“Vamos sentir falta de tudo aquilo de que não precisamos mostra-nos objectos do mundo. Entre esses objectos e quem os manipula há um efeito de ricochete, um movimento de revelação de sentidos outros, inesperados. Entre esses objectos, quem os manipula e o espectador há um triângulo – uma tensão que empurra as margens das ideias e das sensações até à vibração dos símbolos. Perante estes objectos, as ideias são caminhos para outras ideias e, como em todos os caminhos, há troços que se abrem, se apertam e se bifurcam. Podemos percorrê-los com ritmos e respirações diferentes, como se os pensamentos ganhassem forma pelo modo como pulsam e se friccionam. São objectos do mundo, em contacto e em curto circuito, algures a caminho entre o lado material e o lado etéreo das coisas, entre o quotidiano e o onírico, entre o genérico e o excepcional. E, quem sabe, é nesse “trocar as voltas” ao mundo de todos os dias – esse mundo de objectos genéricos para produção, consumo e desperdício – que podemos tocar um outro lado das coisas.”
Rita Natálio, texto no programa do espectáculo
16 de Junho | quarta | 21h30 | Teatro da Cerca de São Bernardo | Coimbra
INFO 239 718 238 / 966 302 488 / geral@aescoladanoite.pt
M/14 > 1h20 > Bilhetes entre 6 e 10€
direcção artística Vera Mantero interpretação e co-criação Christophe Ives, Marcela Levi, Miguel Pereira e Vera Mantero dispositivo cenográfico e figurinos Nadia Lauro colaboração dramatúrgica Rita Natálio música e sonoplastia Andrea Parkins desenho de luz Erik Houllier operação de som Rui Dâmaso operação de luz Jean-Marc Segalen
(foto de Laurent Philippe)