O espectáculo que reúne uma dezena de peças curtas do dramaturgo franco-romeno Matéi Visniec, originalmente publicadas, em 1996, no livro “Teatro decomposto ou O homem-lixo”. Com encenação do próprio autor, o espectáculo propõe-nos uma visão poética do mundo em que vivemos e das múltiplas formas de manipulação da consciência individual exercidas por diferentes formas de poder. O título do espectáculo lembra a tradição parisiense dos cafés como espaço de encontro e de socialização, de debate e de reflexão, e alerta para a “obsessão” em que se tornou, nas sociedades ocidentais, a busca individual da felicidade (“bonheur”) – um reflexo do individualismo e uma forma de cegueira e toxicidade.
TEATRO | ESTREIA Café Bonheur texto e encenação de Matéi Visniec A ESCOLA DA NOITE 9 a 30 de Novembro de 2023 quarta e quinta-feira, 19h00 sexta e sábado, 21h30 domingo, 16h00 > M/14 > 90 min > 5 a 10€
sessões com interpretação em LGP 22 e 29 de Novembro quarta-feira, 19h00
A Escola da Noite estreia esta quinta-feira, 9 de Novembro, o espectáculo “Café Bonheur”, com texto e encenação de Matéi Visniec. Para além do encenador, a equipa artística desta nova produção reúne um conjunto de artistas romenos e franco-romenos com larga experiência e reconhecimento internacional: Andra Badulescu, Malina Andrei e Claudiu Urse. Mircea Cantor, premiado artista plástico e visual, assina uma participação especial com dois dos seus filmes. Faça-nos companhia!
A EQUIPA DE CAFÉ BONHEUR O espectáculo é a quarta visita d’A Escola da Noite à obra de Matéi Visniec, depois de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” (2014) e de “Palhaço velho precisa-se” e “A mulher como campo de batalha” (2020). Desta vez, é o próprio autor que assume a encenação, algo que nunca tinha experimentado: “queria vivenciar pelo menos uma vez na vida essa forma de emoção que é a criação de um espectáculo, e também essa forma de responsabilidade – ser encenador”, afirma o autor numa entrevista que vamos publicar no programa do espectáculo.
Para o acompanhar neste projecto, Matéi Visniec e A Escola da Noite constituíram uma equipa criativa com uma vasta experiência e com um significativo reconhecimento internacional. A cenografia, os figurinos e os adereços são da responsabilidade de Andra Badulescu, artista formada pela Escola Nacional de Artes Decorativas de Bucareste e mestre em Estudos Teatrais pela Universidade Sorbonne, em Paris, que há mais de trinta anos trabalha com teatros nacionais e companhias de teatro da Roménia, de França e do Japão. Para além do teatro, desenvolve um trabalho artístico pluridisciplinar: cria também objectos-esculturas, livros-objectos, pinturas, cartazes e ilustrações, combinando diferentes técnicas e materiais. A coreografia é da responsabilidade de Malina Andrei, formada nesta área pela Universidade Nacional de Teatro e Cinema I.L.Caragiale, em Bucareste, e que foi primeira bailarina da Ópera Nacional de Bucareste. Para além de ter fundado a sua própria companhia de dança contemporânea – “Terpsichora” –, Malina foi responsável pela coreografia e pelo movimento em mais de 170 espectáculos, quer no seu país (todos os teatros em Bucareste, todos os teatros nacionais da Roménia e na maior parte dos teatros profissionais romenos), quer no estrangeiro: França, Inglaterra, Finlândia, Hungria e Sérvia. Claudiu Urse é o responsável pela música original e pelo ambiente sonoro do espectáculo. Formado pela Faculdade de Letras e Artes da Universidade Lucian Blaga, em Sibiu (Roménia), Claudiu conta no seu currículo com colaborações na área da música e do desenho de som com o Teatro Nacional Radu Stanca e com o Gong – Teatro para a infância e juventude, ambos na cidade de Sibiu. Finalmente, o espectáculo inclui uma participação especial do artista plástico e visual romeno Mircea Cantor, com a exibição de dois filmes: “Vertical attempt” (2009) e “Wind orchestra” (2012). O trabalho de Cantor é construído “em busca da poesia visual, da reflexão, da meditação”, assume múltiplas formas e inspira-se na vida quotidiana. Representado em várias das mais importantes colecções de arte contemporânea por todo o mundo, Mircea Cantor recebeu, entre outros, o Prémio Paul Ricard Corporate Foundation (2004) e o Prémio Marcel Duchamp (2011), para além das condecorações com a Ordem de Oficial das Artes e Letras, França, e com a Ordem Nacional do Mérito, Roménia, ambas em 2019.
