1José amanhã no TCSB

Junho 2nd, 2010

Amanhã, dia 3 de Junho às 21:30, o TCSB acolhe “1José”, o primeiro espectáculo da reposição da Trilogia 1José 2Rubem 3Fonseca”.

“Agora você (ou José e os seus irmãos)”“Passeio Noturno I”“O Cobrador”“Raimundinha”“O Outro”“A Escolha”“Passeio Noturno II”“Hildete” são os textos apresentados amanhã e sexta-feira no Teatro da Cerca de São Bernardo sempre às 21:30.

Esta é a segunda co-produção entre a A Escola da Noite e a Companhia de Teatro de Braga.

Espectáculos para maiores de 16 anos.
Informações e reservas por telefone 239 718 238, telemóvel 966 302 488 ou e-mail geral@aescoladanoite.pt

M/16   textos  Rubem Fonseca encenação António Augusto Barros elenco Allex Miranda | António Jorge | Carlos Feio | Igor Lebreaud | Lina Nóbrega | Maria João Robalo | Mário Montenegro | Miguel Magalhães | Rogério Boane | Sílvia Brito | Solange Sá figurinos Ana Rosa Assunção desenho de luz Jorge Ribeiro som Eduardo Gama

Ônibus 174

Junho 1st, 2010

Hoje às 21:30 no bar do TCSB será projectado o documentário “Ônibus 174”, de José Padilha e Felipe Lacerda. Filmado no Brasil em 2002, o documentário datado de 2002 mostra os acontecimentos ocorridos no dia 12 de Junho no Rio de Janeiro quando um autocarro cheio de passageiros é sequestrado por Sandro Nascimento, um jovem de 22 anos que inevitavelmente devido ao seu percurso de vida, mais cedo ou mais tarde viria a tornar-se criminoso.

Aliado a este documentário está todo um trabalho de pesquisa que inclui entrevistas com alguns dos intervenientes directos (reféns, polícias, jornalistas) mas também o relato da vida de Sandro, feito a partir dos testemunhos das pessoas que com ele conviveram de perto. “Ônibus 174” é documento perturbante sobre a forma como as sociedades contemporâneas encaram a questão da exclusão social e sobre a forma como esta está inevitavelmente ligada aos fenómenos de violência com que regularmente nos confrontamos.

Ônibus 174 trailer

A entrada é livre.

Reposição 1José 2Rubem 3Fonseca

Maio 31st, 2010

É já quinta-feira dia 3 de Junho às 21:30, que o Teatro da Cerca de São Bernardo acolhe o primeiro espectáculo da reposição da Trilogia 1José 2Rubem 3Fonseca. Quem ainda não assistiu, terá oportunidade de entrar assim no universo do autor brasileiro -o dia-a-dia das grandes cidades, a violência física e psicológica, o sexo, a dificuldade de comunicação entre as pessoas, a morte, a indiferença, o crime, a riqueza, o trabalho, a pobreza – cruzam-se nos três espectáculos, ainda que seja possível ver em “José” a violência como fio condutor, em “Rubem” a sexualidade, e em “Fonseca” a solidão.

Quem já viu, terá oportunidade de rever contos como o Cobrador, O Buraco na Parede ou Caderninho de Nomes.

Trilogia 1José 2Rubem 3Fonseca

3 e 4 de Junho – 1José

7 e 8 de Junho – 2Rubem

11 e 12 de Junho – 3 Fonseca

Adjacente a esta reposição, serão projectados no bar do TCSB três filmes relacionados com a temática de Rubem Fonseca.

1 de Junho, terça,21:30 | Ônibus 174
de José Padilha e Felipe Lacerda, Brasil, 2002
documentário, 128 minutos

9 de Junho, quarta,21:30 | Cobrador: In God We Trust
de Paul Ledoc. Argentina, 2006
a partir de textos de Rubem Fonseca, 92 minutos

10 de Junho, quinta,21:30 | O Homem do Ano
de José Henrique Fonseca. Brasil, 2003, 113 minutos
argumento de Rubem Fonseca

“Ônibus 174” no TCSB amanhã

Maio 31st, 2010

A pretexto da reposição da trilogia “1.José 2.Rubem 3.Fonseca”, que decorre ao longo da primeira quinzena de Junho no Teatro da Cerca de São Bernardo, A Escola da Noite exibe no bar do Teatro, esta terça-feira, o filme “Ônibus 174”, de José Padilha. A sessão será comentada por Tatiana Moura, investigadora do Núcleo de Estudos para a Paz do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, que lançará as bases para um debate com a assistência a partir das várias questões suscitadas pelo filme, nomeadamente sobre os temas da violência urbana e da exclusão social.

