IV Festival das Companhias

Junho 28th, 2010

Durante seis dias, seis companhias teatrais portuguesas – A Escola da Noite, ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve, Centro Dramático de Évora, Companhia de Teatro de Braga, Teatro das Beiras e Teatro do Montemuro – reuniram-se no âmbito do “IV Festival das Companhias”, que ontem encerrou em Coimbra.
Foi a quarta edição de um Festival que começou em Faro (2005) e já passou por Braga (2008) e pela Serra do Montemuro (2009). Esta edição consolidou as principais linhas de força que têm vindo a ser desenvolvidas pela plataforma informal das companhias:

  1. reforçar o conhecimento das identidades e das diferenças artísticas que cada companhia encerra;
  2. promover a troca de experiências entre as equipas artísticas, técnicas e de produção de cada companhia, de modo a potenciar as possibilidades de colaboração mútua;
  3. alargar o espaço de debate artístico a partir dos espectáculos apresentados ou de iniciativas de co-produção ou outras desenvolvidas no âmbito da Plataforma. Para este debate contribuíram este ano vários convidados externos – críticos, dramaturgos, directores de outras companhias, vereadores da cultura e directores regionais da cultura – que se associaram num diálogo aberto sobre as práticas teatrais, a criação artística nas cidades médias e sobre o sistema teatral português.

O programa do Festival, concentrado no Teatro da Cerca de São Bernardo, integrou ainda espectáculos de rua e um baile popular no Pátio da Inquisição.
Uma centena de participantes directos e mais de um milhar de espectadores testemunharam a diversidade estética e a vitalidade de um conjunto de projectos que persiste em “alargar o país cultural”, aproximar a criação artística das populações e cumprir o desígnio constitucional de proporcionar a fruição da cultura a todos os cidadãos do país.

Durante o Festival os participantes receberam a notícia de um corte “cego” nas verbas contratualizadas com o Ministério da Cultura para o ano corrente, que nos coloca perante um cenário “dramático” (Ministra dixit). Este corte vem afectar as companhias da Plataforma e as estruturas congéneres espalhadas pelo país, responsáveis pela criação de centenas de empregos, e vem pôr em causa, pelos seus efeitos retroactivos, os compromissos já firmados em projectos comunitários, autárquicos e com outras estruturas artísticas e culturais no plano nacional e internacional.
Trata-se de mais uma medida que, justificada pela crise, acrescenta crise à crise. Lembramos que a área cultural tem sido fustigada por cortes brutais nesta década que há muito têm desestruturado e destroçado mesmo o seu capital humano e organizativo, contra a corrente das sucessivas promessas e auto-críticas feitas, já em plena crise, pelo Primeiro-Ministro e o seu Governo.
A este respeito, e em resposta à carta que receberam da Ministra da Cultura no passado sábado, as seis companhias da Plataforma redigiram um documento que enviaram, nesta mesma data, para o Ministério da Cultura, para a Direcção-Geral das Artes, para as Direcções Regionais da Cultura e para os representantes dos grupos parlamentares da Assembleia da República.

Coimbra, 28 de Junho de 2010.

A Escola da Noite (Coimbra)
ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve
CENDREV – Centro Dramático de Évora
Companhia de Teatro de Braga
Teatro das Beiras (Covilhã)
Teatro do Montemuro (Campo Benfeito, Castro Daire)

o IV Festival das Companhias em imagens

Junho 28th, 2010

Terminou ontem o IV Festival das Companhias que decorreu em Coimbra entre 22 e 27 de Junho. As imagens dos espectáculos ao ar livre, dos espectáculos apresentados no Teatro da Cerca de São Bernardo, dos debates e mesas-redondas podem ser vistas aqui.

Último dia do IV Festival das Companhias

Junho 26th, 2010

27 de Junho | domingo | 21h30

SABINA FREIRE de Manoel Teixeira Gomes
Companhia de Teatro de Braga / A Escola da Noite
TCSB | 2h00 | M/12 | 6 a 10€

Sabina Freire é a única peça de teatro entre a obra literária de Manoel Teixeira-Gomes, ex-Presidente da República e um singular intelectual português do séc.XX. Uma comédia “com veneno e morte em cena”, como a definiu o próprio, marcada por um olhar cáustico sobre um “povo em ruínas”.

