A figura do Shunnoz, através da ironia, mostra um jovem angolano a manifestar o seu diagnóstico social. Há algum veículo para estes jovens se expressarem e serem levados mais a sério?
O Shunnoz é levado muito a sério por nós. Ele tem uma história de participação em encontros de poetas e mc´s, de intervenção social através da arte. É, a esta altura, um estilista incontornável em Luanda. Tem sublimado a sua forma de comunicar, parece-me.
Ainda não há rotinas formais e não elitistas de promoção ou apoio. Digo não elitistas porque levar tudo muito a sério e colocar a arte em exposição para pessoas viajadas verem, não é o mais importante neste momento. O mais importante parece-me ser fazer desse cultivo algo mais democrático e acessível para todos.
O veículo mais eficaz tem sido o da própria auto-afirmação, no meio de um dia-a-dia em que se luta pela sobrevivência. Seja através de uma rima, uma dança, uma forma de vestir ou até de se expressar oralmente na linguagem inventada que usa. Pelo caminho também falta levar a sério a saúde e a educação das pessoas.
Entrevista via e-mail a Pedro Coquenão,
a propósito de “É dreda ser angolano”
Francisca Bagulho, Buala, 17/11/2010.
DOCUMENTÁRIO
É dreda ser angolano
Fazuma
seguido de debate com Pedro Coquenão (Batida), José Eduardo Agualusae Catarina Martins
3 de Novembro
terça-feira, 21h30
entrada gratuita
org. RUC – Rádio Universidade de Coimbra