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peça de Abel Neves no Festival das Companhias

Quarta-feira, Junho 6th, 2012

“Provavelmente uma pessoa”, de Abel Neves, é o espectáculo que o Teatro das Beiras traz à quinta edição do Festival das Companhias. Pode ser vista hoje à noite (21h30) ou amanhã à tarde (18h30), na sala-estúdio do Teatro Garcia de Resende.

Informações e reservas: 266 703 112 / geral@cendrev.com

"Provavelmente uma pessoa", Teatro das Beiras (foto: Paulo Nuno Silva)

6 de Junho, quarta-feira, 21h30

7 de Junho, quinta-feira, 18h30

Teatro Garcia de Resende, Sala-estúdio

Provavelmente uma pessoa

Teatro das Beiras

 

Arredores de Lisboa. Um quintal na margem sul. Dois casais, pequenos comerciantes. Gente vulgar! Numa noite de Primavera, o insólito. Aparece um corpo estatelado no chão do quintal. Quem será? Como é que veio aqui parar? De onde terá vindo? Pela cor da pele é um africano. Mas também pode ser um brasileiro ou… Provavelmente uma pessoa! Alguém vindo de longe para involuntariamente transtornar a quietude de uma noite de Primavera num quintal da margem sul. Alguém que podia ter ido cair noutro sítio! Podia muito bem ter caído ali ao lado, na esplanada do café! Mas logo ali ao rés da oliveira do “nosso” quintal!

 

texto Abel Neves encenação Gil Salgueiro Nave cenografia e figurinos Luís Mouro sonoplastia Helder F. Gonçalves interpretação Fernando Landeira, Pedro da Silva, Rui Raposo Costa, Sónia Botelho e Vânia Fernandes desenho de luz Jay Collin

M/12 > 1h10

diário do festival (1)

Quarta-feira, Junho 6th, 2012

Festejar o quê – recomendaria o bom senso que nos perguntássemos – se invariavelmente, logo depois dos primeiros abraços, desatamos a contar misérias, a confrontar estreitezas de horizontes, a comparar as extensões dos danos do que nos estão a fazer.

E no entanto festejamos. O estarmos vivos, como dizia o Bruce Springsteen no domingo passado. E o termos sabido – acrescentamos nós – construir esta comunidade teatral que gosta de se juntar e de assim se mostrar ao público, nas suas diferenças, contradições e complementaridades.

É verdade que esta edição do Festival começa com um sabor muito mais amargo do que as anteriores. Que sofremos com os despedimentos que já tivemos de fazer, que ainda andamos a fazer contas e a inventar soluções para chegar até ao final do ano e que nos angustia esta incerteza face ao futuro próximo. Que nos ofende a inutilidade arrogante das instituições públicas que deviam assegurar, em parceria com os artistas nacionais, o acesso de toda a população a todas as formas de expressão artística.

Mas não desistimos. E hoje, ainda a CTB não tinha subido ao palco para oficialmente abrir o V Festival das Companhias da Descentralização, já se falava do sexto, com o Vereador da Cultura da Câmara Municipal da Covilhã.

Festejar o teatro é também isto – inventar luzes onde e quando apenas nos querem condenar às trevas. Por isso aqui estamos, seis companhias e mais de 50 profissionais de teatro, na premiada Évora, perante a indiferença da autarquia mas recebidos de braços abertos pelo Cendrev e pelo público da cidade.

Estamos em festa e a vivê-la (manda o bom senso) como se fosse a última.

Esta já ninguém vos tira!

 Pedro Rodrigues,

Évora, 5 de Junho de 2012

seguinte

 

Évora: Festival abre com Jardim de Schipenko

Terça-feira, Junho 5th, 2012

Uma visão muito particular da história de Inês de Castro abre hoje o V Festival das Companhias. “Jardim”, pela Companhia de Teatro de Braga, sobe ao palco do Garcia de Resende às 21h30. Apareça!

"Jardim", Companhia de Teatro de Braga (foto: Paulo Nogueira)

5 de Junho, terça-feira, 21h30

Teatro Garcia de Resende, Sala Principal

Jardim

Companhia de Teatro de Braga

 

Esta é uma história muito conhecida em Portugal e, no nosso espectáculo, é contada de uma maneira diferente – talvez como diário de Inês de Castro.

Neste diário ela descreve o seu primeiro encontro, o amor, a vida com Pedro, e o seu assassinato. Contudo, o seu diário continua para lá da sua morte. Até à exumação do seu corpo e coroação como rainha de Portugal, Inês relata o que acontece com aqueles que permanecem vivos.

