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Hoje no TCSB: “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobra cadáveres”

Sábado, Janeiro 17th, 2015

Sinceramente, não entendo por que o velho continente europeu está em crise. Não há nenhuma razão histórica, cultural ou econômica para essa crise. A Europa é uma região de paz desde 1945, excetuando-se a guerra iugoslava entre 1992 e 1996. Por isso, em tempos de paz, de acumulação de riquezas, de cultura e de experiências, de beleza e de prática democrática, soa como uma aberração essa crise terrível, interminável, que varre todas as conquistas sociais e nos prepara para um mundo onde os nossos filhos viverão pior do que nós. Predomina o sentimento de que todo o continente caminha na direcção errada, justamente a região do mundo que inventou o conceito de progresso e se esforça agora para o esquecer.

Matéi Visniec

entrevista ao Estadão, 28/09/2012

Maria João Robalo e Igor Lebreaud, "Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres" (©A Escola da Noite/2014)

Maria João Robalo e Igor Lebreaud, “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” (©A Escola da Noite/2014)

TEATRO
Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres
de Matéi Visniec
pel’A Escola da Noite
encenação António Augusto Barros

tradução Luiza Jatobá versão António Augusto Barros e Sofia Lobo elencoFilipe Eusébio, Igor Lebreaud, Jorge Loureiro, Maria João Robalo, Miguel Magalhães, Ricardo Kalash, Sofia Lobo e Joel Santos, Mariana Duarte, Tiago Martins* cenografia João Mendes Ribeiro figurinos, adereços e imagem gráfica Ana Rosa Assunção desenho de luz Rui Simão vídeoEduardo Pinto som Zé Diogo

Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo
até 25 de Janeiro de 2015
quinta a sábado, 21h30
domingo, 16h00
M/14 > 180′ com 2 intervalos
5 a 10 Euros

QUINTAS NO TEATRO: 5 EUROS (PREÇO ÚNICO)

*alunos estagiários do 3.º ano do Curso Profissional de Artes do Espectáculo / Interpretação do Colégio São Teotónio
informações e reservas: 239 718 238 / 966 302 488 /geral@aescoladanoite.pt

MAIS INFORMAÇÕES SOBRE O ESPECTÁCULO

“É mais difícil identificar o mal nas sociedades democráticas”

Segunda-feira, Dezembro 8th, 2014
Matéi Visniec (foto: www.suplimentuldecultura.ro / 2012)

Matéi Visniec (foto: www.suplimentuldecultura.ro / 2012)

Na França, como em outras sociedades democráticas, identificar o mal exige um trabalho maior de reflexão. O artista tem de ser sutil para reconhecer as formas de manipulação por meio da publicidade, da moda, da indústria de entretenimento, da sociedade de consumo, dos slogans do comércio e da linguagem das mídias. Com frequência, nesses países “livres”, onde o ditador é o mercado, descobre-se que a lavagem cerebral se esconde atrás da máscara da liberdade. Portanto, é uma tarefa mais difícil identificar o mal nas sociedades democráticas, mas é essa a missão dos artistas. Ela não acabou para mim, que me considero um resistente.

Matéi Visniec

entrevista ao Estadão, 28/09/2012