Juan Mayorga é o autor convidado pel’A Escola da Noite para a VI Jornada de Dramaturgia Espanhola Contemporânea, que decorre em Coimbra esta terça e quarta-feira. O programa inclui uma conferência do escritor e leituras de algumas das suas peças pelos actores da companhia de Coimbra.
Assumindo o carácter político do seu trabalho enquanto dramaturgo, Mayorga defende que o teatro deve ser, antes de mais nada, “o lugar onde se torna visível aquela parte da vida que não se quer mostrar”. Em entrevista ao jornal El Mundo, publicada em 2003, afirmava: “o teatro é a máscara que desmascara. E não há nada mais mascarado que a actualidade, escondida sob toneladas de informação. O actor, com uma palavra, com um gesto, pode retirar o véu que disfarça o mundo”.
Juan Mayorga (Madrid, 1965) é licenciado em Matemática e doutorado em Filosofia, com um importante trabalho ensaístico em torno da obra de Walter Benjamin. Escreveu, entre vários outros, os textos teatrais “Siete hombres buenos”, “Màs ceniza”, “O tradutor de Blumemberg”, “El sueño de Ginebra”, “O jardim queimado”, “Angelus Novus”, “Cartas de amor a Estaline”, “Bucha e estica”, “Animais nocturnos”, “Palavra de cão”, “O rapaz da última fila”, “Hamelin” e “Caminho do Céu”. Escreveu versões de textos de Calderón de la Barca, Shakespeare, Lessing, Dostoievski, Büchner, Ibsen, Kafka, Tchékhov e Dürenmatt. A sua obra, que já foi distinguida com os prémios Max, Valle-Inclán e Nacional de Teatro, foi apresentada em vinte e sete países e traduzida em dezanove idiomas.
Tem várias das suas peças publicadas em Portugal, a maior parte das quais na colecção “Livrinhos de Teatro”, editada pela Cotovia e pela companhia Artistas Unidos, que em 2007 estreou “Hamelin”. Entrevistado por António Gonçalves e Yves Lebeau para a revista da companhia lisboeta, dizia: “escolho o teatro para partilhar o meu assombro em relação ao mundo, às coisas que acontecem a outros seres humanos. Começo a escrever, fundamentalmente, por um efeito de estranheza. Há fenómenos que me parecem inconcebíveis, escandalosos. E o teatro oferece-me um meio de partilhar essa minha estranheza com os outros.”
O autor de “Animais Nocturnos” – a próxima produção d’A Escola da Noite, com estreia marcada para Dezembro – é o sexto convidado das Jornadas de Dramaturgia Espanhola Contemporânea, uma iniciativa do grupo de teatro de Coimbra iniciada ainda em 2010 e que trouxe já a Portugal Paloma Pedrero, Virtudes Serrano, Angelica Liddell, José Sanchis Sinisterra e Antonio Onetti. Com o apoio do Instituto Cervantes e do Curso de Estudos Artísticos da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra, o objectivo é divulgar e debater o teatro que actualmente se escreve e apresenta em Espanha, fomentando o interconhecimento e o intercâmbio teatral entre os dois países.
Como habitualmente, o programa desta VI Jornada inclui uma conferência do autor (terça-feira, dia 8, às 14h00, na Faculdade de Letras) e uma sessão de leitura de excertos de algumas das suas peças pelo elenco d’A Escola da Noite (quarta-feira, dia 9, às 18h00, no Teatro da Cerca de São Bernardo). Ambas as sessões têm entrada gratuita.
VI Jornada de Dramaturgia Espanhola Contemporânea
JUAN MAYORGA
conferência
Juan Mayorga
8/11, terça-feira, 14h00
Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra – Anfiteatro IV (5.º Piso)
leitura
excertos de obras de Juan Mayorga, pelo elenco d’A Escola da Noite
9/11, quarta-feira, 18h00
TCSB
entrada gratuita
apoios: Instituto Cervantes, Curso de Estudos Artísticos
da Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra
Tags: Animais Nocturnos, Artistas Unidos, Jornadas de Dramaturgia Espanhola Contemporânea, Juan Mayorga
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