Frágua de Amor, de Gil Vicente
Em Tordesilhas assina-se um contrato de casamento entre D. João III e D. Catarina, irmã do poderosíssimo Carlos V, de Espanha. Para comemorar a união, é encomendado teatro a Gil Vicente. Apresenta em Évora a “Tragicomédia da Frágua de Amor”, festa sobre amor e mudança. Peregrinos e romeiros ouvem falar da fama dos reis e de como o amor os juntou. Cupido fugira da mãe Vénus para ajudar D. João III a conquistar o castelo maravilhoso, metáfora de Catarina. Vénus, deusa da música, com lágrimas transformadas em canções, procura o filho. Este inventou uma forja especial (a tal frágua) que prepara Portugal para um novo tempo. É uma máquina movida com a música dos planetas e dos gozos de amor, que transforma quem quiser em algo melhor. Refundir a portuguesa gente, diz-se. Vários se apresentam para a refundição: escravos negros, parvos, pagens, frades. Até a justiça quer ser reformada na frágua. Gil Vicente, pelo teatro, mostra como a justiça tem de ser reformada “para o resto não se perder”. Em 1524, talvez tenha entrado Gil Vicente e um grupo experimentado de companheiros. Aqui, em 2024, uma nova companhia se juntou, entre os actores d’A Escola da Noite e os músicos d’O Bando de Surunyo, para a festa que tudo transforma em nome do amor.
TEATRO
“Frágua de Amor”, de Gil Vicente
A ESCOLA DA NOITE / O BANDO DE SURUNYO
PRÓXIMAS APRESENTAÇÕES:
Salón Teatro, Santiago de Compostela
10 de Janeiro de 2025
sexta, 20h00
Teatro Carlos Alberto, Porto
15 a 18 de Janeiro de 2025
quarta, 15h00
quinta e sexta, 15h00 e 19h00
sábado, 19h00
M/14 > 60 min
estreia Teatro Académico de Gil Vicente, Coimbra (14 a 16 de Novembro de 2024)
digressão Teatro Garcia de Resende, Évora (29 e 30 de Novembro de 2024)
texto GIL VICENTE
tradução dos versos em castelhano JOSÉ BENTO
encenação ANTÓNIO AUGUSTO BARROS
direcção musical e música original HUGO SANCHES
interpretação ANA TERESA SANTOS, CARLOS MEIRELES, IGOR LEBREAUD, MARIA QUINTELAS, MIGUEL MAGALHÃES, MÓNICA CAMAÑO, NUNO MEIRELES, RICARDO KALASH, SÉRGIO RAMOS música EUNICE ABRANCHES D’AGUIAR (soprano), IRENE BRIGITTE (soprano), PATRÍCIA SILVEIRA (alto), CARLOS MEIRELES (tenor), SÉRGIO RAMOS (baixo), HUGO SANCHES (alaúde e guitarra), XURXO VARELA (viola da gamba), CARLOS SÁNCHEZ (corneta e flauta), RITA RÓGAR (flauta)
cenografia JOÃO MENDES RIBEIRO, LUÍSA BEBIANO figurinos e adereços ANA ROSA ASSUNÇÃO desenho de luz DANILO PINTO cabelos CARLOS GAGO maquilhagem RAQUEL RALHA assistência de encenação ANA TERESA SANTOS, IGOR LEBREAUD, MIGUEL MAGALHÃES assistência de direcção musical CARLOS MEIRELES assistência de dramaturgia NUNO MEIRELES
direcção técnica e de montagem RUI VALENTE operação de luz DANILO PINTO operação de som ZÉ DIOGO mecânica de cena BERNARDO AGOSTINHO, RUI VALENTE montagem DANILO PINTO, DIOGO LOBO, RUI VALENTE, ZÉ DIOGO /A ESCOLA DA NOITE e BERNARDO AGOSTINHO, JOÃO CONCEIÇÃO, JOÃO SILVA, JOSÉ BALSINHA, MÁRIO HENRIQUES /TAGV rigging NUNO GUEDES assistentes de cenografia GIL ABREU, BÁRBARA FIGUEIRA execução de cenografia MIGUEL FERRAZ / SERRALHARIA DO CONVENTO execução de figurinos ALDA CLEMENTE, ELSA RAJADO, MARIA DO CÉU SIMÕES execução de adereços ANA ROSA ASSUNÇÃO, DANILO PINTO, DIOGO LOBO direcção de cena MIGUEL MAGALHÃES
pesquisa musicológica PAULO ESTUDANTE, HUGO SANCHES (Mundos e Fundos – CECH) pesquisa de repertório, edição e arranjos HUGO SANCHES, CARLOS MEIRELES apoio científico (música) JOSÉ ABREU, PAULO ESTUDANTE (Mundos e Fundos – CECH)
fotografia EDUARDO PINTO, JOÃO DUARTE /TAGV imagem ANA ROSA ASSUNÇÃO produção EDUARDO PINTO, JULIANA ROSEIRO, MARIANA BANACO comunicação EDUARDO PINTO, MARIANA BANACO, PEDRO RODRIGUES /A ESCOLA DA NOITE e MARISA SANTOS /TAGV limpeza e bar no TCSB CLÁUDIA NATIVIDADE
