Posts Tagged ‘As orações de Mansata’

Terceira oficina do P-STAGE termina em São Tomé e Príncipe

Quarta-feira, Julho 31st, 2013
foto: Eduardo Pinto

foto: Eduardo Pinto

Termina esta quarta-feira a terceira oficina de interpretação realizada pela Cena Lusófona no âmbito do projecto P-STAGE. Depois de Angola (Novembro de 2012) e Guiné-Bissau (Abril de 2013), o projecto chegou agora a São Tomé. A formação é dirigida pelo encenador brasileiro Márcio Meirelles e culmina com a apresentação pública de um exercício-espectáculo, às 18h00, no Pavilhão Cultural Dona Alda Espírito Santo, no Liceu Nacional de São Tomé e Príncipe.

A partir dos trabalhos da oficina serão seleccionados os dois actores são-tomenses que integrarão o elenco de “As Orações de Mansata”, ao lado de dois actores d’A Escola da Noite, dois actores da Companhia de Teatro de Braga, dois actores do Bando de Teatro Olodum (Salvador, Brasil), três actores angolanos e dois actores guineenses.

Os ensaios desta nova produção d’A Escola da Noite começam na próxima segunda-feira, ainda em São Tomé.

a co-produção d’A Escola da Noite já dá que falar do outro lado do Atlântico

Terça-feira, Julho 30th, 2013

Bando de Teatro Olodum_África e Portugal

 

Ridson e Elane, do Bando de Teatro Olodum (Salvador, Brasil), chegam no Sábado a São Tomé para se juntarem ao grande elenco lusófono que vai dar corpo a “As Orações de Mansata” – uma co-produção Cena Lusófona, A Escola da Noite, Companhia de Teatro de Braga e Teatro Vila Velha no âmbito do projecto P-STAGE.

A estreia (aponte na agenda!) é a 17 de Outubro, no TCSB.

Abdulai Sila homenageado pela França

Segunda-feira, Julho 29th, 2013

O escritor guineense Abdulai Sila foi condecorado pelo Governo Francês com o grau de “Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras”.

AbdulaiSila

 

O anúncio foi feito no passado dia 15 de Julho pelo Embaixador da França na Guiné-Bissau, Pierre Voillery, durante uma recepção em Bissau para celebrar o dia nacional da França. Instituído em 1957, o galardão agora atribuído ao escritor é atribuído anualmente a personalidades, francesas e estrangeiras, que se distinguiram pela sua criatividade no domínio da literatura ou pela sua contribuição para a irradiação das artes e das letras na França e no mundo.
Nascido em Catió (Guine-Bissau) em 1958, Abdulai Sila é formado em Engenharia Electrotécnica pela Universidade de Dresden (Alemanha). Foi co-fundador do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, do GREC – Grupo de Expressão Cultural, da revista cultural Tcholona e da primeira editora privada guineense, a Ku Si Mon. Tem três romances editados – “Eterna Paixão” (1994), “A Última Tragédia” (1995) e “Mistida” (1997) – para além de contos e artigos em várias publicações internacionais. Escreveu duas peças de teatro: “As Orações de Mansata”, texto inaugural da dramaturgia guineense, que foi editada originalmente pela Ku Si Mon em 2007 e, em 2011, pela Cena Lusófona; e “”Dois Tiros e Uma Gargalhada”, publicada pela Ku Si Mon, em 2013.
“As Orações de Mansata” é o espectáculo que A Escola da Noite vai estrear no próximo mês de Outubro, em Coimbra, em co-produção com a Cena Lusófona, a Companhia de Teatro de Braga e o Teatro Vila Velha (Salvador, Brasil). Dirigido por António Augusto Barros, o espectáculo é construído e apresentado no âmbito do projecto P-STAGE – Portuguse-Speaking Theatre Actors Gather Energies e reúne 13 actores de seis países de língua portuguesa: Portugal, Angola, Brasil, Guiné-Bissau, São Tomé e Príncipe e Moçambique. Os ensaios começam no início de Agosto, em São Tomé, imediatamente após a realização da terceira e última oficina de interpretação em países africanos que o projecto prevê.

As Orações de Mansata, de Abdulai Sila

Sábado, Julho 23rd, 2011

A Cena Lusófona apresenta o mais recente título da sua colecção de dramaturgia, “As Orações de Mansata”, de Abdulai Sila (Guiné-Bissau). Definida como “uma adaptação de Macbeth à realidade africana”, a peça – que é o primeiro texto dramático da literatura guineense – oferece um impiedoso retrato dos mecanismos de corrupção, luta pelo poder e violência extrema que caracterizam vários regimes políticos em todo o mundo e têm marcado, de forma trágica, a realidade da Guiné-Bissau nas últimas décadas.

Oito conselheiros do Supremo-Chefe, encarregados de assuntos como tchumul-tchamal [confusão], meker-meker [intriga] ou nhengher-nhengher [conspiração] disputam entre si a melhor forma de derrubar o líder e ocupar a cadeira da Suprematura. Para o efeito, partem em busca das “Orações de Mansata”, que supostamente lhes facilitariam a dominação sobre o seu povo, num processo em que a traição, a tortura e o assassinato são reduzidos à banalidade.
A realidade de uma certa África contemporânea é ainda retratada nesta peça através das tensões e das contradições entre as culturas ancestrais (a poligamia, a ligação ao sobrenatural, as formas de poder tradicional, o lugar reservado às mulheres) e o crescente impacto da globalização, nomeadamente através da internet, de outros meios de comunicação e de uma mobilidade internacional e intercontinental cada vez mais facilitada.
Abdulai Sila (Catió, Guiné-Bissau, 1958) é formado em Engenharia Electrotécnica pela Universidade de Dresden (Alemanha). Dedicou-se ao estudo das Tecnologias de Informação e Comunicação e tornou-se empresário nesta área, desempenhando um papel pioneiro no desenvolvimento e difusão das TIC na Guiné-Bissau. Foi co-fundador do INEP – Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas, do GREC – Grupo de Expressão Cultural, da revista cultural Tcholona e da primeira editora privada guineense, a Ku Si Mon. Tem três romances editados – “Eterna Paixão” (1994), “A Última Tragédia” (1995) e “Mistida” (1997) – para além de contos e artigos em várias publicações internacionais.
Editada originalmente pela Ku Si Mon em 2007, na Guiné-Bissau, “As Orações de Mansata” resulta de um convite lançado pela Cena Lusófona, que assim quis incentivar a escrita dramática deste país. Com a presente publicação, a obra vai poder chegar agora a todos os países da CPLP, integrada numa colecção que inclui já títulos de autores de Angola (José Mena Abrantes), de Moçambique (Mia Couto e Leite de Vasconcelos), de Cabo Verde (António Aurélio Gonçalves), de São Tomé e Príncipe (Fernando de Macedo), Brasil (Naum Alves de Souza) e Portugal (Abel Neves e Natália Luiza).
A sessão de apresentação em Coimbra decorre no Teatro da Cerca de São Bernardo no dia 25 de Julho, segunda, às 21h30. Conta com a presença do autor e a leitura de excertos da obra, a cargo do elenco d’A Escola da Noite.