A esta equipa juntou-se ainda a actriz Maria Quintelas, que pela primeira vez trabalha com A Escola da Noite e com os actores que integram o elenco residente da companhia: Ana Teresa Santos (igualmente responsável pela tradução), Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash. Do núcleo criativo deste espectáculo fazem também parte os elementos d’A Escola da Noite Danilo Pinto (luz), Zé Diogo (som) e Eduardo Pinto (vídeo). Para além da satisfação de proporcionarmos a primeira experiência na encenação a um autor que tanto admiramos, reconhecemos o privilégio que é trabalhar com uma equipa internacional de criadores/as com estes percursos artísticos e a alegria de estender esse privilégio ao nosso público.
UM ESPECTÁCULO-MANIFESTO NUM “MUNDO SEM BÚSSOLA” O autor e encenador escolheu para esta montagem um conjunto de textos “que têm uma conotação política mas também poética”. Neste espectáculo, “falo das nossas angústias num mundo sem bússola mas defendo também a esperança, porque confio no ser humano e na sua capacidade para superar as crises”. O título do espectáculo lembra a tradição parisiense dos cafés como espaço de encontro e de socialização, de debate e de reflexão, e alerta para a “obsessão” em que se tornou, nas sociedades ocidentais, a busca individual da felicidade (“bonheur”). A busca desta felicidade – afirma Matéi Visniec –, “tornou-se no nosso mundo global uma obsessão, um reflexo do egoísmo primário, uma forma de cegueira e de toxicidade”. “Podemos ser realmente felizes quando mesmo ao nosso lado alguém sofre horrivelmente?” – pergunta. Com estreia marcada para quinta-feira, 9 de Novembro, às 19h00, Café Bonheur mantém-se em cena no TCSB até dia 30, com sessões às quartas e quintas-feiras (19h00), às sextas e sábados (21h30) e aos domingos (16h00). O bilhete custa 10 euros, sendo aplicável o desconto de 50% (“meio bilhete) a estudantes, desempregados/as, maiores de 65 anos, menores de 30 anos e profissionais e amadores/as de teatro. As sessões dos dias 22 e 29 de Novembro contarão com interpretação em Língua Gestual Portuguesa. As entradas podem ser adquiridas através da ticketline ou reservadas através dos contactos habituais do TCSB: 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt.
TEATRO | ESTREIA Café Bonheur texto e encenação de Matéi Visniec A ESCOLA DA NOITE 9 a 30 de Novembro de 2023 quarta e quinta-feira, 19h00 sexta e sábado, 21h30, domingo 16h00 > M/14 > 90 min > 5 a 10€
texto e encenação MATÉI VISNIEC interpretação ANA TERESA SANTOS, IGOR LEBREAUD, MARIA QUINTELAS, MIGUEL MAGALHÃES, RICARDO KALASH tradução ANA TERESA SANTOS cenografia, figurinos e adereços ANDRA BADULESCU coreografia MALINA ANDREI música original CLAUDIU URSE luz DANILO PINTO som ZÉ DIOGO vídeo MATÉI VISNIEC, EDUARDO PINTO
participação especial de MIRCEA CANTOR com os filmes “Vertical attempt” (2009) e “Wind orchestra” (2012)
A ilustradora Rachel Caiano e o escritor João Pedro Mésseder apresentam no TCSB no próximo sábado, 4 de Novembro, o seu mais recente livro: “As casas das coisas”, editado pela Caminho. A iniciativa integra o programa “Sábados para a Infância” e inclui uma oficina de ilustração para crianças. Faça-nos companhia!