O objectivo de “Jardim” é criar a imortalidade do amor (…). [Um] espectáculo único, para glória e espírito da cultura portuguesa.

Alexej Schipenko

 

autoria e encenação Alexej Schipenko tradução António Pescada interpretação André Laires, Carlos Feio, Frederico Bustorff Madeira, Jaime Monsanto, João Chelo, Rogério Boane, Rui Madeira, Solange Sá, Thamara Thais cenografia e figurinos Samuel Hof desenho de luz Fred Rompante criação vídeo Frederico Bustorff Madeira criação sonora Luís Lopes

M/16 > 1h40

Antes que seja tarde

Segunda-feira, Junho 4th, 2012

Sai amanhã o número 3 do Jornal das Companhias. Pré-publicamos o editorial, em nome três teatros que fazem a Culturbe.

ANTES QUE SEJA TARDE

A rede Culturbe faz dois anos. Até ao final de Maio de 2012, circularam pelas três cidades 10 companhias nacionais e internacionais e quase 30 espectáculos de teatro e dança vistos por mais de 6 mil espectadores. Foram organizadas várias oficinas para mais de 500 formandos, nas áreas da dramaturgia, da interpretação, da manipulação de marionetas e de movimento.

Até ao final do ano (e, desejavelmente, também em 2013), esta rede abarcará ainda mais companhias, espectáculos e acções de formação, prosseguindo a sua missão de complemento à programação dos três teatros municipais com companhia residente que a compõem.

Dois anos depois, a Culturbe volta a proporcionar ao público um momento de festa, com o Festival das Companhias da Descentralização, uma das linhas essenciais do seu programa. Serão cinco dias de intensa actividade, com a presença de seis companhias de teatro e a apresentação de sete espectáculos distintos, tendo como sede o Teatro Garcia de Resende, em Évora. É uma boa forma de celebrarmos, com o público e com os artistas, a passagem deste aniversário.

O festival devia ter sido realizado em 2011. Incompreensíveis atrasos na formalização dos contratos de financiamento da rede (no âmbito do QREN) inviabilizaram essa possibilidade e têm condicionado a programação. Ao fim de dois anos, e com toda esta actividade realizada, nenhum dos três teatros recebeu ainda qualquer parcela da comparticipação atribuída.

Se num contexto normal isso já seria grave, na situação actual é verdadeiramente calamitoso. Com as variantes decorrentes dos contextos jurídicos, políticos e institucionais de cada Teatro, o cerco aperta-se por todos os lados – lei dos compromissos, cortes no financiamento da Direcção-Geral das Artes, aumento do IVA, quebra generalizada das verbas de patrocínio e mecenato e, à excepção de Braga, atrasos no pagamento das autarquias.

As redes de programação como a Culturbe, financiadas por programas comunitários, foram criadas para potenciar o trabalho de estruturas que supostamente teriam uma estabilidade mínima. Face à drástica redução dos orçamentos próprios dos teatros públicos, elas converteram-se entretanto numa espécie de bóia de salvação, que ajudava a disfarçar o desinvestimento estatal. Hoje em dia, com estes atrasos, elas transformaram-se num problema adicional com que os teatros têm de lidar, agravando a sua já muito débil sustentabilidade financeira.

Neste caso, não colhe sequer o argumento da crise ou da “austeridade necessária”. Pelo contrário, o dinheiro vem “de fora” e em nada onera as contas do Estado. Ele poderia e deveria estar a ser usado para dinamizar o sector.

É importante dizer que a Administração Central não investe neste momento dinheiro nenhum no funcionamento e na programação dos teatros públicos espalhados pelo país. O que está a ser feito acontece graças ao investimento das autarquias ou ao que as companhias residentes retiram ao seu próprio orçamento para os colocar a funcionar. Os fundos comunitários são obviamente uma boa solução para evitar que o país retroceda 20 anos, ao tempo em que nem as capitais de distrito tinham salas de espectáculo a funcionar. E não têm de custar dinheiro ao Estado – exigem apenas agilização de procedimentos e, na falta de meios próprios, a definição de políticas que consigam aproveitar a capacidade instalada no terreno e potenciá-la com os recursos externos captados.

Em tempo de crise generalizada, os teatros estão à beira do colapso. Queremos evitá-lo e queremos discutir o assunto, acreditando que é ainda possível encontrar soluções.

É também para isso que se faz este festival. Antes que seja tarde.

A Escola da Noite / TCSB

Centro Dramático de Évora / TGR

Theatro Circo de Braga

V Festival das Companhias: o programa completo

Segunda-feira, Junho 4th, 2012

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