co-produção A Escola da Noite, O Bando de Surunyo, Artway, Centro Dramático de Évora, Centro Dramático Galego, Teatro Académico de Gil Vicente e Teatro Nacional São João no âmbito da Rede de Teatros e Cine-Teatros Portugueses
agradecimentos
Assírio & Alvim, Blue House, Catarina Moura, Carolina Costa Andrade, Cena Lusófona, Centro de Estudos Clássicos e Humanísticos, Delfim Leão, Escola Superior de Música e Artes do Espectáculo, Fernando Matos Oliveira, Filipe Fidalgo, Jorri, José Augusto Cardoso Bernardes, Luís Pedro Madeira, Maria Assunção Andrade Campos, Marionet, Paulo Estudante, Porto Editora e Tiago Manuel Soares.
Um agradecimento especial a toda a equipa do Teatro Académico de Gil Vicente.
Parceria com o LIPA – Laboratório de Investigação e Práticas Artísticas da Universidade de Coimbra
A Escola da Noite e a Artway são estruturas financiadas pela Direcção-Geral das Artes do Ministério da Cultura. A Escola da Noite conta com o apoio do Município de Coimbra.
A ESCOLA DA NOITE
Fundada em 1992, estreou 79 espectáculos e apresentou cerca de duas mil e quinhentas sessões, em Coimbra e em digressão, nacional e internacional (Angola, Bélgica, Brasil, Espanha, Guiné-Bissau e Moçambique). Na escolha do repertório, procura um equilíbrio entre autores clássicos e contemporâneos, com dois especiais pontos de interesse: a obra de Gil Vicente e a dramaturgia em língua portuguesa. Ésquilo, Eurípides, Tchékhov, Lorca, Beckett, Heiner Müller, José Sanchis Sinisterra, Nelson Rodrigues, Plínio Marcos e Abel Neves são alguns autores que já trabalhou. Nos últimos anos, tem aprofundado uma nova frente de trabalho – a adaptação cénica de textos não dramáticos a partir, por exemplo, das obras de Ruy Duarte de Carvalho, Rubem Fonseca e Franz Kafka e, na poesia, de Adélia Prado e Manoel de Barros.
Desde Setembro de 2008, é a companhia residente e a responsável pela gestão e programação do Teatro da Cerca de São Bernardo, equipamento municipal construído para a albergar e que integra a Rede de Teatros e Cine-Teatros Portugueses.
O BANDO DE SURUNYO
Ensemble especializado na interpretação de música dos séculos XVI e XVII. O nome é retirado de um vilancico seiscentista português e significa “bando de estorninhos”. O ensemble é a frente interpretativa e laboratorial de um projecto multidisciplinar que incide particularmente sobre repertório inédito albergado por fontes portuguesas, apresentando em quase todos os seus concertos obras inéditas em primeira audição moderna. O projecto abrange, porém, música tanto de aquém como de além-fronteiras, tendo como objectivo proporcionar ao público, através da música e da poesia, o contacto com a pluralidade, ecletismo e riqueza do pensamento e imaginário do renascimento e barroco europeus.
Os concertos são preparados sobre uma rigorosa base de investigação musicológica e no estudo aprofundado do contexto histórico e cultural da música que interpretam. Todas as obras são preparadas directamente a partir dos manuscritos ou impressos originais e interpretadas utilizando instrumentos e práticas interpretativas historicamente informadas.
A íntima relação entre som e palavra que emerge na música europeia na transição do Quinhentos para o Seiscentos é o eixo central da abordagem ao estudo e interpretação do repertório pel’O Bando de Surunyo. A música colocava-se então ao serviço do texto, veiculando, ilustrando e potenciando o seu conteúdo poético e afectivo.
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