro, a propósito da temporada do “Vulcão” no Porto, no Auditório ACE TEatro do Bolhão, até 7 de Março. Temporada que vai ter um intervalo para a apresentação em Coimbra inserida no ciclo “do monólogo, coisa pública“, programado pel’A Escola da Noite para a XII Semana Cultural da Universidade de Coimbra. A Valdete vai estar no palco do Teatro da Cerca de São Bernardo, no próximo dia 2 de Março, terça, às 21h30.