DIVERSÃO E POESIA DE MÃOS DADAS “As casas das coisas”, publicado no passado mês de Setembro, é o mais recente livro de uma série iniciada por João Pedro Mésseder e Rachel Caiano em 2012 com “Pequeno livro das coisas”. Depois disso, os dois autores publicaram ainda “Tudo é sempre outra coisa” (2013), “De umas coisas nascem outras” (2016), “Olhos tropeçando em nuvens e outras coisas” (2017), “Canções do ar e das coisas altas” (2018) e “Coisas que gostam de coisas” (2020). Como sempre acontece nos trabalhos desta dupla, os autores trabalham a partir de um conjunto de perguntas inusitadas, feitas para estimular a curiosidade e a imaginação dos mais pequenos: “A casa da luz eléctrica será a escuridão? E a areia sem-abrigo, terá ela casa? Os livros possuem segunda habitação, de férias? E uma casa feita de cabelo, existe? Quando é que a bruxa má perde a casa? E o vampiro, muda às vezes de morada? Haverá coisa ou pessoa que não precise de casa, casinha ou casarão?”. Numa época em que somos obrigados a reflectir sobre a forma como o direito à habitação está ou não a ser garantido no nosso país, Mésseder e Caiano propõem um novo e belo livro, cheio de “casario” e de “prosas pequeninas”, que “desafia a pensar e onde a diversão e a poesia dão as mãos”.
OFICINA DE ILUSTRAÇÃO PARA OS MAIS PEQUENOS À semelhança do que aconteceu em anteriores passagens destes autores pelos Sábados para a Infância, a manhã inclui dois momentos. Entre as 10h30 e as 12h00, Rachel Caiano dirige uma oficina de ilustração para crianças, a partir dos temas do livro e do seu próprio trabalho. “Utilizando materiais como o carvão vegetal, o pastel seco e técnicas como os carimbos o recorte e a colagem, vamos visitar e desenhar muitas casas. Vamos desenhar casas grandes e casas pequenas, casas para gigantes e casas para anões, casas certas e casas erradas. Vamos desenhar o que está dentro das casas e o que está fora, o que está em cima e o que está em baixo.” – adianta a ilustradora. A inscrição custa 10 Euros e pode ser feita pelos contactos habituais do Teatro. Logo a seguir, entre as 12h00 e as 13h00, os dois autores fazem a apresentação do livro, aberta ao público em geral de todas as idades, com entrada gratuita. Os maravilhosos e já famosos autógrafos ilustrados de Rachel Caiano são apenas um dos ingredientes que tornam imperdível esta nova proposta dos Sábados para a Infância no TCSB. Na Livraria do Teatro estão disponíveis para venda, com desconto, todos os sete títulos da série em que se insere o novo livro, para além de outras obras dos autores.
Rachel Caiano e João Pedro Mésseder
JOÃO PEDRO MÉSSEDER E RACHEL CAIANO João Pedro Mésseder (nome artístico de José António Gomes) nasceu no Porto, em 1957, e é professor do Ensino Superior. Com o livro “Fissura” ganhou o Prémio Maria Amália Vaz de Carvalho de Poesia, em 1999. O seu álbum “Timor Lorosa’e: A Ilha do Sol Nascente”, ilustrado por André Letria, foi seleccionado para a lista White Ravens 2003 da Biblioteca Internacional da Juventude de Munique. Com “Trocar as Voltas ao Tempo”, ilustrado por Gémeo Luís, obteve uma Menção do Júri do Prémio Compostela para álbuns infantis, em 2008, e os seus livros para crianças e jovens “Versos com Reversos” e “Palavra que Voa” foram nomeados para as Listas de Honra do IBBY (International Board on Books for Young People) de 2000 e 2006. Rachel Caiano é artista plástica e ilustradora, com formação em artes do palco. Tem vindo a desenvolver projectos nas áreas da pintura, cenografia e ilustração. Tem publicado livros em parceria com Gonçalo M. Tavares, Sandro William Junqueira, Ondjaki, entre outros. Muitos dos seus livros fazem parte das listas do Plano Nacional de Leitura. Finalista do Prémio Jovens Criadores 2007, alguns dos seus livros constam da exposição «The White Ravens», uma selecção internacional. Ilustrou mais de 30 livros de diferentes géneros, publicados em Portugal, Brasil, Espanha, Coreia, França e Angola. Promove workshops e masterclasses de ilustração e educação pela arte em escolas e bibliotecas. Dois dos livros que publicaram em conjunto foram premiados: “Pequeno Livro das Coisas” recebeu o Prémio Bissaya Barreto de Literatura para a Infância 2014 e foi finalista do Prémio Autores da SPA para Melhor Livro de Literatura Infanto-Juvenil 2013; “De umas coisas nascem outras” venceu o Prémio Autores da SPA para o Melhor Livro de Literatura para a Infância de 2016.
