“Verdades escondidas”

Julho 29th, 2011

Dois casais, cujo homem e mulher de cada um deles acaba por se envolver um com o outro, são a materialização de um mal estar social. A peça, assume Solveig Nordlund é amplamente influenciada pelo teatro de Jon Fosse. Ou seja, “é um teatro de poucas palavras muito minimalista e até absurdo”. Praticamente sem indicações cénicas há um jogo de actores que faz com que as palavras se tornem enunciados de acção e que, “em cada cena, como no cinema, existam várias pequenas cenas”.

O microcosmos representado por estas quatro personagens é visto pela lupa de Lars Nóren, com o objectivo de implicar o espectador num processo de identificação.

Essas frases, que escondem detalhes, são o detonador das bombas que o autor instalou por entre os desejos dos espectadores. “Parecem banalidades, coisas quase práticas, mas que escondem a realidade”. A falsa banalidade que caracteriza muita da escrita dos autores do Norte da Europa, parte do que é indistinto para denunciar o que é singular. E, desse modo, “são os pequenos detalhes do quotidiano que fazem a diferença”. No fundo, apanhar em falso o que é verdadeiro.

Será sempre assim por entre as revoluções são os rostos que ficam, os nomes que se distinguem, as praças que ficamos a conhecer. E a história que fazemos, por via do teatro ou do que existe por dentro dele, a ser permanentemente escrita.”

Tiago Bartolomeu Costa, “Público“, 7 de Julho de 2011

 

29 e 30 de Julho de 2011, sexta e sábado, 21h30
Teatro da Cerca de São Bernardo

Autor: Lars Norén Tradução e Encenação: Solveig Nordlund, com o apoio do Kulturradet – Conselho das Artes da Suécia Cenário e figurinos: Ana Paula Rocha Luz: Acácio Almeida Intérpretes: Joana Brandão, Joana Barcia, Manuel Wiborg, Nuno Nunes, Paulo Guerreiro Co-Produção Teatro Municipal de Almada / Festival das Artes
Espectáculo integrado no Festival das Artes | Mais informações disponíveis aqui.

“Do Amor” de Lars Norén

Julho 28th, 2011

 

Lars Norén


Lars Norén, o dramaturgo sueco mais encenado depois de Strindberg, é cada vez mais autobiográfico. A peça Do amor baseia-se grandemente no seu Diário de um dramaturgo, de 2008). Mas, ao mesmo tempo, Norén é também cada vez mais universal. Em Do Amor, as personagens não têm nomes: são A, B, C D e E, anónimas e permutáveis.
A história é banal: B e C apaixonam-se numa excursão a Lanzarote, e isso modificará as relações entre A e B e C e D, e, consequentemente, as suas vidas futuras – um dos casais tem um filho, o outro casal quer adoptar. Há uma paixão inicial, com encontros às escondidas, mentiras, e as consequentes terapia familiar e separação. As personagens recuam perante a verdade, evitam-na, são incapazes de falar do que realmente importa, perdem-se em obrigações do dia-a-dia.
A história corresponde à experiência de inúmeros casais incapazes de comunicar, sem coragem para tomar decisões e indefesos perante o amor. A peça é escrita como um guião cinematográfico, sem linearidade temporal, com mudanças constantes de cena, e diálogos minimalistas que conferem grande liberdade interpretativa. Para a encenadora Solveig Nordlund, transportar para o palco este testemunho pessoal constituiu um desafio.

29 e 30 de Julho de 2011, sexta e sábado, 21h30
Teatro da Cerca de São Bernardo

Autor: Lars Norén Tradução e Encenação: Solveig Nordlund, com o apoio do Kulturradet – Conselho das Artes da Suécia Cenário e figurinos: Ana Paula Rocha Luz: Acácio Almeida Intérpretes: Joana Brandão, Joana Barcia, Manuel Wiborg, Nuno Nunes, Paulo Guerreiro Co-Produção Teatro Municipal de Almada / Festival das Artes
Espectáculo integrado no Festival das Artes | Mais informações disponíveis aqui.

Hoje à noite no Pátio da Inquisição!

Julho 27th, 2011

Uma selecção de textos de Gil Vicente e Januário de Oliveira com actores e bonecos, que tem animado dezenas de largos e praças em todo o país, para falar do “desconserto do mundo”.

Com música ao vivo e pensado para espaços ao ar livre, o espectáculo inspira-se no universo popular português e brasileiro e aposta na “fusão de actores/bonecos/músicos, subvertendo as unidades de tempo, lugar e acção, deixando soltar-se a imaginação dos espectadores”.

Para além de excertos de algumas das peças de Gil Vicente, o espectáculo inclui textos de Januário de Oliveira (Ginu), mestre da arte do “mamulengo” (teatro de bonecos) nascido no Recife (Brasil), em 1910. É autor, entre outras, das peças “As Aventuras de Uma Viúva Alucinada”, “Manuel o Pequenino – O Filho Amaldiçoado” e “As Bravatas do Professor Tiridá na Usina do Coronel Javunda”.

o CENDREV apresenta SE O MUNDO FOSSE BOM, O DONO MORAVA NELE
a partir de textos de Gil Vicente e Januário de Oliveira
26 e 27 de Julho de 2011 | Terça e Quarta | 21h30
Pátio da Inquisição | Entrada Gratuita

“Se o mundo fosse bom, o dono morava nele”

Julho 26th, 2011

no Pátio da Inquisição!

o CENDREV no Pátio da Inquisição

Julho 25th, 2011

Nos próximos dias 26 e 27 de Julho, terça e quarta, às 21h30, A Escola da Noite acolhe o CENDREV com a apresentação no Pátio da Inquisição do espectáculo “SE O MUNDO FOSSE BOM, O DONO MORAVA NELE”, com entrada gratuita.

Uma proposta diferente de animação cultural das noites de Verão da cidade, com uma incursão do grupo de Évora ao teatro popular num espectáculo onde o público é convocado a participar, numa fusão de actores/bonecos/músicos, subvertendo as unidades de tempo, lugar e acção, deixando soltar-se a imaginação dos espectadores. Uma dramaturgia que mergulha no universo popular para falar do desconserto do mundo.

“SE O MUNDO FOSSE BOM, O DONO MORAVA NELE” tem encenação de José Russo e Maria Marrafa, cenografia e figurinos de Inês Carvalho, música de André Penas e interpretação de Álvaro Corte Real, Ana Meira, André Penas e José Russo.

A apresentação de “SE O MUNDO FOSSE BOM, O DONO MORAVA NELE” em Coimbra, ocorre no âmbito da rede Culturbe, com financiamento no âmbito do QREN, que promove a apresentação de espectáculos em Coimbra, Braga e Évora, respectivamente no Teatro da Cerca de São Bernardo, Teatro Garcia de Resende e Theatro Circo. A anteceder as apresentações, o grupo de Évora vai dinamizar uma oficina sobre o processo de construção do espectáculo, nomeadamente na questão da utilização de bonecos.