Por vezes os autarcas sentem uma certa resistência em passar certas decisões para os cidadãos, porque não sabem os resultados e, portanto, temem que isso seja uma perda de poder.
Não – quanto mais poder se dá, mais poder se recebe.

Boaventura de Sousa Santos

ilustração: Le Monde Diplomatique – edição Brasil

Passa esta noite no Teatro da Cerca de São Bernardo o segundo filme do ciclo “Democracia e Inquietação”, promovido pelo projecto ALICE, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Realizado por Giovanni Allegretti e Pierre Stoeber, o documentário inclui mais de 30 entrevistas a pessoas envolvidas em processos de orçamento participativo em todo o mundo (cidadãos, funcionários e responsáveis autárquicos, investigadores) e  analisa várias destas experiências.

Lisboa, Cascais, Trofa, Condeixa-a-Nova, Odemira, Maputo (Moçambique), Fortaleza (Brasil), Sevilha e Ferrol (Espanha) e Medellin (Colômbia) são apenas alguns dos projectos visitados pelo filme, que se debruça sobre os principais objectivos, virtualidades e constrangimentos dos diferentes modelos de Orçamento Participativo que têm sido aplicados em contextos muito diferenciados.

O filme foi realizado entre 2010 e 2013, no âmbito do projecto de investigação “Optar”, do Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra.

Giovanni Allegretti

Giovanni Allegretti é licenciado em Arquitectura (1996) e Doutorado em Planeamento Urbano, Territorial e Ambiental (2000) pela Universidade do Florença, Itália. Actualmente é investigador sénior do Centro de Estudos Sociais (CES) da Universidade de Coimbra, e faz parte do Nucleo “DECIDe”, do qual é co-coordenador.

As suas áreas principais de pesquisa incluem a participação dos cidadãos na gestão das transformações territoriais e nos Orçamentos Participativos municipais (Europa, América Latina e África), temas sobre os quais tem inúmeras publicações (a título de exemplo: “Desafios da Democracia Participativa”, Le Monde Diplomatique – edição Brasil). Entre os temas que investiga estão ainda “a cidade informal e a autoprodução do habitat” (em Brasil e Cabo Verde), os “usos excêntricos dos espaços públicos” e as “práticas de ‘cidadania insurgente’ relacionadas aos fenómenos da migração extracomunitária” (no âmbito da União Europeia).

CINEMA
Uma revolução tranquila
de Giovanni Allegretti e Pierre Stoeber
seguido de debate com Giovanni Alegretti e os comentários de Maria dos Prazeres Francisco
1 de Abril
quarta-feira, 21h30
Documentário > 42′ > França/Portugal, 2014 > M/12
preço único: 2,50 Euros
org.: Projecto ALICE / Centro de Estudos Sociais