Guiné-Bissau, 46 [ciclo de cinema]

"Mortu Nega", de Flora Gomes (1988)

“Mortu Nega”, de Flora Gomes (1988)

A Escola da Noite acolhe no TCSB um ciclo de cinema sobre a Guiné-Bissau, organizado pela Organização de Estudantes da Guiné-Bissau em Coimbra e pelo CES-UC – projecto (DE)OTHERING. Procurando diversificar as representações que dominam os discursos sobre este país em Portugal e no Mundo, o ciclo, que terá continuidade nos meses seguintes, começa com a primeira longa metragem de Flora Gomes – “Mortu Nega” (1988) – e com “A Batalha de Tabatô”, o “filme-poema” do realizador português João Viana (2013).

“Cólera alastra-se na Guiné-Bissau”, noticiou a RTP a 8 de Agosto de 2005. Três anos depois, a 9 de Março de 2008, o The Guardian publicou a reportagem intitulada “How a tiny West African country became the world’s first narco state”. “Tentativa de golpe de Estado em curso na Guiné-Bissau” abriu o noticiário da noite da RTP a 12 de Abril de 2012 e, um ano depois, a 19 de Agosto de 2013, “Aumenta a fome na Guiné Bissau” foi notícia na Antena 1.
A imagem dominante da Guiné-Bissau, no mundo, tem sido sobretudo estática, negativa e estigmatizante, associada ao falhanço, à criminalidade e à miséria, como ilustram os exemplos anteriores. Pouco tem sido mostrado, pensado e comentado sobre a História e as estórias de resistência, resiliência e mudança. No ano em que a Guiné Bissau completa o quadragésimo sexto aniversário como Estado soberano e independente, o ciclo “Guiné-Bissau, 46”, pretende, através do cinema guineense e sobre a Guiné-Bissau, contribuir para pluralizar as representações do país.

PROGRAMA

CINEMA
Mortu Nega
de Flora Gomes

A história de uma mulher que procura o seu marido, no auge da guerra pela independência. Encontra-o e salva a sua vida. Quando a paz finalmente chega, eles têm de reaprender a estar e a viver juntos, numa terra destruída.

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5 de Fevereiro de 2019
Terça-feira, 21h30
seguido de debate com os comentários de
Celeste Fortes, cabo-verdiana, feminista, comprometida com as revoluções no “Sul”;
Julião Soares Sousa, guineense, licenciado em História, mestre em História Moderna e doutor em História Contemporânea pela Universidade de Coimbra; investigador integrado no Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra no Grupo História e Memória;
e Sumaila Jaló, guineense, activista e professor do ensino secundário em Bissau
M/12 > entrada gratuita > 92′

CINEMA
A Batalha de Tabatô
de João Viana

A história passa-se na Guiné-Bissau, na aldeia de Tabatô, onde todos os habitantes são músicos. Um ex-combatente da guerra colonial regressa ao país para assistir ao casamento da filha, professora de História, com um dos músicos da aldeia. Mas os traumas provocados pela guerra não o deixam tranquilo. Os músicos da aldeia reúnem-se então para iniciar uma batalha: a música de Tabatô contra as recordações de um passado não muito distante.
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12 de Fevereiro de 2019
Terça-feira, 21h30
seguido de debate com os comentários de
Mamadu Baio, músico guineense, natural de Tabatô, intérprete do filme;
e Teresa Cravo, professora de Relações Internacionais (FEUC) e investigadora do CES
M/12 > entrada gratuita > 78′

org. Organização de Estudantes da Guiné-Bissau em Coimbra; CES-UC – projeto (DE)OTHERING. Desconstruindo o Risco e a Alteridade: guiões hegemónicos e contra-narrativas sobre migrantes/refugiados e “Outros internos” nas paisagens mediáticas em Portugal e na Europa; A Escola da Noite/TCSB.

informações e reservas:
239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt

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