Posts Tagged ‘Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres’

“É mais difícil identificar o mal nas sociedades democráticas”

Segunda-feira, Dezembro 8th, 2014
Matéi Visniec (foto: www.suplimentuldecultura.ro / 2012)

Matéi Visniec (foto: www.suplimentuldecultura.ro / 2012)

Na França, como em outras sociedades democráticas, identificar o mal exige um trabalho maior de reflexão. O artista tem de ser sutil para reconhecer as formas de manipulação por meio da publicidade, da moda, da indústria de entretenimento, da sociedade de consumo, dos slogans do comércio e da linguagem das mídias. Com frequência, nesses países “livres”, onde o ditador é o mercado, descobre-se que a lavagem cerebral se esconde atrás da máscara da liberdade. Portanto, é uma tarefa mais difícil identificar o mal nas sociedades democráticas, mas é essa a missão dos artistas. Ela não acabou para mim, que me considero um resistente.

Matéi Visniec

entrevista ao Estadão, 28/09/2012

imagens a caminho da estreia (07)

Domingo, Dezembro 7th, 2014

O SECRETÁRIO DA COMISSÃO IDEOLÓGICA PARA A LITERATURA

O escritor novo que escreve para o homem novo não deve beber como uma esponja, como os escritores de países decadentes, capitalistas e imperialistas. Não dêem um mau exemplo enquanto escritores do povo.

 

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Sábado, Dezembro 6th, 2014

POETA
“A rinocerice é a carapaça que as pessoas desenvolvem para evitarem uma verdadeira troca com os outros”… Obrigado, obrigado por me ter ensinado essa coisa essencial. Até à vista, senhor Ionesco.

rinoceronte2pb

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O riso que constrói consciências

Sábado, Dezembro 6th, 2014
Matéi Visniec (http://visniec.com)

Matéi Visniec (http://visniec.com)

Na minha juventude, vivi num país comunista. Podemos dizer que conheci a ditadura do pensamento único, da ideologia única, do partido único, do chefe único, da cultura da personalidade. Havia uma atmosfera sufocante nessa época em que o humor nos ajudava a segurar a barra, a resistir. Quanto mais éramos humilhados pelo poder, mais inventávamos piadas políticas. (…) O humor funcionava como uma arma, uma maneira de resistir contra a lavagem cerebral, um espaço de liberdade, uma fonte de ôxigénio, um exercício para se soltar, uma maneira de protestar e permanecer humano, uma forma de crítica social e de lucidez, um exercício de imaginação… Então, você entende o porquê ele está tão presente nas minhas peças sob diferentes formas: o humor negro, o humor que range, o escárnio, o auto-escárnio, a ironia, a alusão, a paródia, a caricatura. Rir não significa de modo nenhum fugir para longe da realidade. O riso que conta é aquele que constrói consciências.

Matéi Visniec

entrevista à revista Cult, Outubro de 2014

imagens a caminho da estreia (05)

Sexta-feira, Dezembro 5th, 2014

(Algo muito bizarro acontece neste momento.)

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