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“Este Oeste Éden” em Braga
Terça-feira, Julho 28th, 2009A Escola da Noite apresenta em Braga, no Theatro Circo, a 30 e 31 de Julho (quinta e sexta-feira), a sua mais recente produção – “Este Oeste Éden”, de Abel Neves.
O espectáculo estreou em Coimbra no passado dia 16 e tem aqui a sua primeira apresentação “fora de portas”, a convite da Companhia de Teatro de Braga, no âmbito da Plataforma das Companhias.
Com encenação de Sílvia Brito, “Este Oeste Éden” é o segundo texto inédito de Abel Neves que A Escola da Noite se orgulha de apresentar ao público. O autor propõe-nos aqui uma arrojada visão da humanidade, revisitando alguns dos mitos fundadores da civilização ocidental e sugerindo o seu cruzamento, em palco, com sinais da vida quotidiana. Uma reflexão sobre a condição humana e os ciclos de que se constrói a sua história, plena de metáforas e interrogações – seremos nós, humanos, a mais imperfeita e mais irresistível das criações artísticas?
encenação Sílvia Brito cenografia António Jorge figurinos Ana Rosa Assunção interpretação Ana Mota Ferreira, António Jorge, Hugo Santos Fonseca, Igor Lebraud, Maria João Robalo, Miguel Magalhães, Ricardo Kalash, Sílvia Brito e Sofia Lobo desenho de luz Danilo Pinto sonoplastia Eduardo Gama fotografia Augusto Baptista
Braga, Theatro Circo
30 e 31 de Julho, quinta e sexta, 21h30
M/16, 2h30 com intervalo
este oeste éden
Sábado, Julho 18th, 2009À cabeça, o desejo, sentido primário dos afectos,
na boca, polissemias enganosas pela natureza do mundo.
Se não há mão sábia que ampare esta desordem
só sobra a outra, obreira insubstituível,
e talvez um gesto possa mudar a vida.
Sílvia Brito
“Aos que ainda acreditam”
Sexta-feira, Julho 17th, 2009
Há talvez uns oito anos que o Abel nos entregou este texto. “Vejam o que vos parece”, diz ele sempre, meio humilde meio provocador, como quem sabe que dificilmente lhe resistimos.
Nós demorámos a responder. Muito. Por um lado, porque nos apetecia continuar a explorar o universo de “Além as estrelas são a nossa casa” até “Além do Infinito”, onde chegaríamos só em 2004. Por outro lado, porque este texto não merecia menos. Obra arrojada, complexa, de uma dimensão quase épica, atraiu-nos no imediato com a mesma força com que nos fez sentir o peso da responsabilidade. De tal forma que andámos vários anos a refrear o ímpeto, adiando de plano em plano a sua concretização.
Chegados à casa nova, não resistimos mais. Mesmo que nas traseiras não haja os tanques para a roupa com que sonhámos, queremos mesmo muito começar de novo a construir um novo jardim. Quase (fosse isso possível) como se nunca tivessem abatido o pessegueiro e tudo fossem cores e cheiros e sons de pássaros.
É nestas coisas pequeninas que se vêem as grandes, insiste Abel. E nós concordamos, artesãos a achar que o mundo pode só ser mais bonito e que das nossas mãos podem sair modelos que o confirmem. Guardamos para nós, enquanto artistas, o direito de nos comovermos com a beleza das coisas e o dever de com ela nos entusiasmarmos, de a perseguir, de tentar construí-la e partilhá-la, de ser as “mãos gentis sobre a paisagem” que o mesmo Abel reivindica no ensaio aqui publicado.
Assim fizemos com este Éden. Transpondo para o palco as interrogações poéticas, e por isso tão políticas, e por isso tão humanas, da escrita do Abel.
Trabalhamos, como ele, na procura. E no risco assumido de não dar respostas, na necessidade de não deixarmos de pensar e de ir tentando compreender o mundo.
Juntos na consciência de que é por esta via que o teatro pode, afinal, ter alguma importância.
A Escola da Noite, Julho de 2009.