Posts Tagged ‘Animais Nocturnos’

Animais Nocturnos: segunda semana com campanhas de Natal

Segunda-feira, Dezembro 19th, 2011

Miguel Lança e Maria João Robalo, Animais Nocturnos (ensaio)

A temporada de “Animais Nocturnos” prossegue esta semana em Coimbra, no Teatro da Cerca de São Bernardo, de terça a sábado. Entre 20 e 23 de Dezembro, A Escola da Noite organiza duas campanhas especiais, a propósito do Natal.

A peça, do dramaturgo espanhol Juan Mayorga, desenvolve-se a partir da chantagem exercida sobre um imigrante sem-papéis numa cidade dos nossos dias. O autoritarismo e a discriminação, mas também a solidão e as dificuldades de comunicação e de partilha de afectos são alguns dos temas abordados pelo espectáculo, num registo que propositadamente evita o moralismo e confronta o espectador com as suas próprias “verdades” e contradições.

Quatro personagens, nomeadas apenas pela sua estatura física, dão corpo a uma inusitada e aparentemente irracional situação de escravatura, marcada pelo medo e por uma violência latente. O Homem Baixo, vizinho de cima do Homem Alto, descobre que este vive em situação ilegal e aproveita-se disso para exercer sobre ele a sua autoridade, alterando radicalmente as suas vidas.

A mais recente produção da companhia de Coimbra estreou no passado dia 15 e mantém-se em cena, nesta primeira temporada, até 23 de Dezembro, sexta-feira, sempre às 21h30. Ao longo desta semana, o público poderá usufruir, para além dos descontos habituais praticados pel’A Escola da Noite, de duas campanhas especiais, inspiradas pelo Natal: “Jantar + Teatro”, que inclui uma refeição no restaurante “O Pátio” e o bilhete para o espectáculo por apenas 13 Euros (ideal para grupos e jantares de Natal, mas aberta também a espectadores individuais e famílias), e o “Vale Teatro”, que permite aos espectadores da companhia oferecer uma prenda original – bilhetes para a temporada de Janeiro deste espectáculo.

ANIMAIS NOCTURNOS

texto Juan Mayorga tradução António Gonçalves encenação António Augusto Barros interpretação Maria João Robalo, Miguel Lança, Miguel Magalhães, Sofia Lobo cenografia António Augusto Barros, João Mendes Ribeiro figurinos Ana Rosa Assunção desenho de luz Danilo Pinto sonoplastia Eduardo Gama

M/12 > 90? (aprox.)

Coimbra, Teatro da Cerca de São Bernardo

15 a 23 de Dezembro de 2011

terça a sábado, 21h30; domingo, 16h00

5 a 29 de Janeiro de 2012

quinta a sábado, 21h30; domingos, 16h00

informações e reservas:

239 718 238 / 966 302 488

geral@aescoladanoite.pt

Animais Nocturnos: comentários (III)

Domingo, Dezembro 18th, 2011

Maria João Robalo e Miguel Magalhães, Animais Nocturnos (ensaio)

Fui ontem ver “Animais Nocturnos”, a peça de Juan Mayorga que A Escola da Noite tem em cena. Como uma das personagens, fiquei a noite sem dormir, às voltas com a peça. A história de um imigrante sem papeis, chantageado por um “cidadão nacional” de um qualquer dos nossos países, para exercer os afectos que já somos incapazes de trocar. Livres ou escravos. Ou sempre escravos. Ou sós. Como a mulher que dança e a mulher que parte, ou o dominador e o dominado que devolve ao primeiro um sonho falso. Fiquei entre Mayorga e Kafka. Não deixem de ver.

Catarina Isabel Martins, FB, 18/12/2011

mais comentários a Animais Nocturnos:

um dois

este Natal ofereça Animais. Nocturnos!

Sábado, Dezembro 17th, 2011

Este Natal ofereça bilhetes para o teatro.

A Escola da Noite disponibiliza vales-teatro que os seus amigos poderão trocar por bilhetes para qualquer sessão da temporada de Janeiro do espectáculo “Animais Nocturnos”.

À venda no TCSB, até 23/12.

Jante no Pátio e venha ao Teatro

Sábado, Dezembro 17th, 2011

Ao longo da próxima semana, o restaurante O Pátio e A Escola da Noite partilham com o público a amizade que os une há anos.

Entre 20 e 23 de Dezembro (terça, quarta, quinta e sexta) pode jantar e vir ao teatro por apenas 13,00 €.

Reserve a sua mesa pelos telefones 239 718 238 (TCSB) ou 239 828 596 (O Pátio).

 

Animais Nocturnos: comentários (II)

Sexta-feira, Dezembro 16th, 2011

Miguel Lança, Animais Nocturnos (ensaio)

A Escola da Noite, Estreia de Animais Nocturnos, Juan Mayorga, 15.12.11

Entre outras coisas, trouxe de Animais Nocturnos a expressão de Arquílogo “A raposa sabe muitas coisas, mas o ouriço sabe uma coisa muito importante”. De alguma forma, acho que esta expressão pode sintetizar Animais Nocturnos (talvez a sua parábola?). Pelo menos pode ajudar a essa síntese.
Trata-se, de facto, de personagens diferentes, com mundividências diferentes e atitudes também elas diferentes: por um lado, o espírito pequenino de quem gosta de manipular os outros, de exercer um certo poder, tentando menorizar e assustar o outro (quantos não conhecemos por aí?) e, por outro, um certo espírito de liberdade, que resiste à chantagem que não cabe naquele “aquário”  e rompe esse universo (raposa?).
Embora a cenografia convide a encontros, Animais nocturnos fala mais de desencontros. As personagens cruzam-se em palco, relacionam-se, convivem, mas isso não garante que elas se encontrem.
Nestes desencontros mais do que encontros, também os diálogos são mais monólogos. É cada um a falar para si e de si. Cada um a falar sozinho, mesmo partilhando o mesmo espaço.
Às vezes tão sozinho, que essa solidão é reforçada pela televisão e pelo telemóvel, que são, muitas vezes, recursos inequívocos de quem está e se sente só. Absurdo? Conversa de surdos? Completamente.
E não são muitos esses os diálogos, leia-se monólogos, que nos damos conta que acontecem hoje ao nosso lado?
Solidões. Gente sozinha. Já Paloma Pedrero, em Noite de Amores Efémeros, numa outra encenação d’A Escola da Noite, nos contava estórias de vidas difíceis, onde o pior de tudo era mesmo a solidão.
Por mim, acho que este é quase o problema central deste século, para usar a expressão emprestada de alguém.
Aliás, no texto de Juan Mayorga, ironicamente, o local ideal de encontro (possibilidade de saída do “aquário”) é a estação de caminho-de-ferro, onde para a concretização do encontro é necessário um chapéu a acenar de uma das janelas do comboio, para garantir que esse encontro se realiza. E não simboliza a viagem possibilidade de realização dos nossos sonhos?
Só uma nota final a propósito do autor.
Li no programa de Animais Nocturnos:

“Eu escrevo teatro… porque me faz feliz”;

“No nosso tempo há cada vez menos ocasiões para as pessoas se reunirem e o teatro é uma delas”. Gosto destas duas ideias.

Gi Negrão, 15.12.11

mais comentários a Animais Nocturnos