TEATRO DA CERCA DE SÃO BERNARDO Sábados para a infância
ILUSTRAÇÃO | OFICINA As casas das coisas RACHEL CAIANO 4 de Novembro de 2023 sábado, 10h30 > Sub-Palco do TCSB > M/10 > 90 min > 10€
Estamos a preparar a estreia de “Café Bonheur”, que terá lugar a 9 de Novembro, no TCSB. O nosso novo espectáculo reúne uma dezena de peças curtas de Matéi Visniec e é dirigido pelo próprio autor, que se estreia na encenação. Trata-se – nas suas palavras – de um “espectáculo-manifesto”, de uma “fábula filosófica” que nos convida a reflectir sobre a sociedade de consumo, o individualismo e todas as formas de manipulação e “lavagem cerebral”. Faça-nos companhia!
Café Bonheur, de Matéi Visniec (foto de ensaio)
A Escola da Noite volta a trabalhar a obra do dramaturgo franco-romeno Matéi Visniec, autor de “Da sensação de elasticidade quando se marcha sobre cadáveres” (estreado em 2014), de “Palhaço velho precisa-se” (2020) e de “A mulher como campo de batalha” (2020). Desta vez, convidámos o escritor para se estrear como encenador e para ser ele próprio a dirigir a montagem. A menos de um mês da estreia, Matéi reconhece que está a ser “uma experiência cultural e humana única”, com “momentos artísticos intensos e ricos em emoções”. O encenador escolheu para esta montagem um conjunto de textos “que têm uma conotação política mas também poética”. Neste espectáculo – adianta Matéi Visniec – “falo das nossas angústias num mundo sem bússola mas defendo também a esperança, porque confio no ser humano e na sua capacidade para superar as crises”. O título do espectáculo – Café Bonheur – lembra a tradição parisiense dos cafés como espaço de encontro e de socialização, de debate e de reflexão, e alerta para a “obsessão” em que se tornou, nas sociedades ocidentais, a busca individual da felicidade (“bonheur”). A busca desta felicidade – afirma o encenador –, “tornou-se no nosso mundo global uma obsessão, um reflexo do egoísmo primário, uma forma de cegueira e de toxicidade”. “Podemos ser realmente felizes quando mesmo ao nosso lado alguém sofre horrivelmente?” – pergunta.
Café Bonheur, de Matéi Visniec (foto de ensaio)
Na equipa artística do espectáculo estão, ao lado de Matéi Visniec, a cenógrafa e figurinista Andra Badulescu, a coreógrafa Malina Andrei e o músico e compositor Claudiu Urse. O elenco inclui a equipa residente d’A Escola da Noite – Ana Teresa Santos, Igor Lebreaud, Miguel Magalhães e Ricardo Kalash – e a actriz Maria Quintelas, que trabalha pela primeira vez com a companhia. Danilo Pinto (luz), Eduardo Pinto (vídeo) e Zé Diogo (som) completam a equipa criativa desta nova produção. Com estreia marcada para 9 de Novembro, no TCSB, o espectáculo ficará em cena até 30 de Novembro – quartas e quintas-feiras às 19h00, sextas e sábados às 21h30 e aos domingos às 16h00. Os bilhetes custam 10 Euros (sendo aplicável o desconto de meio bilhete a jovens, maiores de 65 anos, estudantes, desempregados/as e profissionais e amadores/as de teatro) e já podem ser reservados pelos contactos habituais do Teatro.