Posts Tagged ‘Governo’

Saramago quer que ninguém esqueça a declaração de Sócrates sobre Cultura

Sexta-feira, Junho 19th, 2009

(Público, 18/06/2009, 20h58)

 

 

O escritor José Saramago afirmou hoje em Figueira de Castelo Rodrigo que a “linguagem política é profundamente hipócrita” e que “esses senhores confiam muito na nossa falta de memória”.

O Prémio Nobel da Literatura comentava assim as declarações de ontem do primeiro-ministro José Sócrates, que apontou como exemplo de um erro cometido pelo seu Governo a ausência de um investimento volumoso na área da cultura. 

Para José Saramago, as declarações “comprometem” mas “está na mão de cada cidadão recordar e fazer recordar aos políticos essas declarações”. “Neste caso, e dada a coincidência das declarações do ministro da Cultura e do primeiro-ministro, espero que sejam levadas a sério”, afirmou. 

“O Ministério da Cultura tem uma verba ridícula para fazer o que quer que seja”, disse. “Fico satisfeito com essas declarações, mas que considero-as intenções”, salientou. 

“Espero que a assunção de um erro, que às vezes é necessária, seja acompanhada de propostas concretas. Se ficar simplesmente por assumir um erro, isso esquece, principalmente o próprio.” 

José Saramago falava à chegada à localidade fronteiriça de Figueira de Castelo Rodrigo, a terra que escolheu no seu livro “Viagem do Elefante” para a passagem de testemunho “ibérico” do elefante “Salomão”, oferta do rei D. João III a seu primo, o arquiduque Maximiliano da Áustria. 

O escritor iniciou ontem uma viagem de autocarro pela rota seguida pela comitiva do elefante Salomão. Amanhã, a viagem prossegue em direcção a Valladolid.

Vasco Graça Moura diz que Sócrates não faz a “mínima ideia” do que é política cultural

Sexta-feira, Junho 19th, 2009

(Público, 17/06/2009, 21h31)

 

 

O escritor Vasco Graça Moura defendeu hoje que o primeiro-ministro não faz “a mínima ideia” do que seja política cultural, depois de Sócrates ter apontado como um erro do Governo a ausência de um maior investimento na Cultura.

“Não me parece que ele tenha descoberto a pólvora vindo agora dizer isso: um Governo como o dele, que decapitou o Teatro de São Carlos mandando embora o Pinamonti, o Teatro Nacional D. Maria II mandando embora o António Lagarto e o Museu Nacional de Arte Antiga mandando embora Dalila Rodrigues mostra bem que o primeiro-ministro não só nunca prestou atenção nenhuma à Cultura, como não faz a mínima ideia do que seja política cultural”, disse hoje à Lusa Vasco Graça Moura. 

Militante do Partido Social-Democrata (PSD), Graça Moura reagiu assim às declarações de José Sócrates à imprensa, no final do debate da moção de censura do CDS-PP ao seu executivo, chumbada com os votos da maioria absoluta socialista. 

Instado ao longo do debate pela bancada centrista a apontar um erro cometido pelo Governo que dirige, Sócrates acabou por afirmar, no final e perante a insistência dos jornalistas: “Se há um erro que é possível identificar ao longo destes anos é que talvez devêssemos ter investido mais em cultura, tal como fizemos em ciência”. 

“Promessas ao contrário

Segundo Graça Moura, este Governo “não fez nada” em termos de Cultura, depois de José António Pinto Ribeiro ter declarado, assim que tomou posse, que faria “mais com menos”. 

“O problema do primeiro-ministro – comentou o escritor – é que ainda por cima está a conduzir o ministro dele, o ministro da Cultura, a um beco sem saída com essas declarações (…) é um caso de demissão imediata, acho eu”. 

No entanto, – acrescentou – “se ele diz que vai corrigir, também não é de tomar a sério, porque normalmente quando ele diz que vai mudar, vai mudar para pior. As promessas dele são sempre ao contrário”. 