Se analisado na época em que a peça foi escrita e analisado hoje, passados 100 anos, deslumbramo-nos (se ainda nos soubermos deslumbrar) com o material Sabina que Teixeira-Gomes nos legou. Nós, portugueses, tão velhos como afirmamos e tão incapazes de nos descobrirmos na modernidade que transportamos.

Sabina Freire de Manoel Teixeira-Gomes

23h30

Conversa com o público e equipa artística de SABINA FREIRE
TCSB (Bar) | entrada livre

texto Manoel Teixeira-Gomes encenação Rui Madeira cenografia escultor Rui Anahory figurinos Sílvia Alves desenho de luz Fred Rompante criação de som e imagem Luís Lopes criação gráfica Carlos Sampaio interpretação André Laires, António Jorge, Carlos Feio, Jaime Soares, Lina Nóbrega, Miguel Magalhães, Ricardo Kalash, Sílvia Brito, Solange Sá e Thamara Thaís

Até às 00h00 é ainda possível visitar a Feira do Livro Teatral

26 de Junho | IV Festival das Companhias

Junho 26th, 2010

10h30 

Mesa Redonda – As Companhias e os seus públicos: estratégias de comunicação e de circulação de espectáculos 
Com os elementos das companhias da Plataforma
TCSB (Bar) | entrada livre

15h00

Mesa Redonda – Trabalhar em parceria: co-produções, intercâmbio e mobilidade entre companhias
Com os elementos das companhias da Plataforma
TCSB (Bar) | entrada livre

21h30

GEORGES DANDIN  de Molière
ACTA – A Companhia de Teatro do Algarve
TCSB | 1h15 | M/12 | 6 a 10 €

GEORGES DANDIN de Molière

 

Aparentemente trata-se apenas de uma hilariante comédia de costumes, cujo enredo assenta nos estratagemas de uma jovem mulher para ludibriar o seu marido. Dá-se, porém, o caso, de o enredo ter como pano de fundo o prenúncio da Revolução Francesa: portanto, não é uma mera comédia de costumes. E este aspecto, a nosso ver, absolutamente fundamental, foi que levou Marx a estudar o texto de Molière, e a referi-lo como um documento exemplar no que respeita à análise da aliança de classes; e que nos leva a nós a pô-lo em cena numa perspectiva de contemporaneidade no que se refere os seus conflitos internos.

texto Molière concepção cenográfica e encenação Luís Vicente figurinos Alice Alves execução cenográfica Tó Quintas assistência de execução cenográfica António S. Martinho assistência de encenação Elisabete Martins direcção de cena Pedro Mendes desenho e operação de luz Octávio Oliveira operação de som Pedro Leote Mendes interpretação Afonso Dias, Bruno Martins, Elisabete Martins, Glória Fernandes, Luís de A. Miranda, Mário Spencer, Pedro Mendes e Tânia Silva

22h45

Conversa com público e equipa artística de Georges Dandin
TCBS (Bar) | entrada livre

Teatro no Pátio da Inquisição

Junho 25th, 2010

Presos por uma corrente de ar
Teatro do Montemuro
25 de Junho, sexta-feira, 22h, Pátio da Inquisição

Imaginem uma praça no meio da cidade. Uma banda filarmónica e um Presidente que quer lançar a primeira pedra de uma grande obra. Imaginem quatro personagens, quatro presos a cumprir a pena em serviço comunitário, com o objectivo principal de “erguer” uma estátua integrada numa candidatura a Património da Humanidade. Imaginem agora um “deslize” no orçamento e uma necessidade urgente de terminar e apresentar a obra aos cidadãos, que afinal se encontram na praça para isso mesmo. De forma a “ocupar” o público até que a obra termine, o “nosso” Presidente e Maestro da Banda Filarmónica composta pelo particular e potente número de dois músicos, dedicam-se a criar e executar verdadeiros momentos de entretenimento.

Fotografias de Lionel Balteiro

texto José Carretas a partir de ideia original do Teatro do Montemuro encenação José Carretas cenografia e figurinos Kevin Plumb assistência à cenografia Nuno Simão costureiras Capuchinhas, CRLconstrução de cenários Carlos Cal direcção musical António Pedro direcção técnica Paulo Duarte direcção de cena Abel Duarte interpretação Abel Duarte, Eduardo Correia, Daniela Vieitas, Paulo Duarte, Giovanni Lourenço músicos André Rocha e Marco Freire

ENTRADA LIVRE