No dia 12 de Junho de 2000, um autocarro cheio de passageiros é sequestrado no Rio de Janeiro por Sandro do Nascimento, um ex-“menino de rua”, na altura com 22 anos. O sequestro, que durou mais de quatro horas, foi filmado e transmitido em directo pela televisão para todo o Brasil. A partir dessas imagens e de uma aprofundada pesquisa, que inclui entrevistas com alguns dos intervenientes directos (reféns, polícias, jornalistas) mas também o relato da vida de Sandro, feito a partir dos testemunhos das pessoas que com ele conviveram de perto, “Ônibus 174” é um perturbante documento sobre a forma como as sociedades contemporâneas encaram a questão da exclusão social e sobre a forma como esta está inevitavelmente ligada aos fenómenos de violência com que regularmente nos confrontamos.

Para quem assistiu ou venha a assistir aos espectáculos d’A Escola da Noite construídos a partir da obra de Rubem Fonseca (e, em particular, ao conto “O Cobrador”, incluído em “1.José”), o paralelismo é evidente. Num e noutro caso, quem conta a história faz um esforço por se despir de preconceitos e de moralismos para se cingir à crueza dos factos, por mais dolorosa que seja. Sem maniqueísmos e com a consciência de que há situações em que todos somos vítimas. Muitas vezes, de nós próprios e da forma como preferimos não ver, não saber, não fazer. “Ônibus 174” é, neste sentido, um murro no estômago, a que ninguém pode ficar indiferente.

Tatiana Moura, licenciada em Relações Internacionais pela Universidade de Coimbra e doutorada em Sociologia pela Universidade Jaume I (Espanha), tem um vasto currículo na investigação e na intervenção em contextos de exclusão e violência armada urbana, nomeadamente no Rio de Janeiro. Entre outros, foi coordenadora dos projectos ““Mulheres e violências armadas. Estratégias de guerra contra mulheres em contextos de não-guerra: Rio de Janeiro, San Salvador e Medellin” (2006-2008) e “”Mulheres e meninas em contextos de violencia armada. Um estudo de caso sobre o Rio de Janeiro” (2005-2006). Mais recentemente, coordenou o estudo “Violência e armas ligeiras: um retrato português”, cujos resultados foram publicamente apresentados em Lisboa, no passado dia 20 de Maio. No âmbito dos projectos realizados no Rio de Janeiro, integrou as equipas de produção e de realização dos documentários “Uma mãe como eu” e “Luto como mãe”, ambos sobre os impactos da violência armada sobre crianças nas suas famílias e, em particular, junto das suas mães. “Luto como mãe”, de Luis Carlos Nascimento, foi exibido em Junho de 2009 no Teatro da Cerca de São Bernardo, numa sessão com a presença do realizador e de uma das protagonistas do documentário. No Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra, é actualmente coordenadora do Observatório sobre Género e Violência Armada (OGIVA) e do Núcleo de Estudos para a Paz (NEP).

Ônibus 174 de José Padilha e Felipe Lacerda. Brasil, 2002, documentário, 128 minutos

Uma investigação cuidadosa, baseada em imagens de arquivo, entrevistas e documentos oficiais, sobre o seqüestro de um ônibus em plena zona sul do Rio de Janeiro. O incidente, que aconteceu em 12 de junho de 2000, foi filmado e transmitido ao vivo por quatro horas, paralisando o país. No filme a história do sequestro é contada paralelamente à história de vida do sequestrador, intercalando imagens da ocorrência policial feitas pela televisão. É revelado como um típico menino de rua carioca transforma-se em bandido e as duas narrativas dialogam, formando um discurso que transcende a ambas e mostrando ao espectador porque o Brasil é um país é tão violento.

1 de Junho terça, 21h30, entrada gratuita, “Ônibus” 174 | TCSB
seguido de debate sobre a violência urbana, moderado por Tatiana Moura do Núcleo de Estudos para a Paz do CES

Oficina das Artes termina hoje

Maio 28th, 2010

Termina hoje a terceira edição da Oficina das Artes, do Curso de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra com que A Escola da Noite colabora desde 2007/2008.

A oficina deste ano debruçou-se sobre o “Diário de um Louco”, texto de Nikolai Gógol. Ao longo das 12 sessões que agora se completam, os alunos tiveram oportunidade de ler, discutir e experimentar a transposição cénica deste texto, divididos em grupos e orientados pelos vários elementos do elenco da companhia.

[…] Confesso que me senti muito inquieto pensando na extraordinária delicadeza e fragilidade da Lua. É que a Lua fabrica-se, habitualmente, em Hamburgo, e é de péssima qualidade. Admira-me que a Inglaterra não preste atenção a este facto. O fabricante é um tamoeiro coxo, e vê-se logo que é um imbecil, não tem a minina noção do que é a Lua. Utilizou uma corda suja de alcatrão, e uns restos de azeite lâmpada rançoso; por isso, é terrível o fedor por toda a terra; é obrigatório tapar o nariz. Dai que a própria lua seja uma bola tão frágil que as pessoas não podem viver nela, pelo que agora só lá moram narizes. É  por esta mesma razão que não podemos ver os nossos próprios narizes, uma vez que estão todos na lua. [….]

Diário de um Louco, Nikolai Gogol


As aulas chegam hoje ao fim, com a apresentação interna do trabalho realizado por cada um dos grupos.