“Para mim, não é fiável nada do que diz o primeiro-ministro. É absolutamente evidente que é um jogo de danças e contradanças ao sabor do palpite eleitoral – que explicou a campanha eleitoral inacreditável que ele fez, como explica outras mudanças”, observou Graça Moura, dando como exemplo o projecto do TGV, apresentado pelo executivo socialista como uma decisão assente e que repentinamente, depois das eleições europeias de 7 de Junho, passou para a próxima legislatura.

Isabel Pires de Lima e actual ministro satisfeitos com afirmações de Sócrates

Sexta-feira, Junho 19th, 2009

(TSF, 17/06/2009, 23h54)

 

 

Isabel Pires de Lima, ex-ministra da Cultura, mostrou-se, esta quarta-feira, «satisfeita» por o primeiro-ministro ter reconhecido que se devia ter feito um maior investimento na Cultura. Também em declarações à TSF, o actual ministro aplaudiu as declarações de Sócrates.

O primeiro-ministro apontou, esta quarta-feira, como exemplo de um erro cometido pelo seu Governo nesta legislatura a ausência de um investimento volumoso na área da cultura, tal como aconteceu com a ciência nos últimos anos.

Mostrando-se «satisfeita» com o reconhecimento de José Sócrates, a antiga governante disse ter «alguma pena que esse reconhecimento não tivesse ocorrido enquanto ela tinha «responsabilidades governamentais».
   
Pires de Lima, que antecedeu José António Pinto Ribeiro na pasta da Cultura, lembrou que sempre defendeu que «o investimento em cultura era uma forma extremamente eficaz de potenciar o elevado investimento que este Governo estava a fazer na área da Educação e da Ciência».

Por seu lado, o actual titular da pasta da Cultura, encarou as declarações do Chefe do Governo como um «juízo justo de que se calhar teria sido melhor, apesar desta situação toda, ter feito um investimento» na Cultura.

Para José António Pinto Ribeiro esse investimento não necessitava de ser «muito grande», substituindo por exemplo os 200 milhões de euros do orçamento actual por 500 milhões, o que teria efeitos culturais e sociais.

PM assume erro de ter investido pouco na cultura

Quinta-feira, Junho 18th, 2009

(TSF, 17/06/2009, 20h00)

 

O primeiro-ministro apontou, esta quarta-feira, como exemplo de um erro cometido pelo seu Governo nesta legislatura a ausência de um investimento volumoso na área da cultura, tal como aconteceu com a ciência nos últimos anos.

«Querem um exemplo [de um erro], então vou dar-vos um exemplo, terão aí uma notícia», disse José Sócrates aos jornalistas no final do debate da moção de censura do CDS-PP ao Governo.

«Se há um erro que é possível identificar ao longo destes anos é que talvez deveríamos ter investido mais em cultura, tal como fizemos em ciência», disse.

Ao longo do debate da moção de censura, o CDS-PP interpelou várias vezes o primeiro-ministro se assumia algum erro em concreto cometido pelo seu Governo ao longo desta legislatura. Só em resposta aos jornalistas, no final do debate, é que Sócrates desenvolveu um pouco mais o tema.

No entanto, logo a seguir, o Chefe do Governo acrescentou que «no essencial esta governação respondeu aos problemas do país».

«Tudo aquilo que fizemos foi para servir corajosamente e de forma patriótica o país: pôr as contas públicas em ordem, reformas na educação, nas tecnologias e na energia, entre outras», disse.

O primeiro-ministro voltou a explicar que a decisão sobre o TGV não se trata de um adiamento, mas de um «escrúpulo democrático» deste Governo, porque apenas seria um adiamento se estivesse em causa uma «alteração nos procedimentos do concurso».

O Chefe do Executivo frisou que o Governo, apesar de poder tomar decisões no mês de Agosto, prefere remetê-las para o futuro executivo, já que isso não prejudica o projecto de alta velocidade.

José Sócrates reafirmou ainda a posição do PS sobre as eleições, defendendo que as legislativas e as autárquicas devem acontecer em datas diferentes.